AC/DC: os 40 anos de “Dirty Deeds Done Dirt Cheap”

AC/DC: “Dirty Deeds Done Dirt Cheap”
Lançado em 20 de setembro de 1976

Os primórdios do AC/DC explicitam que eles são uma resposta um pouco mais selvagem ao glam rock do Reino Unido. Um híbrido entre Slade, T. Rex, blues rock e doses de bebida alcoólica.

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Apesar de sua identidade estar tão clara naquele momento, é evidente que, no futuro, eles desenvolveriam ainda mais sua pegada. E “Dirty Deeds Done Dirt Cheap” é o último disco com um “quê” de inocência por parte do AC/DC. Talvez por isso seja tão sedutor.

“Dirty Deeds Done Dirt Cheap” foi o segundo álbum do AC/DC a ser lançado fora da Austrália. Porém, na verdade, era o terceiro da discografia do grupo – “High Voltage” e “T.N.T.” vinham logo atrás.

Em uma fase altamente produtiva, o AC/DC demonstra, ao longo deste disco, que tinha apetite o suficiente para chegar longe. Eles já eram bastante conhecidos na Austrália, mas ainda faltava repercussão na Europa e nos Estados Unidos.

Não foi com “Dirty Deeds Done Dirt Cheap” que o AC/DC conseguiu se vender na América. Foi o primeiro disco a ter alguma recepção na Europa, especialmente no Reino Unido, mas ainda era algo limitado ao underground – curiosamente, bem recebido pelos punks na época.

Era de se esperar. Basta ouvir “Rocker” ou “Problem Child para compreender que “Dirty Deeds Done Dirt Cheap” é ligeiramente mais pesado que seus antecessores, especialmente pelos timbres de guitarra, repletos de identidade. Angus e Malcolm Young sempre trabalharam muito bem juntos. O jeito típico de Phil Rudd tocar bateria também merece menção.

O destaque no “early AC/DC”, porém, é Bon Scott. Não só pelos seus vocais, tão peculiares e característicos, mas pelo seu talento na interpretação. Há quem diga que muitas das letras dos primeiros álbuns do AC/DC são 70% de Scott – e eu não duvido. Perdeu-se um pouco de sensatez nas composições após sua fatídica morte, em 1980.

Estima-se que “Dirty Deeds Done Dirt Cheap” tenha sido o terceiro disco mais vendido do AC/DC nos Estados Unidos, atrás apenas de “Highway To Hell” e “Back In Black”. Curioso, visto que o disco não chegou à terra do Tio Sam até 1981. Reflexo de seu lançamento “oportunista”, visto que, no ano em questão, o AC/DC estava no auge de sua popularidade.

“Dirty Deeds Done Dirt Cheap” é um bom disco na íntegra, mas há três música que merecem ser destacadas. A faixa título, de letra excelente e riffs poderosos, tornou-se um clássico com o tempo. “Ride On”, uma das poucas baladas do AC/DC, mostra a excelência de Bon Scott na interpretação. E a divertida “Big Balls”, com sua veia bluesy e encerramento bagunçado, conquista de primeira.

Bon Scott (vocal)
Angus Young (guitarra)
Malcolm Young (guitarra)
Mark Evans (baixo)
Phil Rudd (bateria)

Músico adicional:
George Young (baixo em “Big Balls)

Tracklist internacional:
1. Dirty Deeds Done Dirt Cheap
2. Love at First Feel
3. Big Balls
4. Rocker
5. Problem Child
6. There’s Gonna Be Some Rockin’
7. Ain’t No Fun (Waiting Round to Be a Millionaire)
8. Ride On
9. Squealer

Tracklist do lançamento australiano:
1. Dirty Deeds Done Dirt Cheap (com duração maior)
2. Ain’t No Fun (Waiting Round to Be a Millionaire) (com duração maior)
3. There’s Gonna Be Some Rockin’
4. Problem Child
5. Squealer
6. Big Balls
7. R.I.P. (Rock in Peace)
8. Ride On
9. Jailbreak

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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