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Dado e Bonfá voltam a celebrar a Legião Urbana com turnê “As V Estações” em SP

Performance sólida e repertório campeão garantiram a festa do público já não tão jovem que compareceu ao Espaço Unimed, no último sábado (6)

Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, respectivamente guitarrista e baterista originais da Legião Urbana, subiram ao palco do Espaço Unimed, em São Paulo, junto de outros quatro músicos, no último sábado (6), para realizar o segundo show da nova turnê “As V Estações”. O projeto, além de rememorar canções clássicas do grupo, dá especial atenção aos álbuns “As Quatro Estações” (1989) e “V” (1991), lançados quando a banda já possuía três discos de experiência e estava a três outros trabalhos de seu fim.

É notável que a plateia da apresentação de ontem não possa mais dizer “somos tão jovens”, tal como no hit “Tempo Perdido”. Nada de crianças ou adolescentes circulando nas imediações do evento: eram jovens adultos (o que indica renovação do público até certo ponto) e pessoas de cabelo branco, muitas delas usando camisetas pretas – da própria banda ou de outros grupos, mas sempre de rock. Às vezes acontece de nos esquecermos: a Legião Urbana, a despeito de sua imensa popularidade, é uma banda de rock surgida nos anos 1980, resultado peculiar – brasileiro – do movimento punk da década anterior.

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Foto: Gabriel Ramos

E é disso que se trata essa turnê, de acordo com Marcelo Bonfá em entrevista ao G1: um show de rock.

“É complicado falar de expectativa, mas podem esperar um show de rock que nunca viram antes. Aqui é uma banda de rock, que aprendeu a fazer isso há muito tempo […].”

*Fotos de Gabriel Ramos / @gabrieluizramos. Role para o lado para ver todas. Caso as imagens apareçam pequenas, atualize a página.

Repertório campeão

Ao longo da apresentação, como não poderia deixar de ser quando se trata de um grupo tão estabelecido como a Legião Urbana, chama a atenção a qualidade da plateia de conhecer e cantar, de cabeça, absolutamente todas as canções. Os gritos após a primeira nota de cada faixa entregavam que aquele material tinha sido previamente ouvido e cantado centenas de vezes ao longo dos anos.

Músicas como “Há tempos”, “Meninos e meninas”, “Eu sei”, “O teatro dos vampiros”, “Tempo perdido”, “Índios” e “Faroeste caboclo” e “Pais e filhos”, para ficar nas que são mais familiares a este escriba, traziam o público para o centro dessa bela celebração à história da Legião, um grupo que encerrou precocemente sua carreira há 27 anos, com a morte do vocalista e líder Renato Russo, mas que permanece como “barulho de fundo” nas vidas de seu público. Não é por acaso que esta segue na posição de segunda banda de rock nacional mais ouvida no Spotify.

“As V Estações” é a segunda vez que Dado e Bonfá se juntam para rodar o Brasil tocando os clássicos da Legião Urbana. A primeira ocorreu em 2015, quando, com essa mesma banda, saíram em turnê para comemorar os 30 anos do primeiro trabalho do grupo brasiliense, lançado no longínquo ano de 1985.

Na atual ocasião, nem se arriscaram a utilizar o nome do grupo original, tendo em vista que a tour passada gerou uma ação da empresa gerenciada por Giuliano Manfredini, filho e herdeiro de Renato. O imbróglio segue na Justiça.

Foto: Gabriel Ramos

Músicos garantem a festa

No centro do palco, com a dura tarefa de assumir os vocais de uma banda cujo espaço anteriormente era de um monumento como Renato Russo, André Frateschi demonstrou estar confortável. O músico paulista confessou ao público estar “contente por estar em casa”. Indubitavelmente, deu conta do recado: cantou bem, circulou pelo palco, interagiu e conquistou a plateia com seu talento e carisma.

Foto: Gabriel Ramos

Dado e Bonfá estavam também confortáveis e contentes em tocar suas composições. Além da guitarra e da bateria, cada um assumiu o vocal em três faixas: Dado em “Sete cidades”, “Índios” e “Quando o sol bater na janela do teu quarto”, e Bonfá em “O teatro dos vampiros”, “Se fiquei esperando meu amor passar” e “Por enquanto”, esta última, também sucesso na voz de Cássia Eller, foi quase que declamada, com Bonfá sozinho no palco.

Foto: Gabriel Ramos

A performance da dupla original da Legião não esconde sua origem: o movimento punk/pós-punk da década de 1980. A carregada guitarra de Dado é tipicamente oitentista, com direito a muito uso de efeitos, delay e harmônicos. Bonfá, por sua vez, surpreende pela simplicidade de sua execução. Sem firulas, mas definitivamente muito seguro e preciso.

Foto: Gabriel Ramos

O grupo, dirigido musicalmente por Mauro Berman – que também ocupa a posição de baixista e tem destacada presença de palco –, está muitíssimo bem ensaiado e demonstra vontade de tocar. Ao encontrar um público também a fim, que conhece tão bem o repertório, a festa foi garantida.

*Fotos de Gabriel Ramos / @gabrieluizramos. Role para o lado para ver todas. Caso as imagens apareçam pequenas, atualize a página.

Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá – ao vivo em São Paulo

  • Local: Espaço Unimed
  • Data: 6 de maio de 2023
  • Turnê: As V Estações

Repertório:

  1. Há tempos
  2. Meninos e meninas
  3. Sereníssima
  4. Eu sei
  5. Quase sem querer
  6. Eu era um lobisomem juvenil
  7. Sete cidades (Dado canta)
  8. O mundo anda tão complicado
  9. O teatro dos vampiros (Bonfá canta)
  10. Vento no litoral
  11. Por enquanto (Bonfá canta)
  12. Tempo perdido
  13. Índios (Dado canta)
  14. Será
  15. Faroeste caboclo
  16. 1965 (Duas tribos)
  17. Soldados + Loop Love Song
  18. Se fiquei esperando meu amor passar (Bonfá canta)
  19. Quando o sol bater na janela do teu quarto (Dado canta)
  20. Pais e filhos
  21. Monte Castelo

Bis:

  1. Metal contra as nuvens

Banda:

  • Dado Villa-Lobos (guitarra)
  • Marcelo Bonfá (bateria)
  • André Frateschi (vocal)
  • Lucas Vasconcellos (guitarra)
  • Mauro Berman (baixo e direção musical)
  • Pedro Augusto (teclados)

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Pedro Henrique Frasson Barbosa
Pedro Henrique Frasson Barbosa
Pedro Henrique Frasson Barbosa é graduado em Ciências Sociais (UFPR), mestre em Antropologia (UFPR) e doutorando em Antropologia (USP). Se aventura, de vez em nunca, no jornalismo musical, dando especial atenção às histórias, detalhes, mediações, bastidores e controvérsias.

1 COMENTÁRIO

  1. Circulou pouco pelo local, só eu levei meus 2 filhos e tinham muitos adolescentes por lá, claro que não era a maioria, mas tinham o suficiente para serem notados pela banda que inclusive comentou essa renovação e a longevidade das canções

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É notável que a plateia da apresentação de ontem não possa mais dizer “somos tão jovens”, tal como no hit “Tempo Perdido”. Nada de crianças ou adolescentes circulando nas imediações do evento: eram jovens adultos (o que indica renovação do público até certo ponto) e pessoas de cabelo branco, muitas delas usando camisetas pretas – da própria banda ou de outros grupos, mas sempre de rock. Às vezes acontece de nos esquecermos: a Legião Urbana, a despeito de sua imensa popularidade, é uma banda de rock surgida nos anos 1980, resultado peculiar – brasileiro – do movimento punk da década anterior.

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Foto: Gabriel Ramos

E é disso que se trata essa turnê, de acordo com Marcelo Bonfá em entrevista ao G1: um show de rock.

“É complicado falar de expectativa, mas podem esperar um show de rock que nunca viram antes. Aqui é uma banda de rock, que aprendeu a fazer isso há muito tempo […].”

*Fotos de Gabriel Ramos / @gabrieluizramos. Role para o lado para ver todas. Caso as imagens apareçam pequenas, atualize a página.

Repertório campeão

Ao longo da apresentação, como não poderia deixar de ser quando se trata de um grupo tão estabelecido como a Legião Urbana, chama a atenção a qualidade da plateia de conhecer e cantar, de cabeça, absolutamente todas as canções. Os gritos após a primeira nota de cada faixa entregavam que aquele material tinha sido previamente ouvido e cantado centenas de vezes ao longo dos anos.

Músicas como “Há tempos”, “Meninos e meninas”, “Eu sei”, “O teatro dos vampiros”, “Tempo perdido”, “Índios” e “Faroeste caboclo” e “Pais e filhos”, para ficar nas que são mais familiares a este escriba, traziam o público para o centro dessa bela celebração à história da Legião, um grupo que encerrou precocemente sua carreira há 27 anos, com a morte do vocalista e líder Renato Russo, mas que permanece como “barulho de fundo” nas vidas de seu público. Não é por acaso que esta segue na posição de segunda banda de rock nacional mais ouvida no Spotify.

“As V Estações” é a segunda vez que Dado e Bonfá se juntam para rodar o Brasil tocando os clássicos da Legião Urbana. A primeira ocorreu em 2015, quando, com essa mesma banda, saíram em turnê para comemorar os 30 anos do primeiro trabalho do grupo brasiliense, lançado no longínquo ano de 1985.

Na atual ocasião, nem se arriscaram a utilizar o nome do grupo original, tendo em vista que a tour passada gerou uma ação da empresa gerenciada por Giuliano Manfredini, filho e herdeiro de Renato. O imbróglio segue na Justiça.

Foto: Gabriel Ramos

Músicos garantem a festa

No centro do palco, com a dura tarefa de assumir os vocais de uma banda cujo espaço anteriormente era de um monumento como Renato Russo, André Frateschi demonstrou estar confortável. O músico paulista confessou ao público estar “contente por estar em casa”. Indubitavelmente, deu conta do recado: cantou bem, circulou pelo palco, interagiu e conquistou a plateia com seu talento e carisma.

Foto: Gabriel Ramos

Dado e Bonfá estavam também confortáveis e contentes em tocar suas composições. Além da guitarra e da bateria, cada um assumiu o vocal em três faixas: Dado em “Sete cidades”, “Índios” e “Quando o sol bater na janela do teu quarto”, e Bonfá em “O teatro dos vampiros”, “Se fiquei esperando meu amor passar” e “Por enquanto”, esta última, também sucesso na voz de Cássia Eller, foi quase que declamada, com Bonfá sozinho no palco.

Foto: Gabriel Ramos

A performance da dupla original da Legião não esconde sua origem: o movimento punk/pós-punk da década de 1980. A carregada guitarra de Dado é tipicamente oitentista, com direito a muito uso de efeitos, delay e harmônicos. Bonfá, por sua vez, surpreende pela simplicidade de sua execução. Sem firulas, mas definitivamente muito seguro e preciso.

Foto: Gabriel Ramos

O grupo, dirigido musicalmente por Mauro Berman – que também ocupa a posição de baixista e tem destacada presença de palco –, está muitíssimo bem ensaiado e demonstra vontade de tocar. Ao encontrar um público também a fim, que conhece tão bem o repertório, a festa foi garantida.

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  • Data: 6 de maio de 2023
  • Turnê: As V Estações

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  1. Há tempos
  2. Meninos e meninas
  3. Sereníssima
  4. Eu sei
  5. Quase sem querer
  6. Eu era um lobisomem juvenil
  7. Sete cidades (Dado canta)
  8. O mundo anda tão complicado
  9. O teatro dos vampiros (Bonfá canta)
  10. Vento no litoral
  11. Por enquanto (Bonfá canta)
  12. Tempo perdido
  13. Índios (Dado canta)
  14. Será
  15. Faroeste caboclo
  16. 1965 (Duas tribos)
  17. Soldados + Loop Love Song
  18. Se fiquei esperando meu amor passar (Bonfá canta)
  19. Quando o sol bater na janela do teu quarto (Dado canta)
  20. Pais e filhos
  21. Monte Castelo

Bis:

  1. Metal contra as nuvens

Banda:

  • Dado Villa-Lobos (guitarra)
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  1. Circulou pouco pelo local, só eu levei meus 2 filhos e tinham muitos adolescentes por lá, claro que não era a maioria, mas tinham o suficiente para serem notados pela banda que inclusive comentou essa renovação e a longevidade das canções

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