Existia uma inegável química entre os integrantes originais do Black Sabbath. A dinâmica era ainda mais forte entre o guitarrista Tony Iommi e o baixista Geezer Butler, responsáveis por boa parte da pesada massa sonora da banda pioneira do heavy metal na forma como o conhecemos hoje.
Em entrevista ao Music Radar, Iommi apresentou algumas reflexões sobre como tudo fluía bem entre Butler e ele no aspecto musical. O guitarrista acredita que o baixista e os demais colegas – Ozzy Osbourne (voz) e Bill Ward (bateria) – se complementavam de forma única, já que, individualmente, ninguém era brilhante como músico.
“Geezer é insubstituível. Era muito importante, porque ele me seguia e sabia o que eu ia tocar. Nunca tive nenhuma dúvida de que Geezer tocaria a coisa certa. Esse tipo de músico não existe tanto por aí. Isso me irritava na década de 1980, onde surgiram várias bandas e os baixistas só tocavam a mesma nota. Para mim, não são músicos.
Geezer vinha e criava uma parte melódica, era o baixista ideal para nós. Extraímos o melhor um do outro. Nenhum de nós era brilhante como músico, mas como banda, funcionava. Não éramos bons tecnicamente, mas tocamos e gostamos do que fizemos. Criamos um som e criamos riffs básicos que as pessoas gostaram. Bem, de qualquer forma, nós gostamos deles!”
Na visão de Tony, o som criado pelo Black Sabbath em sua formação original era tão único que não dava para ser replicado mesmo com músicos mais técnicos.
“Toquei com músicos técnicos e aprendi naquele período em que estava sozinho trazendo bateristas e baixistas que, por melhor que você seja, não significa dizer que você pode tocar o que tocamos. Alguns desses músicos eram ótimos, mas você pedia para que tocassem ‘War Pigs’ eles não conseguiam tocar do jeito certo. Não havia sentimento. Bateristas chegavam dizendo que conheciam todas as músicas do Sabbath, começavam e eu os interrompia, dizendo que não era nem sequer parecido. Parece simples, mas não é.”
O fim do Black Sabbath
O Black Sabbath encerrou atividades em 2017, seis anos após uma reunião que deveria ter incluído os quatro membros originais, mas deixou de contar com Bill Ward após uma série de divergências. Brad Wilk (Rage Against the Machine) gravou a bateria do álbum “13” (2013), enquanto Tommy Clufetos foi escalado para as turnês.
*Foto: reprodução / Twitter @tonyiommi
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | Facebook | YouTube.