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Atores de “Escola de Rock” sofreram bullying após o filme ter sido lançado

Mesmo assim, participantes exaltaram a natureza inclusiva e as bandeiras erguidas através da trama

Nas telinhas, é possível ver que o elenco de “Escola de Rock” se divertiu bastante. A comédia estrelada por Jack Black em 2003 mostrava um roqueiro sonhador que se infiltrava em uma escola tradicional como professor e convertida toda uma turma de acordo com os seus gostos, chegando a levá-los a uma batalha de bandas.

Porém, também é sabido que os bastidores da indústria são bastante cruéis para a maioria dos aspirantes a artistas. Um artigo publicado pela Rolling Stone em celebração aos 20 anos da estreia da obra revelou que o cast mirim sofreu as consequências da fama repentina.

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Joey Gaydos Jr., que interpretou o guitarrista Zack “Zack-Attack” Mooneyham, explicou que se sentiu um outsider quando voltou para a escola (a real, não a do rock).

“Foi difícil. Enxergavam-me como uma aberração de três cabeças. Voltei com toda essa cultura em meu cérebro para uma linda cidade pequena nos arredores de Detroit. Era visto como um completo esquisito, foi difícil.”

A fama rendeu até mesmo agressões físicas e ciúmes por conta da percepção de que era rico devido ao sucesso do filme.

“Lembro-me de ir a um jogo de futebol no colégio. Uma garota mais velha apareceu e me deu um tapa na cara porque, ‘Olha aquele cara estranho do filme’. As pessoas pensavam que eu tinha tudo. Não conseguia acreditar.”

A baixista da banda, Katie, interpretada por Rivkah Reyes, disse que o assédio de outras pessoas afetou negativamente sua saúde mental.

“Passei, eu diria, cerca de uma década muito, muito doente mentalmente. Usava tudo o que podia para, basicamente, conseguir não sentir nada.”

Brian Falduto interpretou Billy, o estilista da banda, conhecido por sua personalidade extravagante e comportamento gentil. Quando conseguiu o papel, o ator ficou animado e contou com o apoio dos pais, apesar de não ser abertamente LGBTQ+ na época. Mas quando voltou para a escola, foi assediado por ser o “garoto gay” do filme.

“Ter essa experiência em que todos nos sentimos especiais por causa de nossas diferenças foi muito legal. Mas também tornou tudo ainda mais difícil quando voltamos para a escola. As pessoas tentaram me enquadrar no título de garoto gay depois do filme. Nem sabia o que era ser gay na época. Estava apenas sendo eu mesmo e me divertindo muito.”

Apesar de tudo, os membros do elenco exaltaram suas experiências positivas e o legado inspirador do filme. Reyes se declarou grata pela mensagem edificante sobre autoaceitação.

“Aquece meu coração que o filme tenha envelhecido tão graciosamente e ainda tenha esta mensagem poderosa de autoaceitação radical. ‘Escola de Rock’ nos permitiu realmente deixar nossas bandeiras estranhas voarem. Quando você tem uma sala inteira cheia de oprimidos, isso gera algo muito poderoso.”

Z Infante, que interpretou o gênio dos efeitos especiais Gordon, explicou que a mensagem de autoaceitação do filme permitiu que ele fosse aberto sobre sua natureza.

“Eu não sabia que era queer na época. Mas havia uma mensagem sobre isso em ‘Escola de Rock’. Há algo em desafiar o status quo, aderir ao ser humano, que cria esse ambiente incrível para pessoas de todas as origens, preferências sexuais, identidades de gênero, raças, religiões… Seja você quem for, é bem-vindo nessa escola.”

Sobre o filme “Escola de Rock”

Lançado em outubro de 2003 pela Paramount Pictures, “Escola de Rock” faturou US$ 131 milhões de bilheteria, superando com folga os US$ 35 milhões do seu orçamento de produção. Posteriormente, ganhou adaptação para os palcos da Broadway e virou série televisiva.

Recentemente, Jack Black falou sobre a possibilidade de uma continuação. Por hora, o projeto ainda não saiu do papel e nem teve detalhes do roteiro divulgados.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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