Contando com uma base de fãs das mais fanáticas, o Iron Maiden não pode ser resumido a seus grandes clássicos. Os adeptos mais ferrenhos conhecem literalmente tudo de cor e salteado. Porém, o grande público ainda pode acabar se deparando com algo que soa como novidade.
Pensando nisso, a Classic Rock elaborou um ranking com 20 momentos menos conhecidos da carreira da banda que merecem ser conferidos.
A lista foi compilada pelos jornalistas Dave Ling e Dave Everley. Os comentários de ambos podem ser conferidos abaixo.
As músicas mais subestimadas do Iron Maiden, segundo a Classic Rock
Invasion (1979): “Lembra dos dias em que o Maiden era visto como um híbrido metal-punk? Gravado com um leve sabor de boogie em seu instigante EP ‘The Soundhouse Tapes’ da NWOBHM e depois aumentado como o outro lado de seu terceiro single, ‘Women In Uniform’, este hino de dois minutos e meio com referências às façanhas dos Vikings nos lembra o porquê. Paul Di’Anno zomba brilhantemente e o apoio instrumental é incandescente; bem na sua cara.”
Burning Ambition (lado B do single Running Free, 1980): “Considerando a extravagância e o desenvolvimento musical que se seguiriam nos anos posteriores, o lado B de seu single de estreia mostra o Maiden liderado por Di’Anno sob uma luz mais simplista. No entanto, sua inocência é encantadora, a delicada melodia da guitarra em seu epicentro é um retrocesso à admiração bem documentada do baixista e líder da banda Steve Harris por Wishbone Ash.”
Strange World (Iron Maiden, 1980): “É fácil esquecer o quão fora de padrões o Maiden poderia se desviar em seus primeiros dias. Aparecendo em seu álbum de estreia autointitulado, ‘Strange World’ é o mais próximo que eles chegaram de escrever uma música psicodélica, completa com guitarras límpidas, ambiente interestelar e Paul Di’Anno cantando algo sobre ‘viajar pelo espaço sideral’. Seu equivalente a ‘Planet Caravan’, do Black Sabbath.”
Total Eclipse (lado B do single Run to the Hills, 1982): “Até Steve Harris admitiu que deixou escapar este mini épico magnificamente apocalíptico de ‘The Number Of The Beast’ em favor da desajeitada ‘Gangland’, em vez disso relegando-o para o lado B do single ‘Run To The Hills’. Ela tem entrado e saído das reedições do álbum nos últimos anos, mas ainda permanece uma curiosidade para todos, exceto para os fãs mais obstinados do Maiden.”
Still Life (Piece Of Mind, 1983): “‘Piece Of Mind’ é o melhor álbum do Iron Maiden sobre o qual ninguém fala tanto quanto deveria – bizarro porque apresenta pelo menos cinco clássicos de ferro fundido. Seis se contarmos ‘Still Life’. Escondido perto do início do antigo lado dois, é uma fatia do brilho melódico do Maiden que começa com Nicko McBrain declamando uma mensagem invertida e termina com Bruce sendo arrastado para baixo das águas de uma piscina misteriosa por forças sobrenaturais. Pesadelos, de fato!”
Sun And Steel (Piece Of Mind, 1983): “‘Flight of Icarus’ e ‘The Trooper’ chamam a atenção quando se trata de ‘Piece Of Mind’. Ainda assim, em um universo paralelo, este hino divertido e habilmente despachado, inspirado no espadachim e rōnin japonês do século XVII Miyamoto Musashi, poderia facilmente ter sido um single de sucesso considerável.”
Back In The Village (Powerslave, 1984): “Se um álbum tão gigantesco como ‘Powerslave’ tem uma joia esquecida, então é esta. Uma sequência de ‘The Prisoner’, traz muitas referências dessa série sem realmente fazer muito sentido. Ainda assim, o que falta em coesão lírica é compensado em pura energia. Mesmo Steve Harris não tem certeza se o Maiden a tocou ao vivo ou não.”
Flash Of The Blade (Powerslave, 1984): “Outro destaque desconhecido do ‘Powerslave’ e outra música sobre luta com espadas – o tema perfeito para Bruce Dickinson, um grande entusiasta da esgrima, que começa este primo distante de Sun And Steel cantando sobre um garotinho ‘perseguir dragões’ com uma arma feita de madeira e cabeças em um cenário de maior risco de vida. O apoio musical triunfante é adequado ao seu tema: ‘Um homem e sua honra’.”
Sea Of Madness (Somewhere In Time, 1986): “O Maiden pode estar destacando ‘Somewhere In Time’ em sua turnê atual, mas eles estão claramente ignorando uma das músicas matadoras daquele álbum. ‘Sea Of Madness’ agita-se e vibra antes de dar lugar a um refrão crescente e aquele colapso matador onde tudo cai e depois entra em ação novamente.”
Only The Good Die Young (Seventh Son of a Seventh Son, 1988): “Em uma das decisões mais perversas de sua carreira, o Maiden não apenas decidiu fechar o álbum ‘Seventh Son Of A Seventh Son’ com essa música desenfreadamente comercial, como nem se preocupou em lançá-la como single. Enquanto grande parte do disco é épico e complexo, ‘Only The Good Die Young’ é mais direta: emocionante, elevada e possuidora de um refrão infernal. Lado a lado com suas músicas mais conhecidas.”
Fates Warning (No Prayer For The Dying, 1990): “‘No Prayer For The Dying’ é o álbum mais fraco do Maiden na era Dickinson, mas ainda tem um punhado de joias enterradas em meio a alguns dos materiais mais prosaicos. Este é um deles – um galope clássico do grupo que reúne um refrão arrasador e um solo perverso em apenas três minutos e meio, enquanto Bruce rumina sobre o destino e quantas escolhas realmente temos na vida (spoiler: não muitas).”
Wasting Love (Fear Of The Dark, 1992): “O Iron Maiden não faz baladas, mas aqui eles chegaram perto. Os olhos de Bruce Dickinson podem estar vagando em direção à porta de saída, mas ele dá tudo de si nesta dissecação emocional e lenta de encontros sexuais vazios e da solidão que pode acompanhá-los. Eles lançaram-na como single e tocaram na turnê de ‘Fear Of The Dark’, mas ela parece ter sido injustamente jogada no lixo desde então.”
Judgement Of Heaven (The X-Factor, 1995): “A era Blaze Bayley produziu alguns petardos – ‘The Clansman’, ‘Futureal’, ‘Sign Of The Cross’, ‘Man On The Edge’. E então há ‘Judgment Of Heaven’, uma pausa comparativamente alegre da escuridão e da angústia de ‘X-Factor’ que, por algum motivo, sempre passa despercebida, mesmo pelo mais ferrenho defensor do vocalista.”
Como Estais Amigos (Virtual XI, 1997): “Blaze Bayley é corretamente orgulhoso da última faixa de seu segundo e derradeiro álbum com o Iron Maiden. Um comovente tributo às vidas perdidas em ambos os lados na Guerra das Malvinas de 1982, que captura a grandeza da velha escola Maiden. Surpreendentemente, a própria banda nunca a tocou ao vivo, embora seja frequentemente a peça central dos sets solo do cantor.”
The Thin Line Between Love And Hate (Brave New World, 2000): “As ações precisaram falar mais alto que as palavras quando Bruce Dickinson e Adrian Smith retornaram ao Iron Maiden. O resultado foi um de seus lançamentos mais consistentemente fortes. Só Deus sabe por que essa música estelar foi escondida no final, a menos que a banda soubesse que isso deixaria o ouvinte cambaleando, alcançando novamente o botão marcado como ‘play’.”
Age Of Innocence (Dance Of Death, 2003): “‘Dance Of Death’ está lotado com um monte de músicas que nunca recebem o devido crédito, em parte devido ao fato de que a primeira metade do álbum é épica. Esta é uma delas. A letra exasperada pode ser chocante para alguns, mas é ótimo ouvir Bruce realmente se divertindo com aquele refrão enorme.”
Journeyman (Dance Of Death, 2003): “Um álbum do Iron Maiden que se encerra como nenhum outro – um emocionante épico acústico enfeitado com cordas arrebatadoras e uma sensação de levantar os copos para o alto que acumula emoção de uma forma que as músicas da banda raramente fazem. Em outro universo, é a música dos créditos finais de algum grande sucesso de bilheteria de Hollywood.”
The Longest Day (A Matter Of Life And Death, 2006): “O comovente tributo do Maiden aos milhares que perderam suas vidas durante o desembarque na Normandia do Dia D, 6 de junho de 1944, canaliza o medo dos combatentes (‘Oh, a água é vermelha/Com o sangue dos mortos/Mas eu estou ainda vivo, reze a Deus para que eu sobreviva’) através de uma trilha sonora que se transforma em algo apropriadamente explosivo.”
The Alchemist (The Final Fronter, 2010): “Em meio aos épicos místicos que compõem ‘The Final Frontier’, ‘The Alchemist’ é uma lufada de ar fresco – uma explosão de quatro minutos e meio de energia quase punk que não teria soado deslocada em um de seus álbuns clássicos dos anos 80. Um lembrete de que o Maiden nunca é melhor do que quando se mantém firme.”
The Book Of Souls (The Book Of Souls, 2015): “Em muitos aspectos, é um pouco injusto que o épico de 18 minutos de Bruce, ‘Empire Of The Clouds’, tenha se tornado tão estabelecido como o principal ponto de discussão do álbum ‘The Book Of Souls’. A faixa-título, apenas um pouco menos épica, é o clássico Maiden dos últimos tempos, desde uma introdução dramática até as intrincadas teias tecidas pelos Three Amigos, Janick Gers, Dave Murray e Adrian Smith.”
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A subestimação das subestimadas: A ausência de “The Duellists” do “Powerslave” foi a grande injustiça da lista!