A edição de 2017 do Rock in Rio, que acontece nos dias 15 a 17 e 21 a 24 de setembro, pode ser a última do festival a ser realizada no Brasil. A afirmação foi feita pelo idealizador do evento, o empresário Roberto Medina, em entrevista à Veja Rio.
O empresário está irritado com o “imobilismo” e a “falta de reação” no Rio de Janeiro. “Se nada mudar neste país, esse será o meu último Rock in Rio. Não faz sentido ficar aqui. E não é para ir para Portugal, é para sair daqui. Não consigo conviver com tanta incompetência, tanta falta de cidadania”, afirmou, após ser questionado se pensa em se mudar para Portugal, devido ao sucesso do festival no país europeu.
Medina disse que, devido a seus ideais, se sente solitário no Brasil. “Às vezes me sinto sozinho. O que a gente tem de fazer, todos nós, é reivindicar mudanças, ajudar a resolver a questão de segurança pública para valer. É difícil, mas temos de tentar”, revelou.
Inércia diante da crise
Apesar da crise política e econômica vivenciada no Brasil – e em situação mais grave no Rio de Janeiro -, Roberto Medina afirma que a sociedade está inerte no momento.
“O que me incomoda é a apatia da sociedade como um todo, e aí incluo políticos, empresários e o cidadão comum. Quantas mortes mais serão necessárias para que as autoridades daqui acordem e tomem providências na área de segurança?”, pontuou.
Turismo é a ‘salvação’
Roberto Medina participa de um grupo de notáveis que querem ajudar a prefeitura do Rio. Ele crê que o turismo pode ajudar a superar a crise vivenciada no país e, em especial, no estado.
“Um estudo recente da Fundação Getúlio Vargas revelou que o Rock in Rio injeta R$ 1,2 bilhão na economia. A mesma pesquisa mostra que, se você acrescentar um dia à permanência dos turistas no Carnaval e no réveillon e montar um calendário estruturado de eventos, nossa receita anual com turismo pode aumentar em 20%, coisa de R$ 6,5 bilhões”, afirmou.
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