O último show do Slayer aconteceu no dia 30 de novembro de 2019 no The Forum, em Los Angeles, Estados Unidos. Além de marcar o encerramento das atividades da icônica banda, o momento também é o último em que Kerry King e Tom Araya, únicos que permaneceram por toda a história do grupo, se falaram.
Em entrevista à Rolling Stone – repercutida pelo Blabbermouth – para divulgar sua banda e álbum solo, o guitarrista revelou que a dupla não mantém qualquer tipo de contato. O próprio não se sente surpreso pelo distanciamento, já que os dois nunca foram necessariamente os melhores amigos.
Ele começou dizendo como descobriu que o frontman planejava se aposentar:
“Estávamos em turnê, um garoto o entrevistou e ele disse algo como: ‘preciso me encontrar com Kerry e conversar antes de planejarmos o próximo disco’. Ele deveria apenas ter dito: ‘provavelmente não vou gravar outro disco’, ou ter tido aquela conversa comigo antes de mencionar algo assim. Fiquei pensando: ‘o que será que vai acontecer?’ Então ele falou: ‘estou parando’. Não era o que eu esperava. Mas se a decisão estava tomada, não ia tentar dissuadi-lo, porque seu coração não estaria mais nisso de qualquer maneira.”
Em relação ao que levou Araya a optar por bater em retirada, King deixa claro que não se interessou em investigar as razões. Porém, também tem suas teorias.
“Acho que foi apenas o desgaste da estrada. Provavelmente ele queria ficar mais em casa. Nenhum de nós é um verdadeiro fanático por holofotes, mas ele menos ainda. Quando Jeff [Hanneman, falecido guitarrista do Slayer] ainda estava por perto, Tom se comportava como um eremita. Não queria fama. Eu tolero a fama. Alguém tem que ser esse cara.”
Kerry, Tom e as diferenças pessoais
Em relação a questões fora da música, Kerry reconhece que as diferenças de personalidades também tiveram participação.
“Tom e eu nunca estivemos na mesma página. Por exemplo, se eu quisesse um shake de chocolate, ele queria um de baunilha. ‘Kerry, de que cor é o céu?’ Azul. ‘Tom, de que cor é o céu?’ Branco. Somos apenas pessoas diferentes. Quanto mais avançamos em idade, mais isso se tornou real. Ele gosta um pouco de tequila e eu sou uma grande fã de tequila, então tomava minha dose com ele e nos distanciávamos. Não vamos sair juntos nem nada porque somos pessoas muito diferentes. O que nos unia é que fizemos boa música e um ótimo show ao vivo.”
Sendo assim, não surpreende que os dois sequer tenham se falado nos últimos anos.
“Nem mesmo uma mensagem de texto. Nem mesmo um e-mail. Falei com todo mundo da banda por telefone, mensagem de texto ou e-mail. Se Tom me ligasse, eu provavelmente responderia. Dependeria do motivo do contato. Mas não desejo que ele morra neste momento.”
Slayer? Nunca mais
Com tudo isso em mente, os fãs não podem esperar que um dia o Slayer se reúna para gravar um disco, ou algo assim.
“Tenho convicção de que isso não vai acontecer. O Slayer poderia fazer um show novamente? Certamente haveria uma possibilidade do ponto de vista de propostas que recebemos. Estou procurando por isso? Não, estou apenas me preparando para começar minha carreira solo. Então, se um dia acontecer, aconteceu. Mas vou seguir com a minha própria banda pelos próximos 10 anos, pelo menos.”
Kerry King solo
“From Hell I Rise”, primeiro álbum a levar o nome de Kerry King, sai dia 17 de maio. O trabalho conta com 13 faixas e é descrito como uma extensão sonora da banda que consagrou o guitarrista, com direito a reaproveitar material feito à época de “Repentless”, último disco do grupo.
A formação que acompanha o protagonista conta com Mark Osegueda (Death Angel) nos vocais, Paul Bostaph (ex-Slayer) na bateria, Kyle Sanders (ex-Hellyeah) no baixo e Phil Demmel (ex-Machine Head, Vio-Lence) na guitarra. A produção do disco é assinada por Josh Wilbur (Lamb of God).
Confira detalhes completos do trabalho, além do single “Idle Hands”, clicando aqui.
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