Guitarrista do Extreme, Nuno Bettencourt também é conhecido por ter trabalhado com a cantora pop Rihanna. Depois de oito anos sem shows, os dois estiveram juntos no início de 2023, quando ela se apresentou no intervalo do Super Bowl, a final do torneio de futebol americano e um dos momentos mais aguardados da TV nos Estados Unidos.
Em entrevista para a edição de janeiro de 2024 da revista Classic Rock, o músico português foi perguntado sobre Rihanna ter ouvido o novo álbum do Extreme, “Six”, lançado em junho de 2023. Bettencourt relembrou que os últimos tempos têm sido ocupados na vida da cantora.
“Eu não sei. Ela estava ocupada tendo um bebê”.
Isso não quer dizer que ele não tenha feito uma tentativa.
“Mas eu mandei para ela e para todos na equipe cada videoclipe conforme eles iam saindo e recebi um monte de curtidas de volta.”
O guitarrista também falou sobre a felicidade de voltar a estar com Rihanna no Super Bowl e ainda brincou com o fato de ter aparecido pouco.
“Como grande fã de esportes, digo que fiz parte de um dos maiores shows da Terra, mesmo se você tiver que pausar por 1,3 milissegundos para me ver. Apenas por ser parte de toda a história já foi um sonho realizado.”
Extreme e “Six”
“Six” é o primeiro álbum de material inédito do Extreme em 15 anos. O disco foi impulsionado pela repercussão do single “Rise”, que contava com um verdadeiro show solo de Nuno Bettencourt, tendo viralizado massivamente online. Com o feedback, o trabalho entrou em várias paradas internacionais.
Também à Classic Rock, o instrumentista confessou que seus objetivos não eram nada humildes quando entrou em estúdio para gravar não apenas o solo de “Rise”, mas todo o álbum.
“Eu digo isso com muita humildade, mas meu empresário questionou: ‘Ei, qual é a sua vibe? O que você pretende como guitarrista neste álbum?’. Respondi: ‘Estou buscando sangue’. Queria trazer a guitarra de volta. Não necessariamente de uma forma técnica, mas sendo alegre e emocionante. Todos os grandes guitarristas tinham criatividade, mas havia amor e paixão no que faziam.”
Nuno Bettencourt e Rihanna
A parceria de Nuno Bettencourt com Rihanna foi intermediada por outra figura conhecida do hard rock oitentista: Tony Bruno, guitarrista original do Danger Danger e diretor de palco de vários artistas pop consagrados. Ela teve início em 2009, na turnê “Last Girl on Earth” e foi até 2016, na “Anti World Tour”, antes da reunião no Super Bowl.
Durante bate-papo com Herman Li, guitarrista do Dragonforce, o músico do Extreme falou (com transcrição do Ultimate Guitar) sobre como lida com o fato de algumas pessoas ainda tratarem com certo desdém o fato de ele ter participado da banda de apoio de uma popstar.
“Também pensei que não seria tão difícil quando decidi tentar. Mas estava f*didamente errado. Se você realmente ouvir o material de Rihanna, o que deveria, notará que vai do reggae a uma faixa club, passando pelo trap. Você tem que mudar o raciocínio entre uma música e outra para realmente fazer soar bem. Os músicos com quem você toca em um trabalho desses não são brincadeira. São os músicos dos músicos, os maiores do mundo.”
Bettencourt aproveitou o ensejo para desmistificar um pré-conceito popular.
“Sabe, muitas pessoas perguntam: ‘Ela sabe cantar?’ Claro que sim. Ela nunca dublou ao vivo. As produções hoje em dia têm muito mais autotune. E eles usaram, mas ela não precisava. […] Fiquei realmente impressionado.”
O guitarrista até mesmo convidava a imprensa rock/metal que ia entrevistá-lo a assistir às apresentações, para ver como não estava ali para brincadeira.
“Dizia para que ficassem e assistissem as duas primeiras músicas. Caso não gostassem, podiam ir embora. Vários voltavam ao final do show pedindo desculpas, dizendo que não faziam ideia de como era. Havia muito espaço para os meus solos e a banda era insana.”
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