O Kyuss pode, enfim, ter uma página final um pouco mais agradável em sua história. Josh Homme, líder do Queens of the Stone Age e guitarrista da influente banda de stoner rock, revelou em entrevista ao podcast ‘Kyuss World Radio‘, transcrita pelo Blabbermouth, que gostaria de promover uma reunião da banda, ainda que seja para concluir a trajetória sem polêmica.
– Leia também: ‘Se você é racista, misógino ou homofóbico, o Queens of the Stone Age não é para você’, diz Josh Homme
O Kyuss existiu entre 1987 e 1995 tendo, em boa parte de sua existência, três músicos em sua base: John Garcia no vocal, Josh Homme na guitarra e Brant Bjork na bateria. Baixistas como Nick Oliveri (inicialmente também guitarrista), Chris Cockrell e Scott Reeder também passaram pelo grupo, bem como o batera Alfredo Hernández, que substituiu Bjork no último ano.
No início da última década, John Garcia, Brant Bjork e Nick Oliveri se reuniram com o projeto Kyuss Lives. De início, Josh Homme abençoou o projeto, mas mudou de ideia e os impediu de utilizar o nome quando soube que eles lançariam um novo álbum.
Durante a nova entrevista ao podcast, Homme explicou o motivo de não ter apoiado mais o projeto. Apesar disso, ele entende que o Kyuss merece um encerramento mais digno.
“Minha filosofia é nunca fazer uma reunião, nem uma sequência. É o que é. Um legado que envolve um epicentro de uma cena que se criou é tão frágil, é como uma escultura de gelo. Não quero acabar com isso. Eu apoiei o Kyuss Lives e ia aos shows até que soube o que Brant e John quiseram fazer”, afirmou.
O líder do Queens of the Stone Age discordava da ideia de lançar um disco sob o nome do Kyuss, ainda mais como “Kyuss Lives”, algo como “Kyuss vive”. “Só era preciso mostrar respeito e falar o que queriam fazer. Quando Scott Reeder me contou que eles queriam lançar um álbum, eu os chamei para conversar. O nome que eles escolheram foi um pouco infeliz, pois dizia que o Kyuss estava vivo novamente, o que não me agradou, mas eu pensei: ‘quem liga?’. Só que eu não sabia que quando tive essa conversa com eles, eles já haviam movido uma ação para roubar o nome”, disse.
No fim das contas, John Garcia e Brant Bjork tiveram que abrir mão do nome de Kyuss Lives e passaram a se apresentar como Vista Chino, projeto que lançou apenas um álbum, ‘Peace’, em 2013. Passados alguns anos, Josh Homme parece ter uma relação mais amistosa com seus ex-companheiros da banda.
“Existiram momentos em que eu pensei que não dava para acabar dessa forma. E a única forma de encerrar tudo corretamente é tocando. Por eles terem pervertido a situação e derrubado um pedaço dessa escultura de gelo, o único jeito de colocar esse pedaço de volta é tocando juntos”, declarou.
– Leia também: 10 participações de Dave Grohl em músicas de outros artistas
Por fim, o músico disse que seria uma ideia interessante fazer algo para que Brant Bjork e John Garcia compensem o erro no passado. “Poderíamos tocar e doar todo o dinheiro. Tipo, tocar para os fãs, cobrir os custos e cobrar uns cinco dólares por ingresso. Encontrar uma forma de dar fim à banda. Nunca foi sobre dinheiro ou fama. Quando senti que essa era a intenção deles, fiquei muito triste”, concluiu.