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6 músicas dos Beatles sem Ringo Starr na bateria

Canções como “Love Me Do” e “The Ballad of John and Yoko” são algumas das que foram feitas com outras pessoas no instrumento

Ringo Starr tirou a sorte grande ao ser escolhido para substituir Pete Best na bateria dos Beatles e deixou sua marca na história da música. Contudo, por mais que tenha permanecido na banda até o seu fim, ele não gravou todas as canções do catálogo.

Devido a diversas circunstâncias, como insatisfação da produção e seus colegas com seu trabalho ou sua ausência por estar ocupado com outros projetos, Starr não assumiu a bateria em algumas canções lançadas pelos Beatles ao longo de sua existência.

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John Lennon nunca falou mal de Ringo Starr

Antes de entrarmos de vez no assunto, vamos citar uma curiosidade envolvendo o trabalho de Ringo Starr nos Beatles. Por anos, muitas pessoas acreditaram que John Lennon teria dito que o colega sequer foi o melhor baterista que a banda teve.

“Ringo não é o melhor baterista do mundo. Vamos ser francos, ele sequer foi o melhor baterista dos Beatles.”

Suposta citação atribuída a John Lennon

Muitos especialistas e fãs mais dedicados sempre acreditaram que Lennon, apesar de seu senso de humor, não diria algo do tipo. E, de fato, nunca falou.

Segundo o jornalista Tim Worthington e o biógrafo Mark Lewisohn, a frase, na verdade, foi dita pelo comediante Jasper Carrott em um programa de rádio em 1981. Por algum motivo, muitos passaram a acreditar que ela foi dita por John.

De qualquer forma, no primeiro exemplo da lista, questionamentos em torno do trabalho de Ringo Starr o fizeram ser substituído em uma das músicas mais famosas da etapa inicial do grupo.

“Love Me Do”

“Love Me Do” foi o primeiro single lançado pelos Beatles em sua rica história. A canção possui três versões diferentes, cada uma com um baterista diferente.

A primeira, gravada em junho de 1962, tinha Pete Best, o baterista original do grupo, ainda no posto antes de ser demitido. Durante anos, acreditava-se que esta versão tinha sido perdida, mas ela foi encontrada e lançada na coletânea “Anthology 1”, de 1995.

A segunda, de 4 de setembro de 1962, foi gravada já com Ringo Starr nas baterias. Ela até foi lançada como single na época, mas só foi ser disponibilizada em um disco da lendária banda em 1988, na coletânea “Past Masters”.

A terceira e última, gravada exatamente uma semana mais tarde, teve Andy White como baterista. O motivo é que George Martin, produtor dos Beatles, não gostou do trabalho de Starr na versão anterior e pediu uma nova gravação com outro músico na função.

Segundo Ken Townsend, que foi engenheiro do estúdio Abbey Road, Paul McCartney também não teria gostado do trabalho de Starr.

Desta forma, o músico teve de se contentar em tocar tamborim para esta versão da canção – a presença do instrumento de percussão se tornou a principal diferença entre as duas versões. “Love Me Do” com Andy White acabou sendo utilizada em “Please Please Me”, o primeiro álbum dos Beatles, e em várias coletâneas da banda.

“P.S. I Love You”

“P.S. I Love You” era o lado B de “Love Me Do” e foi gravada no mesmo dia em que Andy White substituiu Ringo Starr. Por conta disso, o baterista também teve de se contentar em tocar outro instrumento para a canção: no caso, maracás.

Para a biografia autorizada dos Beatles, escrita por Hunter Davies, Starr disse ter pensado que por conta da situação, seria demitido da banda apenas semanas após sua contratação.

“Eles começaram (a gravar) ‘P.S. I Love You’. O outro camarada ficou nas baterias e me deram os maracás. Eu pensei: ‘é o fim,estão fazendo comigo o que fizeram com o Pete Best’.”

“Back in the U.S.S.R.”

Anos mais tarde, já em 1968, os Beatles estavam gravando as canções do clássico álbum homônimo da banda, que ficou mais conhecido pela alcunha “White Album”. No entanto, enquanto trabalhavam em “Back in the U.S.S.R.”, Ringo Starr se cansou da constante insatisfação de Paul McCartney com seu trabalho e deixou o grupo temporariamente.

Desta forma, os Beatles tiveram de terminar o trabalho sem a presença de Ringo e o próprio Paul teve de assumir a bateria. A versão final da canção ainda contou com trechos em que John Lennon e George Harrison também tocaram o instrumento.

“Dear Prudence”

Em seguida, os Beatles foram trabalhar em “Dear Prudence”, que era justamente a canção seguinte a “Back in the U.S.S.R.” no “White Album”. Como Ringo Starr ainda estava chateado com o que havia acontecido, o grupo também teve de gravar a música sem seu baterista.

Paul McCartney assumiu o posto novamente para a canção e, de quebra, ainda tocou outros instrumentos, como piano e tamborim. “Dear Prudence” ganhou este nome em homenagem a irmã da atriz Mia Farrow, Prudence, que durante o retiro espiritual dos Beatles na Índia, só queria ficar dentro de sua própria cabana treinando meditação.

Foi após a gravação desta música que os Beatles notaram que não poderiam continuar sem o seu baterista. Assim, escreveram uma carta em que imploraram para Ringo Starr retornar e o músico voltou a fazer parte da banda.

“Martha My Dear”

Mesmo com o retorno de Ringo Starr, o “White Album” ainda contou com mais uma canção sem a presença do baterista: “Martha My Dear”, que ganhou este nome como forma de homenagear a cadela homônima de Paul McCartney.

No entanto, Starr não foi o único a ficar de fora da gravação: John Lennon e George Harrison também não tocaram em “Martha My Dear”. O motivo é que Paul McCartney queria se desafiar no piano e pediu para trabalhar sozinho em sua composição. Além disso, segundo os biógrafos Ian MacDonald e Mark Lewisohn, ele queria se livrar das tensões presentes no grupo durante esse período.

Assim, Paul foi o responsável por cantar e tocar todos os instrumentos presentes na música. Só ganhou uma mãozinha da orquestra que contribuiu nos arranjos.

“The Ballad of John and Yoko”

Há ainda “The Ballad of John and Yoko”, single que não fez parte de nenhum álbum e foi o último dos Beatles a alcançar o primeiro lugar das paradas no Reino Unido. A canção foi composta durante a lua de mel de John Lennon e Yoko Ono, em 1969.

Ao retornar, Lennon estava desesperado para gravá-la. No entanto, descobriu que George Harrison estava viajando e Ringo Starr, gravando o filme “Um Beatle no Paraíso”. Sem paciência para esperar os colegas, o músico decidiu trabalhar apenas com Paul McCartney.

Para a enciclopédia da banda, o baixista confirmou a pressa do colega em gravar a canção.

“John estava pegando fogo. Ele precisava gravá-la, então corremos (para o estúdio) e a fizemos.”

McCartney, então, teve de assumir a bateria novamente para a gravação, que ocorreu em 14 de abril de 1969, mesmo dia em que Lennon lhe apresentou a música. O baixista dos Beatles até se lembrou de uma curiosa situação em que o colega acabou o chamando de “Ringo” sem querer durante os trabalhos e o respondeu da seguinte maneira:

Lennon: “Vá um pouco mais rápido, Ringo.”

McCartney: “Ok, George!”

Um fato curioso sobre “The Ballad of John and Yoko” é que John Lennon também queria lançá-la desesperadamente ainda em abril de 1969. No entanto, “Get Back” já estava programado para ser lançada no mês em questão. O músico, então, não teve outra escolha a não ser aguardar o dia 30 de maio para disponibilizar a canção.

Curiosamente, “Get Back” acabou não saindo. Voltou a ser trabalhado em estúdio, com o produtor Phil Spector, dando origem a “Let it Be” – álbum que só chegou a público em maio de 1970, sacramentando o fim dos Beatles. Neste ínterim, o grupo ainda concluiu as gravações de outro disco, “Abbey Road”, e o disponibilizou em 26 de setembro de 1969.

*Informações retiradas dos sites Wikipédia (1, 2, 3, 4, 5 e 6), CheatSheet, Culture Sonar e Radio X.

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Augusto Ikeda
Augusto Ikedahttp://www.igormiranda.com.br
Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atua no mercado desde 2013 e já realizou trabalhos como assessor de imprensa, redator, repórter web e analista de marketing. É fã de esportes, tecnologia, música e cultura pop, mas sempre aberto a adquirir qualquer tipo de conhecimento.

4 COMENTÁRIOS

    • Na verdade, Ringo Starr toca pandeireta em “Love You Too”. De resto, é isso mesmo. Mas todas essas músicas citadas não têm bateria. Priorizamos no artigo aquelas que têm bateria, com outra pessoa tocando no lugar.

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