Lars Ulrich, baterista do Metallica, fez elogios à obra do Rage Against the Machine em entrevista à Rolling Stone. O músico destacou que o trabalho da banda fica mais relevante e atual a cada dia que passa, mesmo considerando que seus três álbuns de músicas inéditas tenham sido lançados na década de 1990.
Durante a entrevista, Ulrich comentou, inicialmente, quais músicas tem ouvido durante o período em isolamento social, causado pela pandemia do novo coronavírus. O primeiro disco que ele citou foi ‘Fetch The Bolt Cutters’, o novo de Fiona Apple. “No primeiro dia que saiu, fiquei umas 3 ou 4 horas ouvindo e lendo as letras. Fiquei surpreso com o quão incomum e brilhante ele é, pois não é convencional”, afirmou.
Em seguida, o baterista citou ‘Tranquility Base Hotel & Casino’, do Arctic Monkeys – banda que ele já declarou ser fã no passado. “O último álbum do Arctic Monkeys também tem esse efeito, de não ser o que você espera e te fazer enxergar que dá para fazer algo diferente que seja único. Também adorei o álbum de Ed O’Brien”, disse, também citando o projeto do guitarrista do Radiohead, chamado EOB.
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Por fim, Lars falou do Rage Against the Machine, banda descrita como “velha amiga”. “O que eu mais tenho ouvido nos últimos 2 ou 3 meses é Rage Against the Machine. Sou o único que acha que a música deles fica cada vez mais relevante com o passar do tempo?”, perguntou, aos risos.
“A música deles se conecta cada vez mais com o que acontece no mundo. É como se todos aqueles álbuns tivessem sido gravados na semana passada. Quando faço meus exercícios físicos, coloco coisas como ‘Calm Like A Bomb’, ‘Sleep Now In The Fire’ ou ‘Bombtrack’ e fico pensando: ‘sério, de onde vem isso?’. Rage Against the Machine é sempre um amigo confiável”, completou o baterista.
Metallica na pandemia
Durante uma recente live feita pela empresa americana de softwares Salesforce, Lars Ulrich disse que a pandemia do novo coronavírus afetou drasticamente os planos do Metallica para 2020 e até 2021. O músico ainda reconheceu que existe uma chance de os shows da banda em um futuro próximo não acontecerem nas datas marcadas. Vale lembrar que o grupo tem quatro apresentações no Brasil para dezembro deste ano – seriam em abril, mas foram reagendadas para o fim de 2020.
“Era para eu estar no Brasil nesta semana, fazendo shows na América Latina. Foram adiados para o outono (primavera, no Hemisfério Sul). Faríamos festivais na América do Norte em maio. Alguns foram adiados, outros foram cancelados. Não sei como serão as datas remarcadas. Espero, claro, que possamos tocar e juntar pessoas pela música, mas sabemos que há uma chance significativa de nenhuma dessas datas acontecer, pois juntar milhares de pessoas em shows talvez não seja a ideia de saúde e segurança para todos em 2020”, disse.
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Com relação aos projetos do Metallica durante esse período, Lars Ulrich disse que há a possibilidade de ser feito um novo álbum de estúdio em meio à quarentena. O último disco da banda, “Hardwired… To Self-Destruct”, saiu em 2016.
“Há muitas fases diferentes em estar em uma banda. A mais básica aconteceu há 37 anos, com quatro caras tocando juntos. Isso acabou sendo compartilhado para o mundo todo e conectado a milhões de pessoas, o que aconteceu bem depois. Mas no início, são quatro caras juntos em uma sala, ou conectados pelo Zoom, compondo. Nós estamos empolgados com o que isso pode parecer. Teremos um disco do Metallica na quarentena? Não dá para dizer, pois não sei quanto tempo vai durar. Mas se ficarmos aqui pelos próximos 6 meses, há uma grande chance”, disse.