Há décadas, Mick Mars convive com as dores da espondilite anquilosante. A doença degenerativa é uma espécie de artrite autoimune que causa, especialmente, rigidez e dor nas articulações da coluna. Hoje com 72 anos, o ex-guitarrista do Mötley Crüe foi diagnosticado com o problema de saúde quando tinha apenas 19.
Prestes a lançar seu primeiro álbum solo, Mars falou sobre como tem sido viver com as limitações provocadas pela doença. Em participação na rádio Q104.3 (via Metal Injection), ele comentou que mesmo com as dificuldades, pretende seguir fazendo música, ao menos enquanto sua condição física permitir.
Ele declarou:
“Minha EA (espondilite anquilosante) é o que é. Não há nada que eu possa fazer sobre isso. A parte difícil, como voar para lá e para cá – essa porcaria é um pouco difícil para eu fazer hoje em dia, porque eu sou praticamente um osso sólido agora. Ficou um pouco pior, mas isso não significa que eu não vá fazer muita música. Enquanto meu cérebro, minhas mãos e pernas funcionarem, eu nunca vou parar.”
Mars também falou sobre a possibilidade de fazer shows promovendo seu novo disco, “The Other Side of Mars”, que será lançado em fevereiro de 2024:
“Eu diria que se fosse só um show ou uma residência por duas noites, ou algo assim, eu poderia fazer. Mas o problema são os voos. E então você tem, digamos, o Japão. É um voo de 12 horas ou algo assim. Envelhecer com essa porcaria… eu não tenho mais 30 anos, tenho 72.”
Mick Mars e a espondilite anquilosante
Por volta dos 19 anos de idade, Mick Mars foi diagnosticado com espondilite anquilosante.
O problema de saúde poderia tê-lo impedido de manter uma agenda regular como músico que viaja por todo o mundo – ou mesmo de tocar guitarra, uma atividade considerada simples. Todavia, isso nunca aconteceu com ele, que sempre conseguiu honrar seus compromissos, apesar de percalços e situações bem complicadas.
Bem-humorado, o guitarrista contou sobre como as dores começaram a incomodá-lo no livro “The Dirt”, a famosa biografia da banda que originou o filme de mesmo nome.
Segundo ele, as dores começaram nos quadris e foram piorando gradativamente, subindo para o resto do corpo, incluindo costas e estômago.
“Meus quadris começaram a doer tanto a cada vez que eu virava meu corpo que parecia que alguém estava acendendo fogos de artifício nos meus ossos. Eu não tinha dinheiro para ir ao médico, então continuei acreditando que poderia fazer o que eu geralmente fazia: torcer para ir embora, com o poder da minha mente. Mas continuou piorando.”
Com o tempo, as dores se somaram a uma escoliose, o que fez com que ele ficasse alguns centímetros mais baixo, e uma forte sensibilidade à luz. Ele também não consegue mover sua cabeça, o que o impossibilita de dirigir, entre outras atividades.
Em entrevistas, Mick Mars conta que o pior momento de sua saúde foi no início dos anos 2000, quando o Mötley Crüe estava em um período sem atividades. Nessa época, o músico perdeu peso e ficou viciado em analgésicos para conter as dores.
Ao longo dos anos, a saúde de Mars foi um ponto decisivo para as atividade do Mötley Crüe. Chegou-se a cogitar, inclusive, que o encerramento das atividades da banda em 2015 teria a ver com isso – algo negado pelo próprio guitarrista.
Mars sempre preferiu manter o otimismo e o bom-humor, brincando até que o fato de ter ficado “torto” o ajudou, já que sempre consegue ver sua guitarra.
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