O quinto álbum de estúdio do Stryper, ‘Against the Law’, é visto como seu trabalho “maldito” pelos próprios integrantes da banda. O vocalista e guitarrista Michael Sweet é quem mais falou, até hoje, sobre o trabalho – nem sempre, com palavras positivas.
Lançado após trabalhos de bastante sucesso nos anos 1980, que consolidaram o Stryper como a principal banda de white metal do mundo, ‘Against the Law’ ofereceu uma mudança completa em termos ideológicos e visuais. Alguns detalhes, claro, respingaram na música.
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As roupas nas cores preta e amarela deram lugar para um visual mais sóbrio. As letras deixaram de dialogar diretamente com temáticas evangélicas para priorizar uma abordagem mais “secular”, ainda que sob o ponto de vista de músicos cristãos. Alguns clichês musicais, como os backing vocals pasteurizados e os solos de guitarra cruzados, também ficaram para trás.
O baixista Tim Gaines, que já não faz mais parte do Stryper, chegou a declarar que ‘Against the Law’, do título ao último acorde, era um protesto contra os cristãos que reclamavam deles. Para muitos, a banda não era “verdadeiramente religiosa” porque estava inserida no meio do rock and roll, movimentando multidões e, consequentemente, dinheiro. O baterista Robert Sweet confirma essa visão.
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O resultado, ao menos em minha opinião, foi um dos trabalhos mais coesos do Stryper. Soa como banda, não como produto de uma geração. As músicas apresentam um groove diferente e não estavam tão presas ao formato que eles mesmos usavam à exaustão nos anos 80.
A envolvente faixa título, a balada ‘Lady’, a grudenta ‘Two Time Woman’ e a paulada ‘Not That Kind of Guy’ – com direito a uma das melhores performances vocais da carreira de Michael Sweet -, além do cover de ‘Shining Star’ (Earth, Wind & Fire), são alguns dos destaques. Todavia, o disco inteiro é muito bom.
Curiosamente, isso não se refletiu nas vendas. ‘Against the Law’ é o álbum do Stryper que menos vendeu de todo aquele período. Há quem possa culpar a chegada do grunge e do rock alternativo nos anos 90, mudando o mercado do hard rock e heavy metal, mas é fato que muitos fãs mais fervorosos – e religiosos – abandonaram a banda naquele momento. Rumores apontavam que a alteração na proposta do grupo ocorria porque eles estavam perdendo a fé cristã, o que não era verdade.
Com tudo isso, o Stryper entrou em declínio. Michael Sweet saiu da banda em 1992, com intenção de assumir uma carreira solo. O guitarrista Oz Fox assumiu os vocais para alguns shows marcados e Robert Sweet chegou a declarar, em uma dessas apresentações, que Dale Thompson (do Bride) seria o novo frontman. O próprio negou. Sem perspectivas, o grupo chegou ao fim em 1993, só retornando em 1999.
Michael Sweet detesta Against the Law
Em recente publicação no Facebook, Michael Sweet destacou que não entende como os fãs conseguem gostar de ‘Against the Law’. “Foi o álbum que menos vendeu daquela época. Vejo os números em tudo: rádio, direitos autorais, streaming… tudo. Números muito baixos comparados aos outros discos anteriores. Claro, há fãs que gostam, soa muito bem, mas não é um trabalho clássico e verdadeiro do Stryper”, afirmou.
Para Michael, todos os elementos que tornavam o Stryper único foram descartados em ‘Against the Law’. “Tons de guitarra, harmonias de guitarra, o esquema de cores em preto e amarelo, a mensagem… tudo! Foi uma péssima decisão, especialmente porque estávamos indo tão bem. Mudamos tudo. Na época, eu era a favor, mas me arrependo hoje em dia”, disse.
O músico rechaça a teoria de que ‘Against the Law’ não fez sucesso em função da chegada do movimento grunge. “Bandas como Firehouse, Trixter, Slaughter, Steelheart, Love/Hate continuavam a prosperar no início dos anos 90. No fim das contas, muitos fãs só olharam a ‘fachada’ e decidiram seguir em frente. Não os culpo”, afirmou ele, que declara ter orgulho das conquistas do Stryper após seu retorno.
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“Fizemos os melhores álbnus da nossa carreira nos últimos 10 anos e mantivemos nossa essência. Somos o Stryper, não o Van Halen. Não devemos deixar nossa característica de lado, como em ‘Against the Law’. Não estou tentando mexer no vespeiro, só compartilho meu raciocínio com relação ao meu detesto por ‘Against the Law’. Adoro algumas músicas como ‘All For One’ e ‘Two Bodies’, mas nem consigo citar o nome das outras. São negativas demais”, concluiu.
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