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The Winery Dogs abre turnê nacional com ótimo show em Brasília

Resenha: The Winery Dogs – Clube do Congresso
Brasília (DF) – 14 de maio de 2016

O The Winery Dogs deu início, no último sábado (14), à parte brasileira da turnê “Double Down”, que divulga o mediano álbum “Hot Streak”, lançado em 2015. A primeira apresentação da excursão em terras tupiniquins foi no isolado Clube do Congresso, em Brasília (DF).

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Apesar de ser bem distante das áreas centrais de Brasília, a estrutura do Clube do Congresso era acima da média. Afirma-se que o local tem capacidade interna para 2,5 mil pessoas, no entanto, ao menos de forma aparente, não parecia ter mais de 1,5 mil pessoas por ali – que lotaram o ambiente.

O show começou com poucos minutos de atraso e sem muitas pompas. Um rap de introdução tocou por cerca de um minuto até que Richie Kotzen, Billy Sheehan e Mike Portnoy entrassem no palco e emendassem a virtuosa “Oblivion” e a hard rocker “Captain Love”, as duas primeiras faixas do disco “Hot Streak”.

O repertório favoreceu o novo trabalho. Das 15 músicas do setlist, oito eram de “Hot Streak”. As outras sete eram do álbum de estreia – ou seja, diferente da primeira turnê do grupo, não rolaram covers.

A paulada “We Are One”, do primeirão, e a jazzística música que dá nome ao segundo álbum mantiveram a apresentação em alto nível. “How Long” só empolgou mesmo no refrão, enquanto “Time Machine” voltou a mostrar a exuberância técnica dos instrumentistas.

A virtuose tomou conta de “Empire”, muito mais empolgante ao vivo do que na gravação oficial. Richie Kotzen preencheu a música com ótimos solos e o público explodiu na parte final, guiada pelo cowbell – o “quarto membro do The Winery Dogs”, segundo Mike Portnoy.

“Fire” foi o momento “Acoustic Cuts” da apresentação – sozinho no palco, Richie Kotzen fez bonito com um violão e sua voz. O momento também evidenciou o único problema do show: a guitarra de Kotzen estava muito alta, tampando, especialmente, os vocais. No momento acústico, com os volumes mais próximos do ideal, as cordas vocais de Richie apareceram de vez. Do violão para o teclado: “Think It Over”, outra música bem mais interessante ao vivo do que na gravação, conquistou o público com seu swing tipicamente R&B.

Seguida de um pequeno solo de bateria de Mike Portnoy, “The Other Side” colocou o pé no acelerador e trouxe a guitarra de volta ao front. Nem mesmo os devaneios líricos de Richie Kotzen, que trocou os versos de praticamente todas as estrofes, foram notados. Antes da jam feroz que encerrou a canção, o carismático Mike Portnoy saiu do banquinho e batucou praticamente tudo no palco – estantes, aros, bumbos e até o chão do palco.

Enquanto Richie Kotzen e Mike Portnoy tiravam um descanso nas coxias, o “vovô” Billy Sheehan – que, definitivamente, não parece ter 63 anos – fez um de seus típicos solos de baixo, com mais de cinco minutos de duração e muito shredding. Pena que o momento interessante aconteceu antes da morna “Ghost Town”, que nem ao vivo empolgou.

As quatro últimas músicas do repertório, oriundas do álbum de estreia, foram escolhas acertadas para encerrar o show. A conhecida “I’m No Angel” fez com que os presentes soltassem a voz com Richie Kotzen e, no encerramento do set convencional, “Elevate” tirou todo mundo do chão.

O melhor momento do show ainda estava por vir. “Regret” encantou não só por ser muito melodiosa, como também por voltar a destacar a bela voz de Richie Kotzen, tão engolida pelas guitarras ao longo da apresentação. “Desire” deu fim definitivo à apresentação com estilo: swing, jams e muito virtuosismo instrumental.

Tudo que é bom, dura pouco. Nesse caso, porém, foi ainda mais breve. Ainda acredito que o show poderia ter sido maior, já que não houve apresentação de abertura. A banda Soto, responsável pelas performances inaugurais de cada noite da turnê brasileira, não tocou em Brasília. O grupo liderado por Jeff Scott Soto toca no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Curitiba e em Londrina, respectivamente nos dias 17, 18, 20 e 21 de maio, além de Belo Horizonte, no último domingo (15).

Pequenos detalhes fazem com que esse show tenha sido nota 9,9. Quase 10. Ainda assim, vale muito a pena conferir o The Winery Dogs ao vivo. Pontuais, profissionais e exímios em seus instrumentos. Espero que o super-trio tenha vida longa.

Richie Kotzen (vocal, guitarra, violão, teclado)
Billy Sheehan (baixo)
Mike Portnoy (bateria)

1. Oblivion
2. Captain Love
3. We Are One
4. Hot Streak
5. How Long
6. Time Machine
7. Empire
8. Fire
9. Think it Over
10. The Other Side
11. Solo de baixo de Billy Sheehan
12. Ghost Town
13. I’m No Angel
14. Elevate

Bis:
15. Regret
16. Desire

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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