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Por que o classic rock pode morrer em breve, segundo Steven Van Zandt

Relação da música com a indústria do cinema e da TV é a chave para entender o problema, para o guitarrista da E Street Band

Steven Van Zandt é um artista de bastante experiência. Além de fazer parte da E Street Band, que acompanha Bruce Springsteen, o guitarrista também tem uma carreira como ator.

Seu conhecimento de cinema e TV são cruciais para uma visão única da indústria musical — e do alto de toda essa bagagem, o músico não está nada otimista a respeito do futuro do chamado “classic rock”.

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Em participação no podcast Club Random with Bill Maher (via Ultimate Classic Rock), Van Zandt disse que uma das principais fontes de renda de um músico hoje consiste em licenciar material para ser usado em filmes, séries e comerciais. O artista explicou, resumidamente, como isso funciona:

“Exatamente agora, como a indústria de discos está morta, não há mais venda de discos além de Taylor Swift e Beyoncé. Você tem um monte de, sei lá, pessoas de 25 anos com uma lista de músicas e números do lado. Então, se você quer fazer um filme ou uma série de TV, você pede a música, eles olham o número e te cobram aquele número, o que é sempre caro, porque não há outra renda (para o artista).”

Steven explica que o classic rock é um dos gêneros mais procurados para esse tipo de licença. Com os preços altos, cineastas e diretores vão passar a procurar outros estilos de música que sejam mais baratos.

Na opinião do guitarrista, é exatamente isso que pode colocar tudo a perder. A ausência de canções de rock clássico em filmes e séries levará o público a, progressivamente, deixar de consumir os trabalhos desses músicos.

“Este é um problema real. E eu acho que daqui a 10 anos, 20 anos, vai ser um problema porque toda essa música vai morrer se não for promovida e ouvida. Vai ser tipo: ‘O que é Motown? Quem são os Rolling Stones?’”

Steven Van Zandt, classic rock e o licenciamento

O guitarrista e ator espera que a legislação nesse sentido mude isso nos próximos anos, mas enxerga o cenário com preocupação. Ele ainda contou como era nos primórdios, época em que tanto a indústria da música como do cinema ainda estavam longe do tamanho e proporção que possuem hoje. Van Zandt relembrou:

“Quando nós começamos, a música nos filmes era de graça. Era grátis. Martin Scorsese. Ele nunca pediu permissão para colocar ‘Be My Baby’ (das Ronettes) em ‘Caminhos Perigosos’ (1973) porque era de graça. E as pessoas pensavam nisso como promoção para os discos. Ninguém mais está promovendo os discos.”

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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