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É bom ou ruim? Jim Root está dividido quanto ao novo álbum do Slipknot

Guitarrista lamenta que o tempo tenha jogado contra a banda em todo o processo de criação

É comum vermos um músico exaltar as qualidades de seu novo trabalho dizendo ser o melhor da carreira. Virou um clichê tão grande que eles precisam dizer na sequência que sabem que todo mundo fala isso, mas que é sério – o que também, por si só, já virou outro clichê, pois sabemos que esse complemento virá.

Porém, lá de vez em quando alguém resolve ser diferente. Em entrevista ao Music Radar, o guitarrista Jim Root deixou transparecer algumas dúvidas em relação a “The End, So Far”, álbum que o Slipknot lança na próxima sexta-feira (30).

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Inicialmente, o músico falou sobre o trabalho com o produtor Joe Baresi.

“Ele é um produtor incrível. Tem um histórico fantástico. Sinto que não estávamos preparados e não fomos capazes de usá-lo em toda a sua extensão. Não fizemos pré-produção. Essencialmente construímos este álbum no estúdio. Muito disso foi devido à pandemia e por estarmos separados. As circunstâncias nos levaram a fazer o disco do jeito que foi feito.”

O método de trabalho acabou fazendo com que Jim não tivesse uma atuação tão preponderante no resultado final.

“Não tive muita contribuição criativa. Eu me senti meio apressado tentando ter ideias para este ou aquele arranjo. Não fomos ensaiados como uma banda. Nós não entramos conhecendo as músicas de cima a baixo e isso afetou o disco, nos atrasou. Não ficamos realmente discutindo e brigando um com o outro, mas tentando descobrir, tipo, ‘Qual é a melhor maneira de abordar isso sabendo que estamos fazendo o que estamos fazendo?’”

Obviamente, os fatores externos acabaram pressionando os músicos, que tinham uma agenda a cumprir.

“Você pode se planejar o quanto quiser, mas há o grande relógio acima de sua cabeça, o orçamento da gravadora, o estúdio em que estávamos e a programação dele. Há muito muitos fatores que estavam contra nós para fazer este álbum, estou surpreso que tenhamos conseguido terminá-lo.”

“The End, So Far” é uma decepção?

Sendo assim, os fãs podem se preparar para uma decepção, Jim?

“Está demorando tanto para lançarmos que poderíamos ter dado mais tempo à pré-produção e lançado um disco melhor. E isso não quer dizer que estamos desapontados com o que estamos lançando, ele representa onde estamos. É o que conseguimos fazer, dadas as circunstâncias e as coisas com as quais tivemos que trabalhar.”

Root usou uma analogia cinematográfica para ampliar sua linha de pensamento. E deu uma cutucada em um dos chefes.

“Os diretores dizem constantemente que eles nunca terminam um filme, eles apenas os abandonam. Eu sinto que, mais do que qualquer coisa com esse álbum, tivemos que abandoná-lo e seguir em frente. Clown chegou a dizer: ‘Não é um disco! Não é um disco do Slipknot! Ainda estamos em turnê com We Are Not Your Kind, nessa turnê, e a propósito, aqui estão algumas músicas…’ Bem, você pode dizer isso, mas estamos lançando uma porra de um disco e para os fãs, este é um disco do Slipknot. Não importa o que você diga, é isso que é.”

Busca pela evolução

Encerrando o que basicamente se tornou um desabafo, o guitarrista tocou em outro ponto sensível que é muito usado pelo vocalista Corey Taylor: a comparação de novos trabalhos com antigos.

“Temos que evoluir. Não há maneira de contornar isso. Não somos a mesma banda que lançou ‘Iowa’. Não somos a mesma banda que lançou ‘The Subliminal Verses’. Não somos mais essas pessoas”. Por isso digo que ainda estou tentando aprender a escrever, porque você quer evoluir. Olhe para certas bandas, como Radiohead ou mesmo os Beatles, veja como eles evoluíram ao longo do tempo.

Não quero fugir de ‘Iowa’, ou do primeiro álbum, eles são uma grande parte de nossa carreira e ainda tocamos essas músicas até hoje. Mas você precisa se expressar e evoluir musicalmente. É um equilíbrio estranho… Somos o Slipknot, há algo a partir do qual trabalhar. Mas como pegamos isso e fazemos evoluir? E como isso soa? Quem sabe?”

Slipknot atualmente

Os fãs brasileiros poderão fazer seus julgamentos em relação ao novo material a partir da próxima sexta-feira, assim como em dezembro, quando o Slipknot vem ao país. A banda se apresenta no Knotfest em 18 de dezembro de 2022 no Anhembi, São Paulo. Três dias antes, o show é no Rio de Janeiro, na Jeunesse Arena.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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