Após uma tentativa entre 2005 e 2007, Joey Belladonna e o Anthrax fizeram as pazes de vez em 2010, reparando um dos rompimentos mais notórios do thrash metal. Quando o vocalista deixou a formação originalmente, em 1992, o grupo estava no seu auge comercial. A entrada de seu substituto, John Bush, simbolizou uma mudança sonora ao incrporar mais elementos de rock alternativo e um tom mais sério nas composições.
Todos esses anos depois, o que Belladonna acha do material feito pela banda sem ele? Em entrevista ao Chuck Shute Podcast (transcrição via Metal Injection), o cantor não teve papas na língua ao discutir o som do Anthrax com Bush nos vocais.
Ele falou:
“Não ouvi nada do tipo: ’meu Deus, agora eles realmente desvendaram a fórmula’ ou ‘é muito melhor’. Era diferente – eu reconheço isso. Mas não era nada tipo: ‘p#ta que pariu, cara, eles deveriam ter feito isso há muito tempo, esquece’. Digo, além de falar: ‘ei, é diferente – meio que gostei desse estilo diferente’. Mas pra mim não foi melhor.”
O que Belladonna realmente questionou na entrevista não foi seu substituto, mas o timing da mudança. Ele disse:
“A gente tava voando. Logo depois de ‘Persistence of Time’ (1990), a gente tava decolando. Tudo estava acontecendo.”
A demissão de Joey Belladonna
O Anthrax demitiu Joey Belladonna em 1992, logo após assinar um contrato de US$ 10 milhões com a Elektra Records. Foram alegadas “diferenças criativas e estilísticas”.
Em uma série de vídeos em 2022 comemorando os 40 anos da banda (transcrição via Blabbermouth), o guitarrista Scott Ian falou sobre a decisão:
“É horrível quando você tem que tomar uma decisão como esta. Criativamente, todos nós sentíamos que não havia nenhuma maneira de seguir em frente como as coisas estavam. Tínhamos acabado de bater em uma parede. Foi a decisão mais difícil da nossa história, com certeza. E nunca houve nada pessoal com Joey, juro. Foi realmente uma maneira de resgatarmos nossa força para podermos seguir em frente. Odeio que tenha precisado acontecer.”
Ian continuou a dizer que, embora tenha sido um momento infeliz, as coisas aconteceram como deveriam.
“Tudo deu certo no final. Joey voltou em 2010 e estamos melhor do que nunca. Realmente acredito que tudo deu certo por algum motivo.”
O baixista Frank Bello reconheceu ser difícil assimilar a questão até hoje.
“Foi uma mudança visando o melhor para a banda, por conta de para onde estávamos indo. Mesmo assim, foi uma decisão difícil.”
E o baterista Charlie Benante também compartilhou suas ideias sobre a situação.
“O eu daquela época era mais arrogante do que sou agora. Amo muito o Joey. À época, éramos pessoas diferentes. Sentíamos que essa era a única coisa que poderia nos levar ao próximo nível ou ao próximo capítulo da banda.”
Anthrax com John Bush e depois
Josh Bush foi o vocalista até 2005, quando o Anthrax saiu em turnê com sua formação clássica, durante a qual Joey Belladonna assumiu os vocais. Isso deu início a uma dança das cadeiras entre os dois e ainda um terceiro cantor, Dan Nelson, que durou até 2010, quando Joey e o grupo fizeram as pazes de vez.
Desde então, eles lançaram dois discos – “Worship Music” (2011) e “For All Kings” (2016). No início de 2023, eles começaram os trabalhos para um disco novo com o produtor Jay Ruston.
Quando perguntado se ainda guarda mágoas de sua demissão, Belladonna falou ao Chuck Shute Podcast:
“Nós somos uma banda unida e isso funciona bem. Por que não? Encontre um jeito, descubra uma solução, tente fazer algo duradouro e aproveite o que você tem. E entenda que isso é uma ótima situação para se estar, na qual quatro de cinco pessoas são muito capazes de fazer tudo que podem fazer musicalmente, e ao vivo – é bem bom.”
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