Entre os vários músicos que passaram pelo King Crimson em mais de meio século, Adrian Belew foi um dos mais duradouros. O guitarrista e vocalista entrou em 1981 e, entre idas e vindas, foi integrante chave até 2009.
Em entrevista à revista Prog, o músico falou sobre como foi trabalhar tendo Robert Fripp como líder incontestável do grupo, único a participar de todas as formações. E revelou o quanto de liberdade lhe era oferecida dentro do contexto criativo.
Ele declarou:
“O trabalho era multitarefa, porque eu precisava escrever qualquer material que fosse cantado. Então, Robert e eu desenvolvemos algumas ideias juntos. Se eu dissesse: ‘Bem, acho que posso fazer uma música disso’, ele responderia: ‘Ok, então depende de você. Escreva as letras; têm que ser suas palavras e sua melodia porque você é o cantor’.
O outro papel era ser o frontman e isso não me incomodava. Mas a parte mais difícil para mim foi me adaptar à precisão de Robert. Não era meu estilo inicial, então praticávamos de quatro a cinco horas todos os dias para me acostumar a ser capaz de fazer isso. Levou umas seis semanas até entender. O resultado foi o álbum ‘Discipline’ (1981).”
Adrian ainda exaltou que, apesar de ser a cabeça principal, Fripp sempre o encorajou.
“Ele me dava total incentivo, assim como liberdade para mudar o que achasse necessário. Realmente me apoiou o tempo todo. Havia uma espécie de diretriz e regras sobre o que funcionava na banda e o que você não fazia. Eu sempre disse que é como ter uma caixa com 24 gizes de cera e você só pegar seis agora, e esses são os que você pode usar. O resto não pode. Quer dizer, era difícil!”
A única frustração no King Crimson
No saldo final, Adrian Belew carrega apenas uma frustração.
“Passei mais tempo com as letras do que com qualquer outra coisa e gostaria de ter mais crédito por ser o letrista. Ninguém nunca diz nada sobre essa parte, mas as letras foram o mais difícil para mim.”
Sobre Adrian Belew
Nascido em Covington, estado americano do Kentucky, Robert Steven Belew é conhecido pelo método pouco convencional de tocar guitarra, criando sons impressionistas.
Além do King Crimson, trabalhou com nomes como Talking Heads, David Bowie, Frank Zappa, Joe Cocker, Jean Michel Jarre, Cyndi Lauper, Mike Oldfield, Porcupine Tree e Nine Inch Nails. Também lançou mais de 20 álbuns solo, misturando música pop com experimentalismo.
Ainda trabalhou como desenvolvedor de instrumentos da Parker Guitars, criando seu próprio modelo, a Parker Fly.
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