Jake Kiszka não é exatamente um shredder. As influências do guitarrista do Greta Van Fleet são mais orientadas ao blues e ao rock clássico, então, nada de “fritar” várias notas por segundo no braço do instrumento.
Em recente conversa com a revista Guitar Player (via Guitar.com), Jake analisou o shredding pela perspectiva espiritual e usou Jimi Hendrix como exemplo.
“Eu nunca fui um grande fã de fritação. Realmente não me interessou, porque eu não ouvia a alma e a dinâmica de um estilo anterior de tocar guitarra. Quando Jimi Hendrix tocava guitarra, você podia sentir a alma saindo de seu corpo. Aquele momento ali provavelmente definiu minha direção e abordagem. Para mim, a música vinda do shred não alcança isso.”
Usando o argumento de que a fritação e a distorção tiram o elemento humano da música, Kiszka apontou Eddie Van Halen como o único shredder capaz de se sobressair à técnica.
“Eddie Van Halen é uma exceção. Eu gosto de sua abordagem – ele inspirou e criou um tipo de música. Havia nuances suficientes no que ele estava fazendo para que você ainda pudesse ouvir um elemento humano. Hoje em dia, os amplificadores estão muito altos e há muito ganho e distorção. É menos como pintura e mais como arte digital. É como inteligência artificial versus arte humana.”
Eddie Van Halen “força dominante”
Em 2021, meses após a morte de Eddie Van Halen, Jake Kiszka refletiu sobre o legado e a técnica do guitarrista em entrevista à Guitar World.
“[…] Toda a sua carreira e as técnicas que ele criou… ele é uma força tão dominante. É louco. Quando eu era mais jovem, aprendi a técnica de tapping – quer dizer, todo mundo fazia. Todo mundo já tentou tocar como ele.
Sabe, estamos ensaiando e vamos tocar uma música do Van Halen. É uma coisa tão divertida, e quando você toca seus riffs e começa a tocar um solo, você pode sentir sua energia. Isso leva você de volta. Você começa a se perguntar o que ele estava pensando no momento em que estava criando toda aquela música. Ele foi incrível.”
A técnica de Jake Kiszka
Na mesma entrevista à Guitar World, Jake comentou a abordagem técnica por trás do álbum “The Battle at Garden’s Gate” (2021).
“É muito fiel ao amplificador e à guitarra. Gosto quando você pode ouvir a inflexão da guitarra; você pode ouvir um som sedoso e gracioso, quase como um violino. Adoro isso. Pode ser mais autêntico e transparente quando você está tocando um pouco mais limpo – você pode ouvir pequenos detalhes.
Eu trabalho muito para articular acordes e notas. Toda aquela sensibilidade e tecnicidade se perde quando você tem overdrive demais. Você perde todas as nuances do seu tom. Muitos dos músicos de que gosto podem ser ouvidos além de sua distorção. Eles sabiam exatamente quanto usar e como controlá-lo. Jimi Hendrix usava overdrive, mas você ainda podia ouvir sua técnica.”
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