O álbum do Iron Maiden que Bruce Dickinson assume culpa pelo som “horrível”

Banda tentou realizar uma “volta às raízes” no início dos anos 1990 e acabou não atingindo o resultado esperado

O BraveWords.com, site da extinta revista canadense Brave Words & Bloody Knuckles, resgatou uma entrevista feita com Bruce Dickinson em 1998. Nela, o cantor promovia seu quinto álbum solo de estúdio, o aclamado “The Chemical Wedding”, último antes do retorno ao Iron Maiden.

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Durante o bate-papo, não daria para deixar de abordar a então ex-banda. Ao mencionar o álbum “No Prayer for the Dying” (1990), o artista assumiu parte da responsabilidade sobre a fracassada tentativa de “volta às raízes” após uma série de discos mais elaborados.

Ele declarou:

“‘No Prayer For The Dying’ foi um álbum que eu tenho que compartilhar a responsabilidade coletiva e também a culpa por ser possivelmente o trabalho com pior som do Maiden de todos os tempos, com exceção do primeiro. Todos nós entramos em uma espécie de loucura coletiva e gravamos na cabine antiquada dos Rolling Stones em um celeiro no meio do inverno. Num acesso de entusiasmo, pensamos ‘nossa, seremos terrivelmente descolados porque seremos agrícolas’ e estávamos correndo por aí com palha no cabelo fazendo solos de guitarra e coisas assim. Um disco com qualidade sonora horrível.”

Na mesma época, Bruce concedeu entrevista à revista britânica Kerrang! onde também mencionou uma faixa do play em questão como a que ofereceria para uma suposta coletânea chamada “Crap Songs of Our Time” – “Canções de M*rda do Nosso Tempo”, em uma tradução livre.

“Com certeza seria ‘Run Silent, Run Deep’, do álbum ‘No Prayer for the Dying’. Há uma parte da letra que eu levei bastante a sério numa certa época, e que diz o seguinte: ‘A cunning fox in the chickens lair / A hound of hell and the devil don’t care’ (‘Uma raposa esperta no galinheiro / Um cão de caça do inferno e o diabo não se importa’). Acredito que essa parte por si só a qualifica.”

Iron Maiden e “No Prayer for the Dying”

Oitavo álbum de estúdio do Iron Maiden, “No Prayer for the Dying” marcou a entrada do guitarrista Janick Gers, em substituição a Adrian Smith – que ainda colaboraria com uma composição no tracklist, “Hooks in You”.

Contém o único single do grupo a ter chegado ao topo da parada inglesa, “Bring Your Daughter… to the Slaughter”, originalmente composta como uma música solo de Bruce Dickinson.

Foi o primeiro a ser gravado em território inglês desde “The Number of the Beast” (1982). O então quinteto alugou a lendária unidade móvel dos Rolling Stones, muito usada por várias bandas clássicas da história do rock.

Apesar das reações críticas por parte dos fãs e mídia especializada, “No Prayer for the Dying” vendeu o suficiente para ganhar disco de ouro nos Estados Unidos e Reino Unido, onde chegou ao segundo lugar na parada.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

1 COMENTÁRIO

  1. ”Contém o único single do grupo a ter chegado ao topo da parada inglesa, “Bring Your Daughter… to the Slaughter”, originalmente composta como música solo de Bruce Dickinson.” só isso já diz muita coisa. Inclusive, essa musica na versão original faz abertura do disco de soundtrack do clássico filme ”A Hora do Pesadelo – Parte 5”. Quem viveu aquela época, automaticamente se lembra de Freddy Krueger e suas assustadoras garras.

    NPFTD é um disco/CD amado e odiado por alguns fãs do Maiden (penúltimo sob produção de Martin Birch), mas creio que nos dias atuais, este album ainda soa mais interessante do que muita coisa longa demais, que o Maiden gravou após as voltas triunfantes de Adrian Smith e Bruce, ao Maiden.

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