Olivia Hussey e Leonardo Whiting, protagonistas da versão cinematográfica de “Romeu e Julieta” lançada em 1968, entraram com uma ação conjunta contra a Paramount na Corte Superior de Santa Monica, nos Estados Unidos. Os atores acusam a empresa de ter explorado sexualmente suas imagens através de cenas de nudez quando ainda eram adolescentes.
De acordo com a Variety, o processo alega que ambos receberam garantias de que não haveria exposições explícitas de seus corpos e que usariam roupas íntimas da cor da pele na cena mais insinuante da obra. Porém, nos últimos dias de filmagem, o diretor supostamente implorou que se apresentassem nus com maquiagem corporal, “ou o filme falharia”.
Hussey tinha 15 anos e Whiting 16 à época. Segundo a denúncia, a equipe mostrou a eles onde a câmera seria posicionada e garantiu que nenhuma nudez seria fotografada ou divulgada no filme. Porém, o processo alega que eles foram enganados e filmados nus sem seu conhecimento.
Declarou Tony Marinozzi, manager de ambos, em nota oficial:
“O que eles ouviram e o que aconteceu foram duas coisas diferentes. Eles confiavam e assumiram que não teriam a confiança violada. O diretor era amigo deles e, francamente, aos 16 anos, o que poderiam fazer? Não havia o movimento #MeToo.”
De acordo com a denúncia, Hussey e Whiting sofreram angústia mental e sofrimento emocional nos 55 anos desde o lançamento do filme, além de perderem oportunidades de emprego. Apesar de suas atuações de destaque, tiveram carreiras de atuação muito limitadas depois de “Romeu e Julieta”.
Eles estão buscando uma indenização que se acredita ser superior a US$ 500 milhões.
Sobre o filme “Romeu e Julieta” de 1968
Dirigido por Franco Zeffirelli – falecido em 2019 –, “Romeu e Julieta” se tornou a mais bem-sucedida adaptação de uma obra de Shakespeare para o cinema até então. O filme faturou quase US$ 40 milhões de bilheteria, tendo sua produção orçada em US$ 850 mil de acordo com os valores da época.
Foi indicado a 4 Oscars, vencendo as categorias Melhor Fotografia (responsabilidade de Pasqualino de Santis) e Melhor Figurino (Danilo Donati).
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