Ainda enquanto fazia parte dos Beatles, John Lennon começou a se aproximar de ideias pacifistas, com críticas a autoridades de potências como Estados Unidos e Reino Unido por entrarem em guerras. Tais conceitos foram compartilhados por sua esposa, Yoko Ono, mas pareciam não encontrar grande respaldo na banda.
Essa visão voltou a ser confirmada por Paul McCartney, eterno parceiro de composições de John, em entrevista de 2021 à BBC Radio. Conforme transcrito pelo Ultimate Guitar, o músico definiu como “bobagem” as ideias pacifistas do colega, falecido em 1980.
O assunto veio à tona após Paul ser perguntado sobre o fim dos Beatles e a iniciativa de John em “explorar novos territórios artísticos com Yoko Ono”. Em outras entrevistas, McCartney havia atribuído o encerramento da banda a Lennon, que, em meio a tantas brigas, simplesmente teria dito um dia que iria deixar o grupo.
“A questão é: muitas coisas que eles consideravam como verdadeiras eram bobagem. ‘A guerra acabou’ (‘War is over’) – não, não acabou. ‘Se um número suficiente de pessoas quiser o fim da guerra, ela vai acabar’ – não tenho certeza se isso é inteiramente verdade.”
Apesar disso, os músicos puderam se reconciliar antes do trágico assassinato de John. Durante a entrevista à BBC, Paul refletiu sobre como a perda do amigo ainda o impacta.
“Estava sentado em um pequeno quarto vazio pensando pensando em John e percebendo que o perdi. Foi uma perda poderosa. Se eu falo: ‘eu realmente te amei’, aí está, falei isso.”
Paul McCartney e a fama dos Beatles
Em outro momento curioso do bate-papo, Paul McCartney falou sobre a popularidade conquistada pelos Beatles ao longo das décadas. Ainda hoje, ele parece não acreditar no tamanho adquirido pela banda.
“Frequentemente, paro e penso: ‘oh meu Deus, eu realmente conheci Elvis Presley, eu realmente estive na casa dele’. Às vezes, eu me belisco e me questiono: ‘eu realmente estava lá?’.”
Ocasião com Elvis Presley
Quando os Beatles conheceram Elvis Presley, o rei do rock já não era o astro rebelde e transgressor de alguns anos antes. Na verdade, ele parecia mais preocupado com a carreira cinematográfica do que com a musical – o que mais tarde se descobriu ser uma artimanha de seu empresário, Tom Parker, a quem o cantor era totalmente submisso.
Ainda assim, Paul McCartney pôde ter um momento bastante peculiar ao lado de seu ídolo. Em entrevista ao escritor Tony Bacon, originalmente publicada no livro “The Bass Book” (1994), o já não tão rapaz de Liverpool recordou:
“Elvis estava aprendendo a tocar baixo. Então pude dar algumas dicas a ele. Disse de brincadeira: ‘Está aprendendo o baixo, filho? Sente-se e deixe eu lhe mostrar algumas coisas’.”
O músico também falou sobre o crescimento da função do baixista em uma banda. Inicialmente, a função sequer era realmente levada em consideração quando comparada à de um guitarrista ou baterista, figuras sempre proeminentes no imaginário de um aspirante.
“Desde o início, assim que superei o fato de que estava sobrecarregado com o baixo [risos], fiquei muito orgulhoso de ser um baixista, muito orgulhoso da ideia. Basta você perceber o controle que tinha sobre a banda. Eles não podem ir a lugar nenhum sem você, cara. Ha! Poder!”
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