Tecladista do Primal Scream, Martin Duffy morre aos 55 anos

Músico sofreu lesão cerebral por conta de uma queda; ele acompanhava a banda desde os primórdios

O tecladista britânico Martin Duffy teve sua morte confirmada em uma nota emitida pela família. Ele tinha 55 anos e começou a carreira na metade da década de 1980, na banda indie Felt. A seguir, passou a acompanhar o Primal Scream. Gravou os dois primeiros discos como músico de apoio, sendo efetivado posteriormente.

Disse seu irmão Steve, em nota publicada nas redes sociais nesta terça-feira (20):

“É com grande tristeza que informamos que Martin (Duffy’) sofreu uma lesão cerebral após uma queda e faleceu em paz, cercado pela família e seu adorado filho Louie. Ele era amado por sua mãe, irmãos, família mais ampla e amigos íntimos. Todos que conheciam Martin o amavam; ele era nossa verdadeira estrela brilhante.”

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Bobby Gillespie, frontman do Primal Scream, também se manifestou.

“Difícil escrever isso. Nunca sabemos como falar sobre a morte além de placidez educada (sic). Tudo o que quero dizer é que nosso irmão de alma Martin Duffy faleceu no domingo. Ele sofreu uma lesão cerebral devido a uma queda em sua casa em Brighton. Nós do Primal Scream estamos todos muito tristes.

Conheço Martin desde que ele era um adolescente no Felt. Ele tocou teclado em todos os nossos álbuns, do primeiro ao último. Finalmente se juntou à banda em 1991. Era um personagem muito especial. Tinha amor e compreensão pela música em um nível espiritual profundo. Significava tudo para ele. Também amava a literatura, era muito lido e erudito. Um autodidata. Um pensador profundo, curioso sobre o mundo e outras culturas. Sempre visitando museus em todas as cidades que tocamos ou procurando por tesouros em lugares remotos. Opinativo e teimoso em seus pontos de vista.

Tocava piano a um nível em que era homenageado não apenas por seus colegas da música britânica, mas também por mestres da velha escola da música americana, como James Luther Dickinson, Roger Hawkins, David Hood e o produtor Tom Dowd. Assisti a uma sessão em Abbey Road em 1997 para um álbum do Dr John onde sua gravadora reuniu um bando de jovens músicos Indie Brit. Mac Rebenac (Dr John) parecia entediado e desinteressado até que Martin começou a tocar. De repente, o bom Dr começou um ritmo de piano funky e eu imediatamente soube que era porque seus ouvidos se aguçaram quando ele ouviu Martin tocar e a sessão finalmente ganhou vida.

Martin era o mais talentoso musicalmente de todos nós. Seu estilo combinava elementos de country, blues e soul, todos os quais ele tinha um toque natural dado por Deus. Nunca tocou a mesma coisa duas vezes, nunca. Era inspirado pelo momento, o que fazia necessário ter sempre aquele botão ‘record’ ligado quando Duffy estava pegando fogo. Seu tempo era único, funky e SEMPRE atrasado.

George Clinton também gostou de Martin. Lembro-me de uma sessão em Chicago em que George disse a ele ‘vá para a igreja, Duffy!’, e ele foi. Também possuía uma inteligência única. surreal e ridículo. Ele viveu para rir e tocar música. Era amado por todos nós do Scream. Uma bela alma. Sentiremos sua falta.”

Outras figuras icônicas do rock britânico se manifestaram pela perda, como Liam Gallagher (ex-Oasis), que tuitou: “RIP DUFFY PRIMAL SCREAM DYA KNOW WHAT I MEAN LG x.”

Duffy também tocou com o The Charlatans, em substituição ao falecido Rob Collins. Ainda integrou o supergrupo The Chavs, além de ter gravado com Heidi Berry, Beth Orton, Paul Weller e Chemical Brothers, entre outros. Lançou o álbum solo “Assorted Promenades” em 2014.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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