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Volbeat lança o novo álbum Rewind, Replay, Rebound; ouça e confira opinião

O Volbeat lançou seu sétimo álbum de estúdio. Intitulado ‘Rewind, Replay, Rebound’, o disco chega por meio da Republic Records.

‘Rewind, Replay, Rebound’ marca a estreia do baixista Kaspar Boye Larsen na banda, que também conta com Michael Poulsen nos vocais e guitarra, Rob Caggiano na guitarra e Jon Larsen na bateria.

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O material chega a público em vários formatos: CD simples, CD duplo, LP duplo, box set deluxe e digital/streaming. As versões em CD simples e LP duplo contam com 14 faixas, enquanto o CD duplo e digital/streaming têm 17 músicas inéditas e cinco gravações demo.

“O ponto principal para entrarmos no estúdio é ainda ter algo a provar – não apenas para os fãs, mas principalmente para si mesmo”, diz Poulsen, em material de divulgação. “Não poderíamos fazer esse disco se não fosse pelo trabalho que fizemos no passado. Não importa quantos anos a banda tenha ou quantos discos nós tenhamos feito, sempre haverá aquele som típico.”

O álbum conta com produção de Jacob Hansen, em parceria com Rob Caggiano e Michael Poulsen. Há participações do vocalista Neil Fallon (Clutch), do pianista Raynier Jacob Jacildo e do saxofonista Doug Corocran na faixa ‘Die To Live’, além do guitarrista Gary Holt (Exodus, Slayer) em ‘Cheapside Sloggers’.

Ouça ‘Rewind, Replay, Rebound’ no player a seguir, via Spotify, e confira resenha nos parágrafos seguintes:

O Volbeat e a evolução que não significa ‘melhora’

Evolução, na biologia, significa a mudança de características entre gerações. Dentro do campo da linguística, pode corresponder a vários outros contextos, inclusive o de mera “ampliação”.

Quando se afirma que uma banda “evoluiu”, isso não quer dizer, necessariamente, que o resultado apresentado por ela teve melhora. Dessa forma, dá para pontuar que o Volbeat passou por uma evolução em ‘Rewind, Replay, Rebound’ no sentido de ampliar seu leque, algo até natural em comparação ao álbum anterior, ‘Seal The Deal & Let’s Boogie’ – o melhor de sua carreira. Infelizmente, porém, o novo disco não fica acima de seu antecessor em termos de qualidade, ainda que esteja longe de ser ruim.

A evolução em ‘Rewind, Replay, Rebound’ se resume, basicamente, em se desprender ainda mais das influências do heavy metal para tentar fazer um som mais próprio, menos “rotulável”. Nesse campo, houve êxito: está cada vez mais difícil categorizar o Volbeat dentro de algum subgênero do rock ou metal.

O problema é que, para isso, a banda preferiu apostar em uma sonoridade mais formatada, com saídas criativas mais óbvias. Músicas excessivamente grudentas ocupam o miolo de ‘Rewind, Replay, Rebound’, o que tirou um pouco da autenticidade dessa banda, outrora tão peculiar ao misturar influências que vão de Elvis Presley a Metallica.

Entre as faixas mais “melosas”, algumas até conseguem se destacar positivamente. ‘Last Day Under The Sun’, por exemplo, tem cara de hit radiofônico, apesar dos quase intermináveis 5 minutos de duração. A balada ‘When We Were Kids’, por sua vez, é bem construída. Já ‘7:24’ é grudenta na medida certa.

As músicas mais intensas são, no geral, ótimas. ‘Pelvis On Fire’ é uma das melhores da carreira do Volbeat, bem como a incrivelmente divertida ‘Die To Live’. A “metal-rockabilly” ‘Sorry Sack Of Bones’ reforça o caráter identitário da banda, ao aglutinar influências notáveis e, mesmo assim, conseguir soar única. ‘Cheapside Sloggers’, com Gary Holt, é convincente e ‘Leviathan’ tem um refrão que dá para imaginar sendo cantado em uma grande arena.

O ponto baixo está em canções como ‘Rewind The Exit’ e ‘Cloud 9’, cujas criações parecem ter seguido fórmulas à risca, além de ‘The Everlasting’, que volta a flertar muito com o metal e soa deslocada.

Reforço que as irregularidades não são suficientes para apontar ‘Rewind, Replay, Rebound’ como um disco ruim. Pelo contrário: o material é bem interessante, com exceção dessas músicas mais “formatadinhas”. Embora notas sejam relativas, eu daria um 8 para o álbum, o que já seria bem acima da média. Só que ‘Seal The Deal & Let’s Boogie’, por exemplo, beiraria o 10. É aí que mora o perigo: evoluir sem melhorar.

Isso, talvez, seja consequência da tracklist mais extensa, com 14 músicas e uma hora de duração – um padrão do Volbeat. Com duas faixas a menos, a audição poderia ser mais fácil, já que o álbum tem, pelo menos, 4 ou 5 canções muito, muito boas. A avaliação menos empolgada também pode ser fruto da expectativa, pois é sempre importante lembrar que ‘Seal The Deal & Let’s Boogie’ se credenciou como o melhor trabalho da banda.

Fez bem para bandas como o Ghost, por exemplo, se afastar do metal. No caso do Volbeat, também, mas talvez seja interessante reavaliar como se distanciar do gênero para poder, quem sabe, “evoluir” no sentido de melhorar. Ainda assim, não descarte ‘Rewind, Replay, Rebound’. Mesmo com alguns problemas evidentes, ele pode figurar entre os melhores álbuns do segmento em 2019.

Confira, abaixo, a capa e a tracklist das versões de ‘Rewind, Replay, Rebound’:

CD simples/LP duplo

01. Last Day Under The Sun
02. Pelvis On Fire
03. Rewind The Exit
04. Die To Live (feat. Neil Fallon)
05. When We Were Kids
06. Sorry Sack of Bones
07. Cloud 9
08. Cheapside Sloggers
09. Maybe I Believe
10. Parasite
11. Leviathan
12. The Awakening of Bonnie Parker
13. The Everlasting
14. 7:24

CD duplo/digital/streaming

Disco 1:

01. Last Day Under The Sun
02. Pelvis On Fire
03. Rewind The Exit
04. Die To Live (feat. Neil Fallon)
05. When We Were Kids
06. Sorry Sack of Bones
07. Cloud 9
08. Cheapside Sloggers
09. Maybe I Believe
10. Parasite
11. Leviathan
12. The Awakening of Bonnie Parker
13. The Everlasting
14. 7:24

Disco 2:

01. Under The Influence
02. Immortal But Destructible
03. Die To Live
04. Last Day Under The Sun (Demo)
05. Rewind The Exit (Demo)
06. When We Were Kids (Demo)
07. Maybe I Believe (Demo)
08. Leviathan (Demo)

Foto da matéria: Ross Halfin / divulgação

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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