Com “Zenith” (2019), o Enforcer obteve um elogio que, a priori, não cabe a bandas da chamada New Wave of Traditional Heavy Metal. A crítica especializada abraçou o trabalho, disponibilizado também numa versão em espanhol, como algo ousado, fora da caixinha, impensável para uma galera nova que tece sua música conforme os padrões de antigamente.
A boa fase teve sua repercussão mais imediata com o lançamento do ao vivo “Live by Fire II”, em 2021, e segue dando frutos passados dois anos com “Nostalgia”.
Mas ao contrário de seu antecessor de estúdio, o novo álbum dos suecos não visa a continuar derrubando barreiras de estilo ou impressionar pelo approach versátil. Como o título sugere, a ideia é voltar ao básico, variar sob um tema previamente explorado e de eficácia já comprovada, batendo continência para pesos-pesados de outrora e, por vezes, cruzando a linha tênue entre inspiração e cópia.
Só em “Heartbeats” os irmãos Olof (vocais, guitarra) e Jonas Wikstrand (bateria), Jonathan Nordwall (guitarra) e o recém-chegado baixista Garth Condit o fazem duas vezes: o arremate do primeiro solo é puro Yngwie Malmsteen e a transição entre a primeira e segunda metades é idêntica à instrumental “Switch 625”, do Def Leppard. Outros “homenageados” incluem o Iron Maiden (a partir de 1:40, “Coming Alive” se metamorfoseia num lado B da fase Paul Di’Anno) e o Judas Priest (“Kiss of Death” tem o DNA de “Freewheel Burning”).
Em outros momentos, como a irresistivelmente pegajosa “Keep the Flame Alive” e a faixa-título, o orgulho nacional fala mais alto, e é impossível não pensar em veteranos do hard ‘n’ heavy escandinavo, como Treat e o menos conhecido Da Vinci.
Seguindo em frente, destacam-se um tributo aos headbangers da Península Ibérica cantado em espanhol com a quase thrash “Metal Supremacia” e a derradeira “When the Thunder Roars (Crossfire)”, que também se ancora mais na velocidade que no peso de seu instrumental, mas convence com um refrão do tipo impossível não cantar junto.
Mais por mérito de “Zenith” que por demérito próprio, “Nostalgia” empalidece na comparação direta, mas se pareado ao que vêm produzindo as bandas contemporâneas ao Enforcer, só um tira-teima para determinar o quão na frente ou atrás ele estaria no páreo. Vale o play.
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O álbum está na playlist de lançamentos do site, atualizada semanalmente com as melhores novidades do rock e metal. Siga e dê o play!
Enforcer – “Nostalgia”
- Armageddon
- Unshackle Me
- Coming Alive
- Heartbeats
- Demon
- Kiss of Death
- Nostalgia
- No Tomorrow
- At the End of the Rainbow
- Metal Supremacia
- White Lights in the USA
- Keep the Flame Alive
- When the Thunder Roars (Cross Fire)
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Burning Witches, uma das melhores bandas da atualidade e seus registros comprovam isto . A cada lançamento uma aula do melhor do Heavy tradicional. Quanto a “falta de criatividade” de the dark tower eu não entendo o que o autor quiz dizer ainda porque linearidade é o que percebe-se a cada álbum das suecas e não a busca da reinvenção da roda sem deixar, contudo, sua individualidade impressa em ótimas composições . As influências estão lá, Saxon, Running Wind, Warlock, entre outras, e se diferente não seria burning witches!. Juntamente com o solo da vocalista Leather, we are the chosen, já um dos melhores registros de 2023.