Max Cavalera lutou contra o vício em álcool e drogas por anos. O ex-integrante do Sepultura, hoje líder do Soulfly e de outros projetos, precisou passar por um momento de virada que o levou a lutar pela sobriedade – ele não bebe desde 2008.
O tema foi abordado pelo próprio músico em entrevista ao podcast Hardcore Humanism, comandado pelo psicólogo e coach Dr. Mike Friedman. A transcrição é do Blabbermouth.
“[Estávamos em] alguma turnê europeia e eu queria muito beber, mas não tinha nada no ônibus. Acabei indo no banheiro e bebendo sanitizador para as mãos. Fui pego fazendo isso. Minha esposa abriu a porta e eu estava com o pote. Ela ficou tipo: ‘que m#rda você está fazendo?’ E eu, tipo: ‘estou bebendo desinfetante para as mãos, preciso de ajuda’. Foi um daqueles momentos insanos.”
O artista brasileiro afirma que o acompanhamento profissional foi fundamental para que ele superasse o problema.
“Aos poucos passei pelas diferentes fases de parar de beber e de usar drogas. Uma das principais foi ir para uma clínica. É muito clichê, mas acho que funciona.”
Max Cavalera, família e metal
Sobre o período de internação, Max Cavalera abordou como a família e o metal, colocado por ele como seu primeiro amor, deram força para o processo de cura.
“Fiquei lá de seis a oito meses. Foi na Flórida. Foi péssimo. Enfiam essa m#rda em você 24 horas por dia nas aulas. Senti muita falta da minha família. Por conta disso, olhei ao redor e percebi o que eu mais amava. Não amo ficar doidão e beber e usar drogas mais do que minha família e minha música.”
O vocalista e guitarrista ainda expôs como o abuso de álcool e drogas impactava sua relação com o irmão e companheiro de banda Iggor Cavalera. Os dois ficaram rompidos por anos, já que quando Max deixou o Sepultura em 1996, o baterista optou por permanecer na formação.
“É meio triste de alguma forma, mas ele dizia no passado: ‘Eu não posso beber porque tenho que tomar conta dele. Se nós dois bebêssemos, nós dois estaríamos mortos. Se nós dois ficarmos chapados, nós vamos morrer juntos. Então eu tenho que ser um pouco mais responsável e não beber para que eu possa tomar conta dele’.”
Origem pessoal do alcoolismo
Em entrevista ao G1 em 2016, Max Cavalera relacionou o surgimento do alcoolismo à morte do pai em 1979, quando o músico tinha apenas 10 anos de idade.
“Desde pequeno eu já bebia, acho que era relacionado com a morte do meu pai, que eu nunca aceitei direito. Então eu enchia a cara para tentar me acostumar com a dor.”
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