Rome Ramirez explica por que fará shows como Sublime sem membros originais

Músico alegou que já tinha compromissos previamente estabelecidos e que não poderiam ser desmarcados

Após o anúncio de que os músicos do Sublime se reuniriam com Jakob, filho de Bradley Nowell, Rome Ramirez confirmou uma turnê de despedida do projeto Sublime with Rome, que mantinha com o baixista Eric Wilson. Vale destacar que o grupo já havia confirmado, ainda no ano passado, que encerraria atividades após uma série de shows.

A situação deixou os fãs confusos, especialmente por conta do fato de que, por motivo óbvio, nenhum dos integrantes do Sublime original estará envolvido no giro. O vocalista e guitarrista será acompanhado pelo baterista Joe Tomino, o baixista Brian Allen e o tecladista Gabrial McNair, que também toca trombone.

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Em nova entrevista à Rolling Stone, ele explicou o porquê de realizar os shows, que acontecerão entre abril e setembro na América do Norte – e serão promovidos junto com o single “Love is Dangerous”.

“Se pudesse usar uma varinha mágica e transformar isso em shows do Rome, eu o faria. Mas o fato é que temos compromissos que assumimos com várias pessoas, desde nossos fãs, aos promotores e, até mesmo, ao legado. Firmamos contratos e temos que cumpri-los. Esse é o tipo de pessoa que eu sou. Há muitas coisas acontecendo nos bastidores agora, informações que as pessoas provavelmente adorariam que dissesse, mas isso não sou eu.”

Gratidão e a saúde de Eric Wilson

Ramirez deixa claro que, apesar do conflito gerado pela coexistência de duas versões da banda, não guarda mágoas de Eric Wilson. Mas reconhece que o momento é estranho.

“É uma situação muito conflituosa, porque tenho muito amor e admiração por ele. Não acho que teria chegado tão longe na música sem o Sublime e sem essa oportunidade. E ele foi a pessoa que me defendeu e me apresentou ao Bud (Gaugh, baterista da banda original) e me deu minha primeira guitarra elétrica depois que penhorei tudo.”

Rome ainda deixa claro que a decisão de encerrar a parceria foi sua. E revela que o agora ex-colega não está bem.

“Eric teve sérios problemas de saúde e alguns incidentes que mudaram sua vida no ano passado. Tentamos ajudá-lo continuamente. Eu realmente me diverti muito subindo naqueles palcos e cantando essas músicas… Por outro lado, ter que assistir alguém sofrendo com sua saúde e tentando manter práticas para se ajudar a melhorar pode ser muito difícil.”

Em comunicado enviado à Rolling Stone, no entanto, Eric declara estar melhorando gradativamente.

“Minha saúde está realmente melhor do que há anos. Ainda estou me recuperando de uma cirurgia no ombro e foi um longo caminho, mas está acontecendo mais rápido do que o esperado. Honestamente, acordo todos os dias me sentindo melhor agora do que há anos. Tocar música com meu melhor amigo Bud e com Jake me inspirou novamente. E essa inspiração me levou a levar minha saúde mais a sério e a aproveitar cada dia. Para mim, a coisa do Sublime with Rome teve seu tempo e desejo o melhor a Rome.”

Sobre o Sublime with Rome

O grupo lançou três álbuns de estúdio: “Yours Truly” (2011), “Sirens” (2015) e “Blessings” (2019). O debut foi o mais bem-sucedido, alcançando o 9º lugar na Billboard 200, principal parada americana. O trabalho mais recente foi o EP “Tangerine Skies”, disponibilizado em 3 de novembro de 2023.

A volta do Sublime

No final do ano passado os fãs do Sublime foram pegos de surpresa com o anúncio de que os membros remanescentes se reuniriam com Jakob, filho do falecido frontman Bradley Nowell. A parceria se deu durante um show em Los Angeles no dia 11 de dezembro. O evento teve caráter filantrópico, com renda revertida aos tratamentos de H.R., vocalista do Bad Brains.

A repercussão foi tão positiva que a banda decidiu se reagrupar em tempo integral. Desde então, eles já foram anunciados como atração do Coachella Festival 2024, ao lado de nomes como No Doubt, Lana Del Rey, Tyler the Creator, Doja Cat, J Balvin, Blur e Deftones.

Bradley faleceu em 1996. Ele foi encontrado morto em um quarto de motel, vítima de uma overdose de heroína. O grupo anunciou imediatamente que não continuaria sem seu líder.

À época, eles estavam prestes a atingir o mainstream: assinaram um contrato com a MCA para lançar seu terceiro disco, homônimo, que acabou contendo os hits “What I Got”, “Santeria” e “Wrong Way”. O trabalho vendeu mais de 5 milhões de cópias só nos Estados Unidos.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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