Mark Hoppus precisou reaprender a cantar e tocar baixo após quimioterapia

Tratamento contra o câncer acabou por enfraquecer as células cerebrais do músico, o forçando a readquirir hábitos

A volta do lineup clássico do Blink-182 teve como ponto de partida a luta do baixista e vocalista Mark Hoppus contra o câncer. Diagnosticado com um linfoma no início de 2021, o músico passou os meses seguintes travando uma árdua batalha contra a doença. Após álbuns meses, revelou estar livre do problema.

Porém, o processo como um todo teve custo alto na vida do artista. Em entrevista a Zane Lowe, no Apple Music (transcrita pelo Consequence), Mark revelou ter precisado até mesmo reaprender o que fazia naturalmente nos palcos e estúdios.

“Após o tratamento fiquei vazio, apenas uma casca. Meu cérebro foi consumido pela quimioterapia, pela dor e tudo mais. Para voltar ao estúdio e fazer o novo disco tive que aprender a tocar baixo novamente.”

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E não foi só isso. A voz também sofreu os danos de toda a situação.

“A quimioterapia destruiu minhas cordas vocais. Tive que trabalhar com um treinador de canto e reconstruir a garganta para chegar ao ponto em que pudéssemos subir ao palco do Coachella, fazer um dos maiores shows da nossa carreira e ter esse álbum, que é um dos melhores que já fizemos.”

Pensamentos de Mark Hoppus

Em agosto do ano passado, Mark Hoppus chegou a confessar ter pensado em acabar com a própria vida. A revelação foi feita à revista People.

“Eu estava em nossa sala chorando e dizendo para minha esposa: ‘eu não sei se consigo fazer isso’. Ela disse: ‘bem, o que você vai fazer, se matar?’ Isso era exatamente o que eu estava pensando. Foi bem sombrio. Eu fiquei tipo: ‘que m*rda de coisa para se dizer’. Mas também, que coisa gentil, tipo: ‘sai dessa, seu bebê’. (Ela disse) ‘Você tem uma forma reversível de câncer. Vai ser péssimo chegar lá, mas chegue lá’. Tive que fazer esse trabalho.”

“One More Time…”, álbum que marca o reencontro da formação clássica da banda, sai nesta sexta-feira (20). Nono trabalho de estúdio do grupo, conta com 17 faixas. Ano que vem, o Blink-182 tem passagem marcada pelo Brasil, na próxima edição local do Lollapalooza. O trio deveria ter vindo em 2023, mas uma lesão do baterista Travis Barker impediu a realização do show.

** No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV), associação civil sem fins lucrativos, oferece apoio emocional e prevenção do suicídio, gratuitamente, 24 horas por dia. Qualquer pessoa que queira e precise conversar, pode entrar em contato com o CVV, de forma sigilosa, pelo telefone 188, além de e-mail, chat e Skype, disponíveis no site www.cvv.org.br.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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