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NX Zero retorna triunfante aos palcos de Belo Horizonte em turnê de reunião

Longo repertório percorreu toda a trajetória da banda, que também apostou em espetáculo visual com telão e luzes dando vida à performance

Melodias enraizadas na memória de uma geração, versos e refrões que mexem com nossos sentimentos e uma mistura surpreendente entre nostalgia e novidade. Poderia ser resumida desta forma a apresentação do NX Zero no Expominas, em Belo Horizonte, na última sexta-feira (14), mas o que rolou neste show é digno de detalhes.

Um dos principais nomes do emo nacional, o grupo reuniu sua maior plateia na cidade — 10 mil pessoas — para compromisso de sua turnê de reunião, “Cedo ou Tarde”, iniciada no fim de maio com show na edição carioca do MITA Festival. O retorno da banda era aguardado não apenas pelos fãs, mas também pelos próprios membros. Di Ferrero (voz) decidiu convocar os ex-colegas Gee Rocha (guitarra e voz), Daniel Weksler (bateria), Conrado Grandino (baixo) e Filipe (guitarra) para algumas conversas. O objetivo era entender em que ponto estavam suas carreiras e vidas pessoais para traçar as possibilidades de uma reunião.

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Foto: Paty Sigiliano

Felizmente, chegaram ao acordo com relação a um retorno, que se provou satisfatório por misturar a energia do passado com a bagagem dos anos de experiência. A conexão entre os integrantes é refletida em seu forte vínculo com o público, que permanece fiel ao trabalho dos artistas mesmo após o auge de popularidade dos anos 2000.

*Fotos de Paty Sigiliano / @paty_sigilianophotos. Role para o lado para ver todas. Caso as imagens apareçam pequenas, atualize a página.

NX Zero para todos os gostos

No decorrer de sua trajetória, o NX Zero passou por mudanças e explorou estilos diferentes em alguns de seus discos. O hardcore melódico e o pop punk agregaram, com o tempo, elementos de hip hop, reggae e até soul music. Tudo isso se refletiu na escolha de repertório para a tour, com quase 30 músicas percorrendo as várias fases do quinteto.

O show foi iniciado com a breve instrumental “Vertigem”, anunciando a execução de uma de suas músicas mais potentes, “Só Rezo”. Essa faixa emblemática faz parte do álbum “Sete Chaves” (2009), que também seria representado por canções como “Espero a Minha Vez”, “Insubstituível” e “Mais Além”.

O disco mais representado, porém, foi o best-seller “Agora” (2008), com “Daqui Pra Frente”, “Cedo ou Tarde” (faixa que batiza a tour), “Cartas pra Você”, entre outras. Houve espaço até mesmo para voltar no tempo de vez com “Apenas um Olhar”, faixa do trabalho de estreia “Diálogo?” (2004) dedicada aos fãs de longa data.

Em meio a uma enxurrada de hits que também contemplou “Razões e Emoções”, “Pela Última Vez”, “Hoje o Céu Abriu”, “Além de Mim” e “Ligação”, sobrou espaço ainda para alguns momentos de leveza. Um deles veio com “Pedra Murano”, canção do álbum “Norte” (2015) que mescla elementos reggae. Do mesmo disco, também veio a romântica e groovada “Meu Bem”. Serviu para mostrar as transformações que ocorreram ao longo da história da banda.

Foto: Paty Sigiliano

Apesar disso, apostar em nostalgia — seja por estratégia ou por pura vontade do conjunto — foi uma escolha acertada, já que a plateia ficou um pouco mais morna durante músicas mais recentes e outras que não se tornaram tão populares assim. Canções como “Vamos Seguir” não receberam tanta atenção quanto as demais — inclusive, a música citada está em um EP pouco conhecido e lançado em um período de crise na banda, “Estamos no Começo de Algo Muito Bom, Não Precisa ter Nome Não” (2014).

As referências ao passado se provam também no resgate de algumas “tradições”. Uma delas se deu na interação ao executar “Inimigo Invisível”. Em determinado trecho, Di Ferrero sugeriu que os fãs se preparem para pular enquanto ele conta até 4 — convite devidamente aceito pela plateia.

Presença de música nova

Se outros momentos menos conhecidos do passado foram recebidos de um jeito mais morno, a nova música “Você Vai Lembrar de Mim” obteve reações calorosas de um público que até mesmo cantou junto. A primeira canção desde o retorno do grupo foi lançada na última quinta-feira (13), contrariando a intenção inicial dos membros de se reunir apenas para matar a saudade dos palcos.

O arranjo do single evidencia a identidade clássica do grupo, com sonoridade emotiva, riff enérgico, bateria na pegada pop punk e voz de apoio bem presente. Se o retorno for definitivo e gerar mais material inédito, será que as canções vão resgatar suas origens como nesta faixa ou seguirão nos experimentos dos últimos trabalhos antes do hiato? Fica a dúvida.

Lembranças e homenagens

Mesmo com um espetáculo tão bem engendrado, o NX Zero teve a oportunidade de mostrar um pouco de seu carisma. Durante a apresentação, o respeito por Belo Horizonte foi evidenciado inclusive pela lembrança da primeira vez em que tocaram por aqui, em uma das casas mais icônicas da cena local, o Matriz. Como forma de homenagear a cidade e suas influências que vieram da região, executaram um trecho de “Acima do Sol”, hit do grupo belorizontino Skank.

Foto: Paty Sigiliano

Outra homenagem surgiu ao inesquecível Chorão. No telão, eles apresentaram um trecho dos bastidores da participação do cantor do Charlie Brown Jr no álbum de remixes “Projeto Paralelo” (2010). O emocionante momento serviu a introdução perfeita para a música que mais sensibiliza os fãs, a clássica “Cedo ou Tarde”. Lágrimas rolaram enquanto as vozes da plateia entoavam o refrão.

Ao contrário de “Vamos Seguir”, que não fez tanto sentido no setlist, “Uma Gota no Oceano”, do mesmo EP, mostrou-se pertinente sob a mesma proposta, pelo fato de ter sido composta em tributo a Chorão e ao baixista Champignon.

Foto: Paty Sigiliano

Entregando tudo

Em material de divulgação da turnê, o NX Zero disse que o aspecto visual dos shows têm influência de shows internacionais, em especial na parte de luzes. Foi prometido e devidamente entregue, já que a iluminação se mostrou um elemento marcante da apresentação.

O jogo de luzes dinâmico era sincronizado a cada canção. Os feixes coloridos, os strobes, os efeitos de iluminação e as projeções diversas no telão de fundo deram vida à performance, ampliando a experiência sensorial e elevando o show a outro patamar. Já em termos de presença de palco, é impossível não reparar que a dupla dinâmica Di e Gee é mais ativa e toma conta do cenário.

A qualidade do som também estava impecável, com mixagem bem equilibrada e voz nítida até nas regiões mais distantes do palco. Por outro lado, a distribuição dos setores se mostrou desproporcional, com a área VIP (cujos ingressos custavam mais que o dobro da área comum) ocupando praticamente metade de toda a pista.

A turnê “Cedo ou Tarde” percorre o Brasil até o mês de dezembro, com mais de 25 shows marcados em várias regiões do país. Para mais informações, acesse o site oficial.

*Fotos de Paty Sigiliano / @paty_sigilianophotos. Role para o lado para ver todas. Caso as imagens apareçam pequenas, atualize a página.

NX Zero – ao vivo em Belo Horizonte

  • Local: Expominas
  • Data: 14 de julho de 2023
  • Turnê: Cedo ou Tarde

Repertório:

  1. Intro Vertigem
  2. Só Rezo
  3. Daqui pra Frente
  4. Bem ou Mal
  5. Pela Última Vez
  6. Apenas Um Olhar
  7. Onde Estiver
  8. Uma Gota no Oceano
  9. Espero a Minha Vez
  10. Inimigo Invisível
  11. Cedo ou Tarde
  12. Você Vai Lembrar de Mim
  13. Meu Bem
  14. Insubstituível 
  15. Círculos
  16. Acima do Sol (Skank)
  17. Silêncio
  18. Cartas Pra Você (Acústico)
  19. Mais Além
  20. Hoje o Céu Abriu
  21. Vamos Seguir
  22. Pedra Murano
  23. Ligação 
  24. Intro Seven Nation Army
  25. Não é Normal
  26. A Melhor Parte de Mim
  27. Além de Mim
  28. Razões e Emoções

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“Bem ou Mal”:

“Espero a Minha Vez”:

“Daqui Pra Frente”:

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Yandra Neves
Yandra Neveshttps://igormiranda.com.br/
Yandra Neves, também conhecida como Drika, é graduada em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Desde 2021, atua como redatora na área do Marketing e produz conteúdos sobre os mais variados assuntos. Escrever sobre música é uma nova empreitada que vem para unir o útil ao agradável, pois desde a infância está ligada ao universo do rock. Mas foi na adolescência que descobriu uma paixão pelos estilos alternativos, e assim permanece até os dias de hoje, aos 29 anos.

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