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Com uma música, Skid Row supera disco de Sebastian Bach em 2014

Críticas mistas marcaram o lançamento mais recente de Sebastian Bach, o recalcado ex-vocalista do Skid Row. “Give ‘Em Hell” sacramenta o fato de que Bach só conseguiu mesmo fazer algo de bom em carreira solo no debut “Angel Down”, de 2007.
Os motivos são vários. Ausência de uma linha artística sólida, composições melódicas batidas, letras fracas e falta de adaptação à época (Sebastian Bach ainda tenta cantar como fazia em 1989) são apenas introdutórias às críticas de “Give ‘Em Hell”. Os refrães são tão previsíveis que eu já sabia cantarolar a melodia de alguns deles antes mesmo de ouvir por inteiro. Os solos são fillers, aparentemente feitos por obrigação. E minha opinião sobre a voz de Bach já foi expressa: ele precisa encontrar outra forma de cantar.
Algumas deficiências justificam: provável falta de habilidade de Bach em algum instrumento, especialmente de corda (Jon Bon Jovi, por exemplo, aprendeu a tocar violão só para melhorar as composições dele), e ausência de compositores-base (existe uma salada mista entre os créditos autorais), por exemplo.
Por outro lado, com apenas uma faixa, “We Are The Damned”, o Skid Row se mostrou mais coeso, linear e criativo do que todo o “Give ‘Em Hell”. Ganchos melódicos bem construídos, bons riffs, cozinha bem casada, solos interessantes, breves mudanças de andamento e peso original, sem precisar apelar para afinações graves – muitas vezes, aliás, deixar as cordas mais graves ou apostar no drop pode fazer com que a música fique ainda mais repetitiva ou igual a outras.
A liderança nas composições pode ser o principal motivo do Skid Row fazer músicas melhores. Rachel Bolan, por muitas vezes com a ajuda de Dave “The Snake” Sabo, sabe o que faz. Não à toa, compôs sozinho boas canções como “Piece Of Me” e “Psycho Love” e trabalhou, com a parceria de Sabo, em pérolas como “Monkey Business”, “18 & Life”, “I Remember You” e “Youth Gone Wild”. Nos tempos de Skid Row, Bach contribuía especialmente com letras, mas só. E não foram muitas, nem mesmo conseguia apresentar uma composição inteiramente própria.
Sebastian Bach precisa repensar sua carreira, ou vai continuar a fazer discos para cumprir tabela – e a achar que são “o máximo”. O Skid Row, infelizmente, ainda está sonolento, apesar da boa “We Are The Damned” e do ótimo primeiro EP da série “United World Rebellion”. Provavelmente teria maior repercussão se lançasse um disco inteiro de inéditas, mesmo em tempos de profundas mudanças na indústria fonográfica.
Em tempo: a guerrinha midiática entre Skid Row atual e Sebastian Bach é imbecil, independente de qualquer preferência musical. Repudio este tipo de marketing.
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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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