O Pearl Jam anunciou mais uma medida contra a emissão de CO₂ durante os shows da atual turnê. A banda doará o valor de US$ 200 (cerca de R$ 1 mil, na cotação atual) para cada tonelada como base mínima. A quantia é muito acima do mercado de compensação mundial, onde a média varia de US$ 1 a 15 por tonelada.
Representando o grupo, o guitarrista Stone Gossard declarou em nota oficial:
“Não vamos mudar para uma economia neutra em carbono sem uma mudança maciça de prioridades e comportamento. Precisamos de grandes quantidades de capital para inovar, investir e resolver problemas para criar novos sistemas, e precisamos que esses investimentos sejam inteligentes e persistentes. Ao nos comprometermos com esse preço agressivo, esperamos ampliar nossos esforços em dez vezes, destacar os caminhos mais atraentes para o sequestro, mitigação e redução de carbono. Esperamos reunir muitos parceiros que compartilham nossa urgência de fazer os enormes esforços e inovações necessários para mover nosso mundo rumo a uma economia equilibrada em carbono e mais consciente.”
O comunicado afirma ainda que grandes turnês de rock têm impactos significativos ao ambiente e continuará desta forma até que caminhões e aviões elétricos se tornem comuns. Contudo, o Pearl Jam declara acreditar que o caminho mais promissor para mudar é continuar fazendo negócios enquanto investe capital em diferentes estratégias para reduzir as emissões de CO₂. Reconhecendo que não há uma solução definitiva, o grupo apoiará uma abordagem em camadas.
O portfólio abrange desde combustíveis sustentáveis até proteção de florestas tropicais e tecnologia fotovoltaica. Por meio da conscientização pública, os músicos esperam inspirar outras empresas e indivíduos a responder às mudanças climáticas individualmente e sempre que possível, investigando e investindo coletivamente em tecnologia de redução e mitigação de carbono em um nível significativo.
Ações para reduzir emissão de CO₂
Entre as ações anunciadas pelo Pearl Jam, estão:
Garantir a proteção dos territórios indígenas Kayapó
Em parceria com o International Conservation Fund of Canada & Kayapo Indigenous, o Pearl Jam afirma estar investindo recursos significativos para ajudar os Kayapó a proteger as fronteiras de seus 22 milhões de acres na Amazônia. As terras indígenas proporcionam benefícios ambientais em escala global e retêm 25,5% de todos os estoques de carbono do Brasil.
As terras dos Kayapó contêm (acima e abaixo do solo) cerca de 2,5 bilhões de toneladas de carbono, ou 9 bilhões de toneladas de CO₂, o equivalente a 1,7 ano do total de emissões de CO₂ dos Estados Unidos.
O investimento apoiará uma abordagem menos tradicional de compensação de carbono, permitindo que o povo indígena Kayapó construa postos de guarda e aumente a vigilância ao longo das 1.375 milhas da fronteira das terras Kayapó para proteger os 22 milhões de acres de floresta tropical intocada.
Agrivoltaicos nas fazendas
O Pearl Jam declara apoiar o estabelecimento da Estação de Pesquisa e Demonstração Agrivoltaica em uma parte da paisagem agrícola e florestal sustentável de 1.200 acres do Warren Wilson College. Os agrovoltaicos elevados produzem energia elétrica, enquanto os agricultores continuam cultivando e o gado pastando.
Um mapeamento global recente descobriu que seriam necessários apenas dois por cento das terras cultivadas existentes para instalar sistemas agrovoltaicos visando gerar praticamente toda a demanda total de energia do mundo para todos os fins em todos os setores. Warren Wilson é uma das principais faculdades de trabalho experimental dos Estados Unidos, localizada perto de Asheville, Carolina do Norte.
Apoio ao futuro da aviação
O Pearl Jam está compensando suas viagens por meio da compra de combustível de aviação sustentável da JetBlue Airways em parceria com a Sustainable Aviation Buyers Association. Embora o reconhecimento de combustível de aviação sustentável seja uma situação imperfeita, a realidade de que grandes aviões não serão eletrificados como aeronaves menores torna os biocombustíveis imperativos para as próximas décadas.
A banda espera que seu investimento em combustível de aviação sustentável, que pode reduzir as emissões da aviação em mais de 60%, catalisará os mercados de fornecimento e a supervisão necessária para garantir que os combustíveis sejam adquiridos de forma ética.
Conservação da natureza
O Pearl Jam está apoiando o Washington Rainforest Renewal Project, um projeto de compensação de carbono florestal gerenciado pela The Nature Conservancy. A floresta tropical costeira de Washington faz parte da distinta paisagem Emerald Edge que abrange Oregon, Washington, Columbia Britânica e Sudeste do Alasca. A região abriga um dos maiores reservatórios de carbono da Terra, biodiversidade icônica e mais de 200 comunidades indígenas e Primeiras Nações que são guardiãs dessa paisagem desde tempos imemoriais.
Ônibus escolares elétricos
O Pearl Jam colabora com a Highland Electric Fleets para ajudar a capacitar as pessoas em toda a América do Norte a defender ônibus escolares elétricos limpos e saudáveis em suas comunidades. Principal fornecedora de eletrificação de frota como serviço na América do Norte, a Highland tem a missão de tornar as frotas elétricas acessíveis para todos.
A empresa ajuda distritos escolares, governos e operadores de frotas a atualizarem para frotas elétricas hoje pelo mesmo custo ou menos que seus custos atuais para comprar, operar e manter seus ônibus a diesel. Ativa em 30 estados e no Canadá, a Highland é responsável pela maior implantação de ônibus escolar elétrico nos Estados Unidos. A banda está apoiando a Highland para codificar e promover as melhores práticas, materiais educacionais e lições em um simples kit de ferramentas para comunidades em todo o país.
Conscietização
Além do papel dos negócios, a banda também aproveita as oportunidades individuais como eleitores para levar a questão adiante. O Pearl Jam pede a todos que votem em representantes que possam se comprometer a apoiar políticas que tornem a energia verde e a inovação em engenharia atraentes, criando impulso para essa transformação. Também espera que seus esforços inspirem um engajamento sustentado e persistente com uma infinidade de esforços – em negócios, políticas e tecnologia – para transformar economias em carbono neutro.
Pearl Jam investe no Brasil
Em 2018 o Pearl Jam se comprometeu a investir no reflorestamento da Amazônia para compensar as emissões de carbono durante uma turnê pelo Brasil, que incluiu shows no Rio de Janeiro e em São Paulo, além de performances solo do vocalista Eddie Vedder. O grupo doou aproximadamente US$ 50 mil para o projeto da Reserva do Uatumã, localizado no estado do Amazonas.
Com o dinheiro investido foram plantadas 20,6 mil árvores. A área utilizada foi de 8 hectares, o equivalente a 80 mil metros quadrados.
O investimento beneficiou diretamente 27 famílias, empregando 300 pessoas para coletar sementes, trabalhar em cuidados de enfermagem, agricultores e técnicos agrícolas.
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