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A opinião de músicos do Scorpions sobre a capa de “Virgin Killer”

Álbum causou polêmica ao trazer uma menor de idade nua na capa; membros da banda se envergonham atualmente

Quarto trabalho de estúdio do Scorpions, o álbum “Virgin Killer” teve sua capa original censurada em vários países. A foto usada mostrava uma garota na pré-puberdade nua, com um efeito representando um vidro quebrado na genitália.

O pouco que se sabe é que a menina se chamava Jacqueline. Informações precisas sobre a idade são controversas.

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No livro “Wind of Change – A História do Scorpions”, de autoria de Martin Popoff e publicado no Brasil pela editora Estética Torta, dois membros da banda alemã à época do lançamento comentaram como se sentiram perante a situação. A transcrição das falas é do Whiplash.

O baixista Francis Buchholz, fora do grupo desde 1992, jogou a responsabilidade no colo de anônimos.

“O gerente de A&R e o departamento de arte surgiram com uma ideia: sugeriram a foto de uma menina linda, mas nua, sobrinha de um dos caras do departamento ou algo assim. Acho que ela devia ter uns 13 anos. Na época, eu não conhecia ninguém que já tivesse ouvido falar em ‘pornografia infantil’ nem conhecia essa expressão. Inocentes e sem nenhum pensamento ruim, a gente achou a ideia ótima. Havia apenas a necessidade do vidro quebrado para cobrir a genitália daquela menina. Embora a coisa toda fosse extremamente questionável, o álbum foi lançado, e ninguém na Alemanha implicou com isso.”

Frontman até hoje, Klaus Meine admitiu o erro – embora também tenha tentado tirar o seu da reta.

“A primeira coisa que me vem à mente é a vergonhosa capa. Ela não era nada que fizesse você querer chegar em casa e mostrar aos seus pais. Era simplesmente vergonhosa. Mais do que ninguém, foi a gravadora, o cara que estava à frente da RCA na época que mexeu os pauzinhos visando a que a gente atraísse esse tipo de atenção com uma capa escandalosa, ultrajante e sexy. Não é uma capa da qual tenhamos orgulho.”

Até mesmo o escritor da obra, Martin Popoff, tentou contextualizar.

“A menina nua na capa, na verdade, se chamava Jaqueline e tinha 10 anos. Rudolf falou sobre a situação, explicando que era só uma estratégia para chamar atenção. Além disso, eles falaram com a menina anos depois, já adulta, e ela parecia lidar bem com a situação. A mãe e a tia da menina estavam presentes na sessão de fotos.”

Opinião anterior de Uli Jon Roth

Em entrevista ao BraveWords em 2017, o ex-guitarrista da banda, Uli Jon Roth, reconheceu que o tempo o fez enxergar o lado negativo da imagem. Especialmente por conta de sua filha.

“Quando fizemos o álbum, não pensei que houvesse algo de errado com a capa. Mas agora que tenho uma filha, acho muito embaraçoso. Não que eu não tenha visto, porque eu era apenas um jovem. Eu pensei, por que não? Não foi ideia minha, foi ideia da gravadora.”

Scorpions e “Virgin Killer”

“Virgin Killer” obteve grande repercussão no Japão, onde o Scorpions já possuía uma base leal de fãs. Foi o último disco da banda com o baterista Rudy Lenners. A sonoridade prosseguia a transição dos elementos psicodélicos dos primórdios para o hard rock que os consagraria posteriormente.

Quatro das nove faixas do tracklist original foram assinadas pelo guitarrista Uli Jon Roth sozinho. Ele gravou vocais em “Hell-Cat” e “Polar Nights”.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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O pouco que se sabe é que a menina se chamava Jacqueline. Informações precisas sobre a idade são controversas.

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No livro “Wind of Change – A História do Scorpions”, de autoria de Martin Popoff e publicado no Brasil pela editora Estética Torta, dois membros da banda alemã à época do lançamento comentaram como se sentiram perante a situação. A transcrição das falas é do Whiplash.

O baixista Francis Buchholz, fora do grupo desde 1992, jogou a responsabilidade no colo de anônimos.

“O gerente de A&R e o departamento de arte surgiram com uma ideia: sugeriram a foto de uma menina linda, mas nua, sobrinha de um dos caras do departamento ou algo assim. Acho que ela devia ter uns 13 anos. Na época, eu não conhecia ninguém que já tivesse ouvido falar em ‘pornografia infantil’ nem conhecia essa expressão. Inocentes e sem nenhum pensamento ruim, a gente achou a ideia ótima. Havia apenas a necessidade do vidro quebrado para cobrir a genitália daquela menina. Embora a coisa toda fosse extremamente questionável, o álbum foi lançado, e ninguém na Alemanha implicou com isso.”

Frontman até hoje, Klaus Meine admitiu o erro – embora também tenha tentado tirar o seu da reta.

“A primeira coisa que me vem à mente é a vergonhosa capa. Ela não era nada que fizesse você querer chegar em casa e mostrar aos seus pais. Era simplesmente vergonhosa. Mais do que ninguém, foi a gravadora, o cara que estava à frente da RCA na época que mexeu os pauzinhos visando a que a gente atraísse esse tipo de atenção com uma capa escandalosa, ultrajante e sexy. Não é uma capa da qual tenhamos orgulho.”

Até mesmo o escritor da obra, Martin Popoff, tentou contextualizar.

“A menina nua na capa, na verdade, se chamava Jaqueline e tinha 10 anos. Rudolf falou sobre a situação, explicando que era só uma estratégia para chamar atenção. Além disso, eles falaram com a menina anos depois, já adulta, e ela parecia lidar bem com a situação. A mãe e a tia da menina estavam presentes na sessão de fotos.”

Opinião anterior de Uli Jon Roth

Em entrevista ao BraveWords em 2017, o ex-guitarrista da banda, Uli Jon Roth, reconheceu que o tempo o fez enxergar o lado negativo da imagem. Especialmente por conta de sua filha.

“Quando fizemos o álbum, não pensei que houvesse algo de errado com a capa. Mas agora que tenho uma filha, acho muito embaraçoso. Não que eu não tenha visto, porque eu era apenas um jovem. Eu pensei, por que não? Não foi ideia minha, foi ideia da gravadora.”

Scorpions e “Virgin Killer”

“Virgin Killer” obteve grande repercussão no Japão, onde o Scorpions já possuía uma base leal de fãs. Foi o último disco da banda com o baterista Rudy Lenners. A sonoridade prosseguia a transição dos elementos psicodélicos dos primórdios para o hard rock que os consagraria posteriormente.

Quatro das nove faixas do tracklist original foram assinadas pelo guitarrista Uli Jon Roth sozinho. Ele gravou vocais em “Hell-Cat” e “Polar Nights”.

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João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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