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Mick Mars consegue na Justiça acesso a documentos do Mötley Crüe

Guitarrista alega ter sido expulso da banda após decidir se aposentar de turnês, tendo sua porcentagem da sociedade drasticamente reduzida

O conflito interno do Mötley Crüe avançou e Mick Mars conseguiu um avanço crucial. Um juiz na Califórnia, Estados Unidos, decidiu favoravelmente ao guitarrista em um processo movido por ele, em abril, para obter acesso a documentos corporativos da banda — da qual está fora desde o fim de 2022.

De acordo com uma reportagem da Rolling Stone com acesso à decisão judicial publicada nesta terça-feira (16), o juiz James C. Chalfant escreveu que a falta de transparência dos outros membros deixou Mars com nenhuma outra opção a não ser processar. O magistrado também destacou a lentidão da equipe legal do Crüe em providenciar os documentos adequados — quase oito meses para entregar tudo aos advogados do guitarrista.

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O texto jurídico aponta:

“Os pedidos não foram taxativos. Ainda assim, Mars foi compelido a dar entrada com ação, e parece claro que a produção dos documentos não teria ocorrido sem ela. Mars terá direito a custos de advogados.”

Apesar disso, o juiz entendeu o processo como resolvido e negou acesso a documentos corporativos gerados após o início da ação. A equipe legal do Mötley Crüe caracterizou a decisão como final, mas o advogado de Mars disse à revista que ainda haverá uma arbitragem privada para resolver o ponto principal do conflito.

Mick Mars vs. Mötley Crüe

Em abril de 2023, Mick Mars entrou com uma ação contra os integrantes do Mötley Crüe. Ele alegou ter sido expulso do Crüe e roubado em termos financeiros. Embora tenha de fato se retirado das tours por questões de saúde (ele sofre de uma doença crônica chamada espondilite anquilosante), o músico disse que poderia continuar gravando com a banda ou realizando apresentações selecionadas.

Porém, em uma decisão apontada como “unilateral”, os demais integrantes (o vocalista Vince Neil, o baixista Nikki Sixx e o baterista Tommy Lee) optaram por removê-lo do grupo. A vaga foi ocupada por John 5.

Diante de seu afastamento, sua parcela nos lucros foi cortada de 25% para 5%. Além disso, segundo o TMZ, Mick apontou que “os advogados da banda o fizeram sentir que deveria ser grato até mesmo por aquela pequena fatia, porque eles não achavam que lhe deviam nada”.

Em entrevista à Rolling Stone em junho de 2023, Mars não poupou críticas aos companheiros:

“Quando eles só queriam ficar doidões e estragar tudo, nos anos 1980, eu estava lá para dar cobertura. Agora, estão tentando apagar o meu legado, a minha participação no Mötley Crüe, além dos meus direitos sobre o nome e a marca. Como você pode demitir o senhor Heinz da Heinz catchup? Ele é o dono. Os legados de Frank Sinatra ou Jimi Hendrix é eterno e seus herdeiros continuam faturando. É o que eles querem tirar de mim e não vou deixar.”

Procurado pela reportagem, Nikki Sixx se defendeu. O baixista e líder da banda aproveitou a situação para destacar o estado em que Mars se encontrava nos últimos anos.

“Estávamos lá assistindo ele desmoronar fisicamente, desmoronar mentalmente, sua memória desmoronar. Nós realmente estávamos, com luvas de pelica, tentando apoiar Mick. Sempre estivemos ao seu lado. Mas não poderíamos deixar seu lado do palco ser apenas um desastre. E agora ele só está dizendo essas coisas porque está tentando nos machucar. Qual é o ponto? Ele que está destruindo seu próprio legado. Cara, nós o amamos. É realmente assustador estar nessa alucinação completa.”

Críticas a Nikki Sixx

Ainda no processo, Mick Mars disparou críticas a Nikki Sixx. O guitarrista afirma que o baixista sempre o diminuía com relação à sua perda de habilidades na guitarra.

Na ação, Mars deixa claro que não faz sentido Sixx declarar algo do tipo, pois o colega “não tocou uma nota sequer no baixo” durante a última turnê pelos Estados Unidos, “The Stadium Tour”, tendo em vista que o material teria sido todo pré-gravado.

A aposentadoria de Mick Mars

O anúncio de que Mick Mars se aposentaria das turnês do Mötley Crüe foi feito em outubro do ano passado, após o fim da turnê “The Stadium Tour”. O giro marcou a reunião da banda após o fim das atividades confirmado em 2015. A partir da extensão desta turnê para outros continentes, rebatizada “The World Tour”, Mars já teria sua vaga ocupada por John 5, ex-integrante das bandas de Rob Zombie e Marilyn Manson.

Na ocasião, um comunicado à imprensa informou:

“Mick Mars, cofundador e guitarrista da banda de heavy metal Mötley Crüe nos últimos 41 anos, anunciou que, devido à sua luta dolorosa contínua com a espondilite anquilosante, ele não mais poder fazer uma turnê com a banda. Mick continuará como membro da banda, mas não pode mais lidar com os rigores da estrada. A espondilite anquilosante é uma doença degenerativa extremamente dolorosa e incapacitante, que afeta a coluna.”

Hoje com 72 anos, Mars estaria lidando com uma piora na saúde devido ao avanço da espondilite anquilosante. A doença degenerativa é uma espécie de artrite autoimune que causa, especialmente, rigidez e dor nas articulações na coluna. Ele foi diagnosticado com o problema de saúde aos 19 anos.

Seu primeiro álbum solo, “The Other Side of Mars”, sairá no próximo dia 23 de fevereiro. Veja entrevista exclusiva ao site:

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Pedro Hollanda
Pedro Hollanda
Pedro Hollanda é jornalista formado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso e cursou Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Apaixonado por música, já editou blogs de resenhas musicais e contribuiu para sites como Rock'n'Beats e Scream & Yell.

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