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“Teatro Mágico do inferno” do Avatar cala a boca de detratores no Summer Breeze

Suecos se valem de cenário mais propício para cativar um público que mostrou-se disposto a ver (e ouvir) para crer

Diz o press-release que o Avatar conquistou os brasileiros ao fazer a abertura para o Iron Maiden em 2022. Sabemos que não foi bem assim. Se pelo estilo (death metal melódico) ou pela indumentária (um Teatro Mágico do inferno), os suecos não passaram pelo crivo dos fãs mais ortodoxos da Donzela, que são maioria esmagadora.

Uma nova chance foi dada pelo Summer Breeze Brasil a Johannes Eckerström (vocal), Jonas “Kungen” Jarlsby e Tim Öhrström (guitarras), Henrik Sandelin (baixo) e John Alfredsson (bateria) no último domingo (28). Atração vespertina do Hot Stage, o Avatar se valeu do cenário mais propício de um festival e do público que, lá pelas tantas, mostrou-se disposto a ver (e ouvir) para crer se o grupo era essa bomba toda mesmo.

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Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Musicalmente, ainda se procura os diferenciais em relação aos contemporâneos. Porém, em termos de performance, Eckerström em especial sintetiza o porquê de a banda ser tão benquista lá fora e também o motivo da reprovação pelos headbangers old school.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Embora o visual, e até mesmo as letras, conjurem imagens de horror e pesadelo, o vocalista, showman nato, é também afeito a piadinhas — olá, Alice Cooper! —, e isso pode ser um problema grave para fãs de um gênero que em larga escala ainda não aprendeu a rir de si mesmo.

“Vocês sangrariam por nós?”, pergunta ele antes de “Paint Me Red”. Ao receber vários “Yeah!” como resposta, ele acrescenta: “Ok, agradeço, mas, por favor, não o façam, pois isso seria doentio”. O riso correu solto. Noutro momento, pediu licença para “arrasar este palco”… e com um toquinho derrubou o pedestal do microfone. “Ops!”. Novas gargalhadas.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

O presente giro, denominado The Great Metal Circus, é em apoio a “Dance Devil Dance” (2023). Assim, o nono álbum de estúdio da banda é o que mais canções emplaca no repertório de pouco mais de uma hora.

Entre elas estão “Chimp Mosh Pit”, durante a qual Johannes comandou, sem muito sucesso, a abertura de um wall of death no público, e “The Dirt I’m Buried In”, que chegou ao topo das paradas da Billboard e, no Memorial da América Latina, foi o ponto mais alto de uma apresentação triunfante. Os detratores que mordam a língua.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

**Este conteúdo faz parte da cobertura Summer Breeze Brasil 2024 — clique para conferir outras resenhas com fotos e vídeos.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Avatar — ao vivo no Summer Breeze Brasil 2024

Repertório:

  1. Dance Devil Dance
  2. The Eagle Has Landed
  3. Valley of Disease
  4. Chimp Mosh Pit
  5. Colossus
  6. Bloody Angel
  7. For the Swarm
  8. Paint Me Red
  9. Let It Burn
  10. Tower
  11. The Dirt I’m Buried In
  12. Smells Like a Freakshow
  13. Hail the Apocalypse
Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox
Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

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Marcelo Vieira
Marcelo Vieirahttp://www.marcelovieiramusic.com.br
Marcelo Vieira é jornalista graduado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA), com especialização em Produção Editorial pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Há mais de dez anos atua no mercado editorial como editor de livros e tradutor freelancer. Escreve sobre música desde 2006, com passagens por veículos como Collector's Room, Metal Na Lata e Rock Brigade Magazine, para os quais realizou entrevistas com artistas nacionais e internacionais, cobriu shows e festivais, e resenhou centenas de álbuns, tanto clássicos como lançamentos, do rock e do metal.

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