Em 1992, o Red Hot Chili Peppers vivia o auge de popularidade, colhendo os frutos do sucesso de “Blood Sugar Sex Magik”, álbum lançado no ano anterior. Já reconhecido como um dos grandes do instrumento, o baixista Flea foi chamado por Roger Waters para registrar uma participação no seu disco seguinte, “Amused to Death”.
A faixa escolhida foi a penúltima do tracklist, “It’s a Miracle”. No entanto, o registro acabou ficando de fora do produto entregue ao público. Em 1992, o artista britânico explicou o motivo durante entrevista resgatada pelo fansite Neptune Pink Floyd.
Ele disse, conforme resgate do Far Out Magazine:
“Usamos como parâmetro o ritmo do meio de ‘Late Home Tonight’. Fizemos uma versão bem acelerada e Flea tocou uma ótima linha de baixo, mas simplesmente não deu certo.”
Em outro depoimento, desta vez à Classic Rock, Roger se aprofundou um pouco mais sobre os motivos da exclusão.
“Foi uma versão maravilhosa, mas muito acelerada. Não se encaixava no contexto dinâmico do resto do disco. Então, na última parte das sessões, regravamos ‘It’s a Miracle’, só Pat (Leonard, produtor) e eu sentados ao piano em uma tarde.”
É possível que uma versão demo com a participação de Flea exista, mas ela nunca veio a público, nem mesmo em reedições.
Roger Waters e “Amused to Death”
Terceiro trabalho solo de Roger Waters, “Amused to Death” é uma crítica à indústria cultural e à rotina de consumo da sociedade moderna. A figura central do álbum é baseada na imagem de um chimpanzé que mudava os canais de uma televisão, como mostra a capa.
Apesar da exclusão de Flea, outros convidados apareceram. Jeff Beck toca guitarra em metade do tracklist. Steve Lukather (Toto) se encarrega do mesmo instrumento em “Too Much Rope” e “Perfect Sense”. Don Henley (Eagles) canta em “Watching TV”, mesma função de Rita Coolidge na faixa-título.
O título é inspirado no livro “Amusing Ourselves to Death”, lançado em 1985 por Neil Postman. O trabalho chegou ao 8º lugar no Reino Unido e 21º nos Estados Unidos. Ganhou disco de ouro na Austrália.
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