Os 50 melhores discos ao vivo da história, segundo a revista Classic Rock

Ok, você pode até argumentar que vários foram corrigidos em estúdio, mas o que importa é a energia que eles transmitem

Álbuns ao vivo serviram como porta de entrada para muitos fãs. Afinal de contas, além de possuírem um caráter extraoficial de coletâneas, por reunirem grandes sucessos, ainda contam com uma explosão de energia mais concentrada nas músicas em comparação às suas versões de estúdio.

A revista Classic Rock resolveu elaborar um top 50 com grandes exemplares do gênero. Confira abaixo o resultado, com os comentários da publicação sobre os 3 primeiros.

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Os 50 melhores discos ao vivo, segundo a Classic Rock

50. Ramones – It’s Alive

49. Various: Woodstock: Music From the Original Soundtrack and More

48. Grand Funk Railroad – Live Album

47. Hawkwind – Space Ritual

46. Aerosmith – Live! Bootleg

45. Alice In Chains – Unplugged

44. Jethro Tull – Bursting Out

43. Scorpions – World Wide Live

42. Humble Pie – Performance Rockin’ The Fillmore

41. Jimi Hendrix – Band of Gypsys

40. Little Feat – Waiting for Columbus

39. Kiss – Alive II

38. Whitesnake – Live… In The Heart Of The City

37. Ted Nugent – Double Live Gonzo!

36. Led Zeppelin – How The West Was Won

35. U2 – Under A Blood Red Sky

34. Talking Heads – Stop Making Sense

33. Wings – Wings Over America

32. Rainbow – On Stage

31. The Band – The Last Waltz

30. Nirvana – MTV Unplugged in New York

29. The Rolling Stones – Get Yer Ya-Ya’s Out!

28. Genesis – Seconds Out

27. Neil Young & Crazy Horse – Live Rust

26. Johnny Cash – At Folsom Prison

25. Judas Priest – Unleashed In The East

24. Bruce Springsteen & the E Street Band – Live/1975-85

23. Motörhead – No Sleep ’Til Hammersmith

22. Rory Gallagher – Irish Tour ’74

21. Queen – Live Killers

20. Bob Seger & the Silver Bullet Band – Live Bullet

19. Queen – Live at Wembley ’86

18. Yes – Yessongs

17. Lynyrd Skynyrd – One More From The Road

16. Pink Floyd – Pulse

15. Cheap Trick – At Budokan

14. Led Zeppelin – The Song Remains The Same

13. Kiss – Alive!

12. Rush – All The World’s A Stage

11. Peter Frampton – Frampton Comes Alive!

10. The Allman Brothers Band – At Fillmore East

9. AC/DC – If You Want Blood You’ve Got It

8. Iron Maiden – Live After Death

7. Slade – Slade Alive!

6. Status Quo – Quo Live!

5. Rush – Exit… Stage Left

4. UFO – Strangers In The Night

3. The Who – Live At Leeds

É difícil agora imaginar ou recriar o impacto que “Live At Leeds” do The Who teve em seu lançamento, dia 23 de maio de 1970.

O disco em si tinha apenas seis faixas, três das quais eram covers – “Shakin’ All Over” de Johnny Kidd, “Summertime Blues” de Eddie Cochran e “Young Man Blues” de Mose Allison – junto com “Substitute”, “My Generation” e “Magic Bus”.

Ainda assim, não era curto – “My Generation” teve 16 minutos de duração e incluiu trechos de “See Me, Feel Me”, “Listening To You”, “Underture”, “Naked Eye” e “The Seeker”, enquanto “Magic Bus” durava sete minutos e meio – mas era simples, grosseiro, brutalmente barulhento para a época e embrulhado em uma capa marrom simples.

Encontra todos os membros do grupo – recém-saídos de uma excursão formativa pelos EUA – em uma forma fascinante, quase telepática, com Roger Daltrey superando até mesmo suas melhores performances em “Tommy”, e muito menos nos álbuns anteriores.

Geddy Lee, baixista, vocalista e tecladista do Rush, diz:

“Eu era um grande fã do Who. Ainda sou. Como muitas pessoas, tudo começou com ‘My Generation’ para mim. Eu costumava ir até a loja Sam The Record Man na cidade para comprar meus discos. Foi aí que consegui o ‘Live At Leeds’ em um sábado de manhã. E o baixo de ‘My Generation’, quero dizer, John Entwistle, meu Deus, ele foi uma influência absoluta para mim e sua forma de tocar no Leeds é insuperável.”

2. Thin Lizzy – Live And Dangerous

Embora o produtor Tony Visconti tenha afirmado mais tarde que 75 por cento de ‘Live and Dangerous’ foi recriado após o fato em estúdio, como alguém que esteve em um dos shows (nota da redação: o repórter inglês, é claro, nós não tivemos essa benção), posso garantir que o álbum é uma representação precisa do clássico lineup Lynott-Robbo-Gorham-Downey no auge de seus poderes.

Ele faz o que todos os grandes álbuns ao vivo fazem: oferece performances ainda melhores de clássicos de estúdio. O melhor de tudo é que transmite a sensação – palpável nos shows – de como aqueles caras realmente eram quando estavam na mesma sala. Devia haver 50 pessoas em cada lado do palco, desde George Best até várias garotas, celebridades da TV, groupies e traficantes de drogas, todos subindo ao palco em vários momentos. Você não pode ver no disco, mas pode ouvir a diversão, sentir o estalo.

Um álbum duplo, inclui um monte das melhores músicas de rock já escritas: não o primeiro single de sucesso da banda, “Whiskey In The Jar”, mas tantas outras: “Jailbreak”, “Emerald”, “Don’t Believe A Word”, “Dancing In The Moonlight (It’s Caught Me In Its Spotlight)”, “Rosalie”, “Johnny The Fox Meets Jimmy The Weed”, “The Rocker” e, claro, “Cowboy Song” e “The Boys Are Back In Town”.

Também tem uma das grandes baladas do rock, “Still In Love With You”, na qual a forma de tocar de Gorham e Robertson vai partir seu coração. E tem o tipo de brincadeira entre as músicas que só um homem tão charmoso como Phil poderia ter conseguido. “Há alguém aqui com algum irlandês? Há alguma garota que queira um pouco mais de irlandês?”

1. Deep Purple – Made in Japan

A cultura japonesa mal havia tocado a Grã-Bretanha no início dos anos 70. A ideia de uma banda de rock fazer shows lá era verdadeiramente exótica. “Made In Japan” foi um lançamento pioneiro gerado em uma terra distante; tinha um caráter misterioso e sobrenatural que outros álbuns ao vivo, gravados em locais muito mais mundanos, não conseguiam igualar. Também ajudou o fato de ser um álbum duplo, com uma deliciosa capa dourada.

O Deep Purple estava no auge, tendo lançado “Machine Head”, que definiu sua carreira, poucos meses antes. Em “Made In Japan” eles traçaram uma linha tênue entre o intenso e o indulgente, os quatro lados do vinil dando-lhes espaço para se esticar – e nós queremos dizer esticar. Incrivelmente, havia apenas sete faixas; “Highway Star”, que abriu o lado um, foi a única a marcar menos de sete minutos.

O lado quatro incluía uma versão monstruosa de 20 minutos de “Space Truckin’”; “The Mule”, por sua vez, continha um solo de bateria de Ian Paice de seis minutos. Pode parecer absurdo agora, mas antigamente só conseguíamos balançar a cabeça, incrédulos, diante do brilho absoluto e desenfreado de tudo isso.

O próprio baterista ressalta:

“De seu tipo, ainda é provavelmente o melhor álbum de rock’n’roll ao vivo já feito. E isso conta tudo o que o Led Zeppelin fez, qualquer coisa que o Black Sabbath possa ter feito, Bad Company, Free… Como um tour de force de inovação e de viver no limite e tocar bem com um som fantástico, nada chega perto.”

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

7 COMENTÁRIOS

  1. Como todo check list, existe algo de subjetivo! Então vou adicionar mais um pouco de subjetividade! Faltou Alchemy – Dire Straits e Show of Hands – Rush! De resto, está honesta, a lista!

  2. Poderiam ter colocado como menções honrosas álbuns como “The Beatles Live at The Hollywood Bowl”,; “Absolutely Live”, de Rod Stewart; “Live at Pompei”, do Pink Floyd; “Made in Europe”, do Deep Purple; “Live Evil”, do Black Sabbath; “Speak of the devil”, do Ozzy Osbourne, entre tantos outros…

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