O sucesso de Andre Matos com o Viper foi a grande referência do Angra em início de carreira. Mesmo em anúncios de shows, era comum a observação da presença do vocalista e uma citação à banda da qual havia feito parte anteriormente, gravando dois álbuns de estúdio.
Em entrevista ao podcast Sem Filtro, Kiko Loureiro foi além. O guitarrista mencionou até mesmo uma composição feita pelo saudoso colega no grupo que o revelou. A música, presente em “Theatre of Fate”, serviu como uma espécie de norte para o som que o então novo projeto deveria seguir.
Ele lembra, conforme transcrição do site:
“Eu já tocava com o Rafael (Bittencourt, guitarrista) antes. O Andre Matos estava saindo do Viper. Uma das músicas deles que tinha feito sucesso no Japão era a ‘Moonlight’, que era cover do Beethoven versão metal. Era um conceito: clássico e pesado. Pegar um compositor erudito e botar guitarra pesada.”
Na verdade, seria um equívoco classificar “Moonlight” meramente como um cover. Ela foi uma adaptação à melodia original “Moonlight Sonata”, finalizada por Ludwig van Beethoven em 1801. Originalmente intitulada “Sonata para piano n.º 14”, ganhou o nome mais popular apenas em 1832, cinco anos após a morte de seu criador.
Angra, Andre Matos e o público japonês
Kiko prosseguiu certificando de que o objetivo no início do Angra era muito claro: agradar o público japonês.
“O Andre fez isso e os japoneses gostaram. O Toninho (Pirani, empresário) falou que se tiver uma música nesse esquema, conseguimos mandar uma demo para o Japão. Se você tivesse uma conexão com uma gravadora, tinha que ir nesse caminho.”
De fato, “Angels Cry” (1993), debut do Angra, chegou ao 17º lugar na parada japonesa, onde foi lançado em primeira mão. As faixas contavam com referências a compositores clássicos como Franz Schubert, Niccolò Paganini, Antonio Vivaldi e Felix Mendelssohn.
Viper e “Theatre of Fate”
Lançado em 10 de outubro de 1989, “Theatre of Fate” foi o último trabalho de estúdio do Viper a contar com Andre Matos. Completavam a formação os guitarristas Yves Passarell e Felipe Machado, o baixista Pit Passarell e o baterista Guilherme Martin.
O trabalho teve distribuição nos Estados Unidos, Europa e Japão, onde conseguiu altas vendagens. A sonoridade ganhou ares mais sofisticados em comparação ao debut, “Soldiers of Sunrise” (1987).
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | TikTok | Facebook | YouTube | Threads.
