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Metal Church se permite viver o luto em novo álbum, “Congregation of Annihilation”

Décimo terceiro disco de estúdio da banda marca a estreia do vocalista Marc Lopes, substituindo o falecido Mike Howe

O Metal Church vinha reerguendo a carreira desde 2015, quando anunciou o retorno do vocalista Mike Howe. O cantor havia participado das atividades da banda na virada dos anos 1980 para os 90, substituindo o frontman original, David Wayne. Sua volta trouxe bom resultados, com o álbum “XI” (2016) alcançando a posição mais alta da história do grupo na parada americana em toda sua história.

“Damned if You Do” (2018) e a compilação “From the Vault” (2020), com 4 faixas inéditas, vieram na sequência. Quando tudo parecia estabilizado, Howe tirou a própria vida aos 55 anos de idade. O guitarrista e líder Kurdt Vanderhoof já admitiu em entrevistas ter considerado fortemente a possibilidade de encerrar tudo. Porém, também já vinha trabalhando em novo material com o colega e sentia que devia finalizá-lo em sua homenagem.

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Para o microfone principal foi chamado Marc Lopes. Também integrante do Let Us Prey e do grupo solo do guitarrista Ross The Boss (ex-Manowar e The Dictators), não lhe falta experiência para dar conta do recado. E ele se sai bem, com características próprias e sem tentar imitar os antecessores. Porém, fica claro que ele se identifica bem mais com a pegada da banda nos tempos de Wayne no que nos de Mike – embora sua maior referência seja mesmo Eric Adams, de quem canta as músicas com Ross.

Musicalmente, uma das críticas que sempre foi feita ao Metal Church foi o fato de eles transitarem demais entre o metal tradicional, o power em seu formato norte-americano e o thrash, sem se decidir por um. O que pode demonstrar versatilidade, observando de um ponto positivo, também nos permite interpretar certa indecisão, que acaba influenciando nas composições.

Em “Congregation of Annihilation”, o quinteto – que também conta com Rick Van Zandt (guitarra), Steve Unger (baixo) e Stet Howland (bateria, ex-W.A.S.P.) se concentrou no lado mais pesado. Desde a escolha de “Pick a God and Prey” como primeiro single, ficou claro que a ideia era mostrar que o grupo não havia perdido sua pegada.

“Making Monsters” foi outra liberada antes do lançamento e vai ainda mais na linha do true metal. Vale citar ainda a forte pegada da faixa-título, os bons riffs de “Children of the Lie” e “Me the Nothing”, melhor momento do tracklist, mesclando agressividade, melodia e um clima envolvente, lembrando até mesmo o Iron Maiden. De resto, a coisa se equilibra entre o razoável e o esquecível.

Em linhas gerais, “Congregation of Annihilation” possui qualidades suficientes para agradar os fãs do Metal Church. Porém, também deve ser encarado como um trabalho de transição. Não apenas pela estreia de um novo cantor e o ato de abraçar características levemente diferentes em comparação aos plays mais recentes, mas por todo o cenário trágico em que a mudança se deu, afetando a vida de todos os envolvidos. Agora, vale o aviso: se você não suporta agudos, passe longe, pois eles aparecem com frequência.

Ouça “Congregation of Annihilation” a seguir, via Spotify.

O álbum está na playlist de lançamentos do site, atualizada semanalmente com as melhores novidades do rock e metal. Siga e dê o play!

Metal Church – “Congregation of Annihilation”

1. Another Judgement Day

2. Congregation of Annihilation

3. Pick a God and Prey

4. Children of the Lie

5. Me the Nothing

6. Making Monsters

7. Say a Prayer with 7 Bullets

8. These Violent Thrills

9. All That We Destroy

10. My Favorite Sin (Bonus Track)

11. Salvation (Bonus Track)

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

2 COMENTÁRIOS

  1. Diferentemente da opinião da matéria, o fato do Metal Church transitar em várias vertentes do Heavy Metal, é sua maior virtude. Ouço a banda desde 1985, através de seu debut (magnífico, por sinal), e, para meu gosto musical, este fator nunca foi um empecilho. Álbuns regulares e fracos também vieram, como grande parte dos grupos, mas uma coisa, pelo menos a mim, é marcante: o “modo Metal Church” de fazer Música Pesada.

  2. Marc Lopes aprovadíssimo, disco maravilhoso e concordo que a diversidade musical da banda é seu grande diferencial….agressividade e técnica…vida longa a banda….

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