A gravação de um álbum é uma conquista, mas ao mesmo tempo um dos trabalhos mais extenuantes para um artista. Todo o processo de repetição, a busca pelo registro perfeito e o desgaste natural acabam transformando o caminho até o produto final bastante cansativo.
Lars Ulrich que o diga. Em entrevista à Metal Hammer, o baterista do Metallica admitiu que o trabalho em estúdio se torna cada vez mais complexo com o passar do tempo. O que o faz lamentar.
“É frustrante ter que escolher entre 17 versões diferentes de alguma ponte de conexão do terceiro solo de guitarra. Quando tínhamos nossos 20, 30 anos, éramos instintivos. Nunca tomamos decisões ruins. Agora, há 10 maneiras diferentes de fazer tudo. À medida que suas experiências aumentam, também aumentam as opções: ‘Ei, esse é um ótimo riff. O que acontece se for um pouco mais lento? O que acontece se mudarmos o tom?’. De repente, você tem dezenas de malditas versões desse riff e passa o dia pensando em qual é a melhor.”
O músico admite que muito dessa pressão pela escolha ideal se deu por conta do sucesso alcançado.
“Quando estávamos gravando ‘Ride the Lightning’, tínhamos que sair do estúdio na data prevista. Não havia a opção de gravar no dia seguinte, pois nem teríamos dinheiro para mais um aluguel. Hoje, o que eles vão fazer? Expulsar-nos do nosso próprio estúdio?”
Obviamente, ele não nega o conforto da situação. Porém, não há garantia de nada, no final das contas.
“Fazer um disco é apenas tomar 12.247 decisões no espaço de 18 meses e você espera ter feito mais escolhas certas do que erradas. E mesmo assim, você não saberá com certeza por mais alguns anos, já que ainda está envolvido no processo. Eu gostaria de poder romantizar e dizer a você que estamos comprometidos com um destino, mas basicamente é apenas trabalho. Você escreve uma música, então escreve outra música e eventualmente tem um álbum completo.”
Metallica e “72 Seasons”
“72 Seasons”, mais novo play do Metallica, alcançou o 2º lugar na Billboard 200, principal parada americana. Pela primeira vez em 35 anos, a banda não conseguiu o número 1 do chart. Mesmo assim, 146 mil cópias foram comercializadas na semana de lançamento.
Em outros países, no entanto, o trabalho chegou ao topo. O resultado foi obtido nas paradas australiana (ARIA), britânica (UK Albums), holandesa (Album Top 100), alemã (Offizielle Top 100), sueca (Sverigetopplistan), neozelandesa (RMNZ), escocesa (OCC) e irlandesa (OCC).
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