Há 45 anos, em 29 de março de 1979, o Supertramp lançava “Breakfast in America”, seu 6º disco de estúdio. Com uma sonoridade mais pop, o álbum é o mais famoso da banda, trazendo músicas como “The Logical Song”, “Take the Long Way Home” e “Goodbye Stranger”.
Confira outros acontecimentos no mundo da música, especialmente no rock, no dia 29 de março de outros anos:
-> Há 42 anos, em 29 de março de 1982, o Scorpions lançava “Blackout”, seu 8º disco de estúdio. Foi gravado após uma cirurgia nas cordas vocais de Klaus Meine, que quase não conseguiu participar. “No One Like You” é o seu principal destaque.
-> Hoje, Perry Farrell faz 65 anos. O vocalista foi um dos fundadores do Jane’s Addiction e do festival Lollapalooza, idealizado como uma turnê de despedida de sua banda. Comandou ainda o Porno for Pyros.
-> Há 13 anos, em 29 de março de 2011, o Cavalera Conspiracy lançava “Blunt Force Trauma”, seu 2º disco de estúdio. Dando sequência à nova parceria entre os irmãos Max e Iggor Cavalera, o álbum traz participação de Roger Miret (Agnostic Front) em “Lynch Mob”.
-> Hoje, Bobby Kimball faz 77 anos. O vocalista, que nasceu em 29 de março de 1947, integrou o Toto entre 1976 e 1984 e de 1998 até 2008, além de trabalhar em carreira solo. Também teve projetos como Far Corporation, West Coast All Stars, Yoso e uma parceria com Jimi Jamison.
-> Há 49 anos, em 29 de março de 1975, Jeff Beck lançava “Blow by Blow”, seu 1º disco solo. Totalmente instrumental, o álbum conta com a participação não creditada de Stevie Wonder, que tocou clavinete na música “Thelonius”.
-> Há 13 anos, em 29 de março de 2011, o Within Temptation lançava “The Unforgiving”, seu 5º disco de estúdio. Parte de um projeto maior que incluía curta-metragens e HQs, teve como singles as músicas “Faster”, “Sinéad” e “Shot in the Dark”.
-> Há 51 anos, em 29 de março de 1973, o Mahavishnu Orchestra lançava “Birds of Fire”, seu 2º disco de estúdio. Como na estreia, o álbum traz apenas composições de John McLaughlin. A música “Miles Beyond” é uma homenagem a Miles Davis.
-> Há 20 anos, em 29 de março de 2004, o In Flames lançava “Soundtrack To Your Escape”, seu 7º disco de estúdio. O álbum conseguiu aumentar a popularidade da banda nos Estados Unidos, embora os fãs mais puristas tenham criticado a mudança na sonoridade.
-> Há 50 anos, em 29 de março de 1974, o Mott the Hoople lançava “The Hoople”, seu 7º disco de estúdio. Foi o último com o vocalista Ian Hunter e o único com o guitarrista Ariel Bender. “Roll Away the Stone” e “The Golden Age of Rock ‘n’ Roll” foram os singles.
-> Há 13 anos, em 29 de março de 2011, o Amon Amarth lançava “Surtur Rising”, seu 8º disco de estúdio. Chama atenção por suas faixas bônus, com covers de System of a Down, Kiss e Accept. A música “Destroyer of the Universe” ganhou um videoclipe.
Há uma frase atribuída ao escritor brasileiro Nelson Rodrigues que diz “toda unanimidade é burra”. Controvérsias sobre a autoria à parte, dificilmente vemos alguém criticar algumas figuras históricas publicamente. Isso serve para vários segmentos, incluindo a música. Ainda assim, temos corajosos.
Rik Emmett é um exemplo. Guitarrista e vocalista do Triumph em seus momentos mais relevantes, o artista não tem receio em falar sobre a carreira de Eric Clapton. As críticas são pontuais, mas ainda relevantes, oferecendo uma outra perspectiva sobre a carreira do britânico.
“As pessoas dizem ‘Eric Clapton é Deus’. Eu digo: ‘bem, Clapton, na verdade, poderia ter sido um cantor de R&B melhor’. Seu jeito de tocar guitarra apresenta um tipo de paleta bastante limitada, especialmente se você pensar naqueles três caras que saíram dos Yardbirds, [Jeff] Beck, Clapton e [Jimmy] Page.”
“Eric era o mais limitado de todos. Representava o blues mais old school com um monte de coisas que eram, bem, ok, mas vamos lá, isso é um lick de Albert King. Há coisas que ele resgatou e meio que manteve durante toda a sua carreira. Não estou dizendo que ele não criou músicas boas assim. Não estou o rebaixando. Apenas observando.”
Jimmy Page e Jeff Beck
Emmett seguiu exaltando o trabalho e a evolução dos outros dois nomes mencionados anteriormente.
“Jimmy Page se desenvolveu muito mais que Clapton. Jeff Beck foi ainda mais longe, o que mais evoluiu entre os três. Era supremo na criatividade com uma guitarra elétrica em mãos.”
Ainda assim, o instrumentista reconhece ter sido influenciado por Eric, assim como pelos outros dois.
“Tenho um pouco de cada em mim. Todos me influenciaram.”
O “G3” do Yardbirds
Eric Clapton integrou o The Yardbirds entre 1963 e 1965. Após sua saída, Jeff Beck assumiu o posto e participou da fase de maior sucesso comercial. Deixou a banda no ano seguinte, abrindo espaço de Jimmy Page, que esteve presente até o encerramento, em 1968.
Anos mais tarde, reuniões com outros guitarristas aconteceram. Em 1992, os três foram induzidos ao Rock and Roll Hall of Fame com o grupo. Eles subiram ao palco e se apresentaram com os antigos colegas.
“Love at First Sting”, um dos álbuns mais populares do Scorpions, completou quarenta anos de seu lançamento. Em função disso, a banda divulgou novidades para comemorar.
Foram disponibilizados dois shows da época no canal oficial do grupo no YouTube, além de um documentário que conta como se deu a produção do trabalho mais bem-sucedido da carreira dos alemães. O trabalho, inclusive, foi o responsável pela vinda deles ao primeiro Rock in Rio, em 1985.
O primeiro dos shows é o Rockpop in Concert, gravado em 17 de dezembro de 1983, na Alemanha, antes do lançamento de “Love at First Sting”. O repertório aborda os três álbuns anteriores – “Lovedrive” (1979), “Animal Magnetism” (1980) e “Blackout” (1982) – mas inclui uma faixa do novo disco: “Coming Home”.
Confira:
Setlist:
00:00:00 Blackout
00:03:59 Loving You Sunday Morning
00:08:51 Make It Real
00:12:37 Coming Home
00:15:59 Always Somewhere
00:20:19 Holiday
00:23:31 Can’t Live Without You
00:30:07 Dynamite
00:36:59 The Zoo
00:43:23 Can’t Get Enough
Já o segundo foi gravado em 1984, no festival Super Rock, em Tóquio, Japão. Há registros dos dois shows realizados nos dias 11 e 12 de agosto, já durante a turnê de “Love at First Sting”, que é bastante abordado no setlist.
Veja:
Setlist:
00:00:00 Blackout
00:03:41 Coming Home
00:07:03 Bad Boys Running Wild
00:10:51 Make It Real
00:14:25 Big City Nights
00:19:17 Coast To Coast
00:24:00 Rock You Like A Hurricane
00:28:10 Can’t Live Without You
00:33:09 Dynamite
00:40:42 The Zoo
00:47:15 Can’t Get Enough
Está disponível ainda um documentário, intitulado “The Story of Love at First Sting”, que pode ser visto abaixo (em inglês, sem legendas).
“Love at First Sting” e o esperado sucesso nas Américas
Clássico absoluto nos dias de hoje, “Love at First Sting” foi o primeiro sucesso definitivo do Scorpions na América do Norte, além de ter obtido um bom desempenho na Europa.
O álbum chegou ao 6º lugar da Billboard 200, principal parada dos Estados Unidos, e vendeu 3 milhões de cópias por lá. Em território europeu, destacam-se uma 17ª posição no Reino Unido e outra 6ª lugar na Alemanha, terra natal dos músicos.
Quatro faixas foram promovidas como singles: “Rock You Like a Hurricane”, “Still Loving You”, “Big City Nights” e “I’m Leaving You”.
O objetivo de conquistar o mercado dos Estados Unidos quase esbarrou mais uma vez na capa do álbum, problema recorrente com o Scorpions, mas que foi contornado de forma mais fácil do que no passado. O “folclore” de “Love at First Sting” também envolve possíveis — e nunca confirmadas — participações de Jimmy Bain (baixo) e Bobby Rondinelli (bateria), ambos músicos do Rainbow.
A turnê do disco trouxe a banda pela primeira vez ao Brasil, para tocar no primeiro Rock in Rio, no início de 1985. O público conhecia principalmente os hits do novo álbum, o que tornou a excursão muito bem-sucedida e criou uma boa relação dos músicos com o país. Não à toa, os alemães tocaram por aqui mais 10 vezes depois disso, com direito à gravação de um DVD, “Amazônia: Live in the Jungle”, em 2009.
A proveitosa tour rendeu também o segundo disco ao vivo do grupo, intitulado “World Wide Live” e lançado também em 1985. O material reúne gravações feitas em shows na França, Estados Unidos e Alemanha. O bom desempenho comercial foi repetido, agora que a popularidade estava mais alta do que nunca.
Sobre o Scorpions
Fundado em 1965 na cidade de Hannover, o Scorpions vendeu mais de 100 milhões de cópias dos seus álbuns em todo o planeta até hoje. A formação atual conta com o vocalista Klaus Meine, o guitarrista Rudolf Schenker, o também guitarrista Matthias Jabs, o baixista polonês Pawel Maciwoda e o baterista sueco Mikkey Dee (ex-Motörhead e King Diamond).
Em 10 de fevereiro de 1999, o Iron Maiden presenteou os fãs com o anúncio dos retornos do vocalista Bruce Dickinson e do guitarrista Adrian Smith. Estava estabelecida a formação em sexteto, resgatando a dupla que já vinha trabalhando junta sem remover Janick Gers do posto que havia assumido na virada da década em questão.
25 anos mais tarde, o grupo segue unido sem qualquer mudança. Superou até mesmo os 24 anos posteriores à união, quando o lineup sofreu inúmeras mutações até encontrar a fórmula adequada para o sucesso.
Mas o que os mantém até hoje? A pergunta foi feita ao vocalista em entrevista ao Stereogum.
Conforme repercussão do Blabbermouth, ele respondeu:
“Acho que nós amadurecemos o suficiente para perceber que éramos todos indivíduos separados que se reuniram para fazer música. No passado, acredito que a ideia de que éramos um só irritou tanto a mim quanto a Adrian. Ele se rebelou contra isso. Eu também não gostava particularmente. Porque era, tipo: ‘não somos indivíduos então?’ E então foi: ‘até certo ponto’. Agora nos reunimos novamente e sabemos que a resposta é: ‘não’.”
Até por isso, Bruce ressalta que um fator decisivo para o reencontro residiu em sua espontaneidade.
“A razão pela qual voltamos foi porque quisemos. Foi uma escolha oriunda de um pedido. Assim, o relacionamento passou a ser mais adulto entre todos. Tornou-se muito mais fácil nos darmos bem, muito mais fácil falar de forma mais honesta e aberta sobre as coisas. E também, não distorcer as impressões, como quando alguém teve um dia ruim ou se tornou um megalomaníaco apenas naquela tarde. Apenas vá embora, porque amanhã de manhã eles não estarão mais assim. Nos anos 80, teríamos discutido sobre isso ou as pessoas teriam ido embora e ficariam de mau humor por semanas. E isso só gera ressentimento e descontentamento e coisas assim.”
“Não teríamos nos conhecido sem a banda”
O cantor ainda ressaltou que, apesar da boa relação pessoal, não é a amizade o fator que une os integrantes em torno de um propósito. E não há nada de errado nisso.
“Estamos em um estado em que a banda é realmente bem-sucedida e todos nós nos damos bem. Isso provavelmente acontece porque – com exceção de Dave Murray e Adrian Smith, que moraram juntos na mesma rua quando eram crianças – nenhum de nós jamais teria se conhecido se não fosse pelo Iron Maiden. Eu nunca teria conhecido Nicko McBrain ou Steve Harris de outra forma. O que nos une é o trabalho. Então, este é um ótimo lugar para se estar. Somos provavelmente uma das maiores bandas de heavy metal do mundo. Significamos muito – e eu entendo isso – para milhões de pessoas ao redor do planeta. E o que não há para se amar por ainda ser capaz de fazer isso?”
Iron Maiden no Brasil em 2024
O Iron Maiden volta ao Brasil no final de 2024 para dois shows. Ambos acontecem no Allianz Parque, em São Paulo, dias 6 e 7 de dezembro. A banda dinamarquesa Volbeat será responsável pela abertura.
Atualmente, o grupo realiza a turnê “The Future Past”, com repertório concentrado nos álbuns “Somewhere in Time” (1986) e “Senjutsu” (2021).
Marcado para sair nesta sexta-feira (29), “Cowboy Carter” é o mais novo álbum de Beyoncé e ten uma sonoridade mais voltada para o country. Apesar desta influência do gênero, uma das faixas do novo álbum da cantora se trata de uma releitura de “Blackbird”, canção dos Beatles interpretada por Paul McCartney.
Lançada em 1968 como parte do álbum homônimo do grupo — conhecido como “White Album” —, a música carrega um significado antirracista. Ao concebê-la, McCartney se inspirou em um marcante episódio do movimento que lutou por direitos civis nos Estados Unidos, visando o fim da discriminação racial.
Beyoncé ainda não se manifestou sobre a escolha da faixa para sua releitura, nem a respeito de qualquer temática por trás de “Cowboy Carter”. No entanto, é habitual que a artista aborde questões raciais em suas obras. Além disso, o novo álbum seria uma forma de trazer luz às origens negras do country, ignoradas conforme o gênero se tornava mais popular.
O disco anterior, “Renaissance”, teve ideia similar ao exaltar que a house music veio da comunidade negra. Portanto, é possível que a temática antirracista de “Blackbird” tenha colaborado para a entrada no disco. Conheça a história.
Como “Blackbird” foi criada
“Blackbird” foi escrita por Paul McCartney com uma pequena contribuição de John Lennon — como habitual entre as criações dos Beatles, acabou creditada a Lennon/McCartney. Ao explicar o significado da composição, Macca revelou que se inspirou nos cantos de um pássaro preto durante a famosa época em que os Beatles estudaram meditação transcendental na Índia.
Ao mesmo tempo, o músico revelou que ela também era uma espécie de hino antirracista em resposta ao episódio conhecido como os Nove de Little Rock (Little Rock Nine). Em entrevista à GQ (via American Songwriter), McCartney — que é inglês, mas estava nos Estados Unidos na época — contou sobre a criação:
“Estava sentando com meu violão e aí, escutei sobre os problemas do movimento civil que ocorreram nos anos 60 no Alabama, Mississippi e Little Rock, em particular. Eu apenas pensei que seria muito bom se pudesse escrever algo que conseguisse alcançar as pessoas que enfrentavam esse problema como uma forma de dar a elas um pouco de esperança. Foi aí que escrevi ‘Blackbird’.”
Em 2018, o músico também comentou que o nome “Blackbird” (“pássaro preto”) deve ser interpretado como uma “black girl” (ou “garota negra”, em tradução direta).
O episódio dos Nove de Little Rock
O mencionado episódio dos Nove de Little Rock ocorreu em 1957, na cidade de Little Rock, capital do estado americano do Arkansas.
Historicamente, o Arkansas — localizado no sul dos Estados Unidos — foi um dos estados na Guerra Civil Americana que defendia a manutenção da escravidão. Mesmo com a derrota para os rivais que estavam ao norte, o problema do racismo persistiu e a população negra era constantemente segregada da branca.
Em 1954, a Suprema Corte dos Estados Unidos julgou que leis estaduais que defendessem a segregação racial em escolas eram inconstitucionais. Um ano mais tarde, a Little Rock Central High School, colégio de ensino médio da capital do estado, criou um plano para obedecer a determinação e aceitar estudantes negros a partir de 1957.
Nove alunos foram escolhidos para serem os primeiros do local: Ernest Green, Elizabeth Eckford, Jefferson Thomas, Terrence Roberts, Carlotta Walls LaNier, Minnijean Brown, Gloria Ray Karlmark, Thelma Mothershed e Melba Pattillo Beals. O primeiro dia de aula do ano letivo estava marcado para ocorrer no dia 4 de setembro daquele ano.
No entanto, o governador do Arkansas, Orval Faubus, se recusou a aceitar a determinação da Suprema Corte. O político enviou membros da guarda do estado para impedir a integração dos estudantes negros.
Além disso, uma multidão de pessoas também protestou contra a entrada dos alunos e demonstrou uma grande hostilidade contra eles, o que ficou evidente nos registros fotográficos do episódio.
Assim que soube do que estava acontecendo, o então presidente americano, Dwight Eisenhower, se utilizou de uma ordem na qual federalizou a guarda estadual. Sem outra escolha, os oficiais obedeceram ao chefe do Executivo nacional e protegeram os estudantes, permitindo a entrada deles na Little Rock Central High School.
Abusos e “Ano Perdido”
Por mais que tivessem ultrapassado essa barreira, os primeiros estudantes negros do colégio sofreram um bocado no início. Eles foram vítimas de diversos abusos verbais e físicos por parte dos alunos brancos ao longo daquele ano.
Melba Pattillo, uma dessas estudantes, revelou que um dia, jogaram ácido em seus olhos. Em outra ocasião, disse que foi presa em um dos banheiros e que alunas brancas tentaram queimá-la, jogando sobre ela pedaços de papel em chamas.
O próprio Orval Faubus não se deu por vencido em sua determinação de impedir a integração de estudantes negros no Arkansas. No ano seguinte, assinou uma lei que fechava todas as escolas públicas no estado.
Para valer, a lei ainda precisaria do respaldo da população por meio de um referendo. Como a maior parte das pessoas também era contra a determinação, Faubus venceu e as escolas públicas do Arkansas ficaram um ano fechadas. Inúmeros estudantes, independente de cor de pele, ficaram sem aulas durante aquele ano letivo.
O episódio ficou conhecido no Arkansas como “O Ano Perdido” e ainda desencadeou uma onda de mais ódio e ataques contra a população negra, considerada “culpada” pela situação na opinião dos brancos.
Paul McCartney e o encontro com duas das estudantes
Dificuldades à parte, o caso envolvendo a escola de Little Rock deu início a um novo momento nos Estados Unidos, que, aos poucos, deixava a segregação racial no passado.
Em 2016, quase 60 anos após o episódio, Paul McCartney conseguiu se encontrar com duas dos nove estudantes do episódio — Thelma Mothershed e Elizabeth Eckford — durante uma passagem por Little Rock para realizar um show.
Em seu perfil no X/Twitter, McCartney fez questão de enaltecer o encontro e reforçar as origens de “Blackbird”.
“Incrível encontrar duas dos Nove de Little Rock, pioneiros do movimento de direitos civis e inspirações para ‘Blackbird’.”
Beatles e a letra de “Blackbird”
Confira abaixo a letra de “Blackbird”, música dos Beatles regravada por Beyoncé em “Cowboy Carter”.
“Pássaro preto cantando na calada da noite Pegue essas asas quebradas e aprenda a voar Toda sua vida Você só estava esperando por esse momento para se erguer
Pássaro preto cantando na calada da noite Pegue esses olhos fundos e aprenda a enxergar Toda sua vida Você só estava esperando por esse momento para ser livre
Pássaro preto, voe Pássaro preto, voe Para a luz da noite escura
Pássaro preto, voe Pássaro preto, voe Para a luz da noite escura
Pássaro preto cantando na calada da noite Pegue essas asas quebradas e aprenda a voar Toda sua vida Você só estava esperando por esse momento para se erguer Você só estava esperando por esse momento para se erguer Você só estava esperando por esse momento para se erguer”
Beyoncé e “Cowboy Carter”
“Blackbird” não é a única releitura presente em “Cowboy Carter”. Outra versão presente, esta já comentada até pela autora original, é “Jolene”. A canção de Dolly Parton — lenda do country que, inclusive, se aventurou recentemente pelo rock — foi lançada originalmente em 1973.
De acordo com a Rolling Stone, o álbum é apresentado como uma transmissão pela estação de rádio fictícia do Texas KNTRY. Além de Parton, a tracklist cita nominalmente Willie Nelson e a pioneira do gênero Linda Martell, por conta de interlúdios utilizados.
A lista de convidados inclui Miley Cyrus (em “II Most Wanted”), Post Malone (“Levii’s Jeans”), Shaboozey (“Spaghettii”), Tanner Adell e Willie Jones (em faixas não especificadas).
Confira abaixo a tracklist completa de “Cowboy Carter”.
Apesar do título, “Godzilla e Kong: Novo Império” — filme mais recente do chamado “Monsterverse” da Warner Bros em parceira com a Legendary Pictures — não possui nada de muito novo. A obra estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (28).
Na trama, após um pedido de socorro vindo da chamada “Terra Oca”, Godzilla e Kong, antes rivais, agora devem se unir para derrotarem um antigo oponente cujo poder é um risco para a existência na terra.
Dirigido por Adam Wingard, o longa traz todos os problemas que qualquer parte do “Monsterverse” possa vir a ter. Humanos caricatos ou de motivações e dramas vazios; personagens que muitas vezes só servem como alívios cômicos ou para recitarem diálogos expositivos que mastigam explicações para os espectadores; cenas de destruição em massa cansativas acontecendo em sequência e sem qualquer escrúpulo; e um enredo, no geral, de acontecimentos por vezes difíceis de nos importarmos.
Mérito ao assumir quem é
De toda forma, “Godzilla e Kong: Novo Império” tem mérito em assumir e acreditar genuinamente naquilo que se propõe. Aqui, diferente da linguagem mais “sisuda” utilizada pelo diretor Gareth Edwards em “Godzilla” (2014), Adam Wingard — responsável pela polêmica adaptação live action de “Death Note” para a Netflix — estabelece um universo mais livre e fantasioso. Dá para enxergar boas intenções.
Nesse ponto, as cores e o CGI (imagens geradas por computador) são as principais ferramentas do cineasta. Enquanto os efeitos digitais — aliados ao design de produção e ao design das criaturas propriamente ditas — rejeitam algo mais próximo do real, também são inúmeras as cenas que chamam atenção pela sua pluralidade de cores — principalmente tons rosa, azuis e dourados em alta saturação. Vai contra a ideia de um blockbuster sombrio ou sério demais.
Por um lado, sim, as tentativas do novo filme em fazer com que nos importemos com os humanos são falhas. Em contrapartida, também é louvável que Wingard reserve tempo para encarar Kong e Godzilla com bom humor. Além da fantasia, há uma interessante veia cômica que funciona em momentos como um dos monstros se apossando de um monumento histórico como local de repouso e o outro tomando um banho logo após uma batalha. A simpatia por ambos, de certa forma, reside nesse tipo de situação.
Antítese de sucesso recente
Portanto, talvez seja justo dizer que “Godzilla e Kong: Novo Império” é quase uma antítese do que foi o elogiado “Godzilla Minus One” — lançado em 2023 e vencedor do Oscar de Melhores Efeitos Especiais em 2024. A produção japonesa é bem mais inclinada a um drama familiar onde Godzilla, o monstro, representa um fator agravante do tormento dos seus personagens. Já a recém-lançada produção hollywoodiana é a ação hiperbólica e caótica por essência.
“Godzilla e Kong: Novo Império”, então, é o que se propõe sem muito para onde fugir. Um prato cheio para os fãs de filmes de monstro desse tipo e um tédio completo para quem não compra tal proposta.
Inesperadamente, o duo Black Keys encontrou parte do Red Hot Chili Peppers dentro de um restaurante em Madri, na Espanha, em julho do ano passado. Naquele período, ambas as bandas tinham apresentações marcadas no festival Mad Cool, o que proporcionou um encontro um tanto quanto curioso no local.
Isso porque o duo descobriu na ocasião que o guitarrista John Frusciante não costuma apertar a mão de ninguém na hora de cumprimentar. Até mesmo o baixista Flea possui certo receio de interações do tipo.
Patrick Carney relembrou o momento durante entrevista ao podcast de Joe Rogan, transcrita pela Louder. Segundo o baterista, tudo começou quando viu os dois músicos sentados em uma mesa e decidiu abordá-los.
Naquele instante, ao chegar perto, descobriu que eles declaram-se germofóbicos – ou seja, que possuem um medo patológico de germes, ocasionando em obsessões com a limpeza e higiene.
Ele contou:
“Eles estavam sentados tendo a conversa mais nerd possível. Era algo do tipo ‘se você usar o acorde de sétima maior…’ Pensei, ‘uau, eles são tão nerds, vou falar com eles’. Cheguei e apertei a mão de Flea, então fui apertar a mão de John Frusciante e ele respondeu: ‘eu não faço isso’. E então Flea me disse ‘me desculpe, vou lavar minhas mãos’ e justificaram: ‘nós somos germofóbicos’.”
Ao concluir, o baterista ainda relembrou o vício dos músicos em heroína, uma droga injetável — uma prática que, além de tudo, não é das mais higiênicas.
“Esses caras não eram lendários ex-viciados em heroína e tudo o mais?”
Foto do possível encontro e debate nas redes
À época, uma foto que teria sido registrada durante o encontro foi compartilhada nas redes sociais. Na legenda, o Black Keys mencionou o festival Nos Alive, em Lisboa, Portugal, onde integraram a programação do dia 6 de julho.
“Muito legal ver Flea e John Frusciante. Foi bom dividirmos o palco em Lisboa juntos.”
Devido à confissão, fãs passaram a debater o tópico no Reddit. Um admirador alegou que, supostamente, Frusciante já tinha declarado para alguns fãs que o esperavam em Stuttgart, na Alemanha, em 2006, o seu problema em apertar as mãos.
Sobre John Frusciante
Nascido em Nova York, John Anthony Frusciante se mudou com a mãe para Los Angeles e começou a participar da cena punk local ainda na infância. Fez as primeiras gravações aos 14 anos, quando já tinha uma boa capacidade técnica como guitarrista.
Conheceu o Red Hot Chili Peppers e se aproximou da banda na juventude. Tornou-se membro pela primeira vez em 1988. Em suas três passagens já gravou sete álbuns. Os mais recentes, “Unlimited Love” e “Return of the Dream Canteen”, saíram em 2022. O primeiro chegou ao topo da parada americana.
Em sua carreira solo, já disponibilizou 13 discos e 7 EPs, realizando um trabalho mais experimental, com influências de ambient music e new wave. Também registrou parcerias como o Ataxia, com Josh Klinghoffer e Joe Lally, além do Trickfinger, pseudônimo que utilizou para um projeto eletrônico. Entre participações em estúdio, ao vivo e produções, colaborou com Glenn Hughes, The Mars Volta, Duran Duran, Wu-Tang Clan, Johnny Cash, Ziggy Marley George Clinton e Johnny Marr, entre outros.
Logo após ter anunciado sua saída do Skid Row, o vocalista sueco Erik Grönwall confirmou o lançamento de sua autobiografia para o dia 12 de setembro. “Power – Musiken, Döden, Livet” (“Poder – Música, Morte, Vida” em tradução livre para o português) será distribuído pela editora HarperCollins. Até o momento, não há informações sobre versões fora da Europa.
A obra conta a história de vida do cantor, atualmente com 36 anos, começando em sua infância e passando pelo estouro nacional através do reality show “Swedish Idol”. Após dar início a uma carreira solo, acabou sendo chamado pelo H.E.A.T, uma das forças ascendentes da cena hard/melodic rock. Após uma série de trabalhos elogiados, acabou sendo chamado pelo grupo que teve Sebastian Bach como voz mais conhecida em anos recentes.
Porém, no meio do caminho, Erik precisou lutar pela própria vida. Diagnosticado com leucemia, teve que interromper momentaneamente atividades. O período levou a uma série de reflexões e reposicionamentos de prioridades, que acabaram determinando até mesmo o abandono do sonho de ser o frontman da banda favorita, o que ele também explicará no livro.
Disse o artista em comunicado publicado nas suas redes sociais:
“Nunca pensei que lançaria uma autobiografia, muito menos aos 36 anos. Mas às vezes parece que vivi duas vidas no que seria um terço de uma. Sinto que tenho algo para compartilhar e espero que isso possa dar esperança a mais pessoas que estão passando por dificuldades. A vida após uma doença pode realmente ser melhor do que nunca.”
A saída do Skid Row
O comunicado informando a saída de Erik do Skid Row foi emitido no último dia 27 de março. Tanto o vocalista quanto a banda deixaram claro que a saúde do agora ex-integrante e sua dificuldade em cumprir a rigorosa agenda de shows teve influência na tomada de decisão.
O cantor ainda não se encontra nas condições ideais de seu sistema imunológico, devido ao transplante de medula óssea que o salvou do câncer. Após conversar com os médicos que o acompanham, Grönwall optou por não apenas se preservar, como não mais interferir nos compromissos dos amigos.
Posteriormente, em nova nota individual, o intérprete escreveu:
“Sim, decidi sair do Skid Row.
A principal razão é que tem sido difícil priorizar minha saúde e recuperação total enquanto vocalista da banda.
Em 2021 estava em tratamento contra a leucemia e isso me deu um superpoder chamado perspectiva. Decidi usar essa perspectiva e escrever os valores pelos quais queria viver pelo resto da minha vida. No topo dessa lista está escrito ‘saúde em primeiro lugar’.
Tive que olhar essa lista muitas vezes no ano passado, questionando se estou realmente vivendo de acordo com meus valores. No fim das contas, percebi que a resposta era não.
Como resultado dos tratamentos e do transplante, meu sistema imunológico ficou prejudicado. Você pode pensar no meu sistema imunológico como uma criança de 4 anos trazendo para casa todos os tipos de vírus da pré-escola. Demora um pouco para construir essa resistência novamente, mas meu sistema imunológico está ficando mais forte a cada dia.
No entanto, ainda estou fazendo check-ups regulares (exames de sangue) no departamento de hematologia na Suécia, o que tem se mostrado um desafio ao manter o cronograma do Skid Row. Tenho muito respeito pelo meu histórico médico para me forçar ao limite.
Eu amo o Skid Row, não tenho nada além de respeito pelos caras da banda mas amo e respeito mais minha saúde. Eu entendo que o Skid Row é uma banda em turnê, mas como eu disse aos caras: ‘se não consigo priorizar minha saúde, então não sou o cara certo para o trabalho’.
Por favor, note que NÃO estou doente e não é que não queira fazer uma turnê. Adoro estar na estrada. E é claro que tentamos encontrar o equilíbrio certo juntos, mas no final das contas percebi que era melhor me afastar.
Então agora vou me concentrar na minha recuperação total e voltar mais forte do que nunca. Enquanto isso, estou finalizando minha biografia. E vou começar a compor minhas próprias músicas novamente.
Por fim, mais uma vez obrigado a todos que me aceitaram como vocalista desta banda icônica.
Lembre-se sempre de que nenhum emprego, nenhum dinheiro, nenhuma fama vale a sua saúde ou bem-estar. Saúde em primeiro lugar sempre. Devo essa decisão ao cara da segunda foto e tenho orgulho de poder dizer que cumpri minha promessa a ele. Saúde em primeiro lugar!”
Skid Row e Lzzy Hale
Os próximos shows do Skid Row terão Lzzy Hale nos vocais. A cantora e guitarrista do Halestorm cumprirá a agenda já estabelecida enquanto a banda procura por um novo titular da função em tempo integral. Todas as apresentações acontecem nos Estados Unidos.
Além de Erik Grönwall e o já mencionado Sebastian Bach, o grupo ainda teve Matt Fallon, Johnny Solinger, Tony Harnell (TNT) e ZP Theart (ex-Dragonforce) empunhando o microfone principal.
Desde 1993, o Tool lançou cinco álbuns de estúdio – além do EP “Opiate”, disponibilizado um ano antes. A frequência é baixa, mas a qualidade se mantém sempre em alta, como os fãs e a mídia especializada atestam. Chega ao ponto de o grupo obter uma repercussão gigantesca inclusive no mainstream, mesmo oferecendo uma sonoridade complexa para os padrões do mercado.
Recentemente, o baterista Danny Carey foi entrevistado por Rick Beato em seu muito acessado canal do YouTube. Na ocasião, foi desafiado a escolher suas músicas preferidas do catálogo do quarteto. Surpreendentemente, ele fugiu do clichê de escolher faixas do disco mais recente.
Disse o instrumentista, conforme transcrição do Loudwire:
“Recentemente remasterizamos o álbum ‘Ænima’. ‘Stinkfist’ e ‘Eulogy’ soam incríveis. A forma como as coisas são sincronizadas e tudo mais, essas são duas das minhas favoritos que se destacaram, isso é certo.”
Carey admitiu que ouvir as versões remasterizadas das faixas pode ter influenciado essa seleção, mas manteve sua decisão mesmo assim.
“Minha reação foi pensar: ‘oh meu Deus, esqueci como elas soavam tão bem’. Eu não ouvia esse material de forma analógica há anos.”
Não há informações sobre quando a reedição será oferecida oficialmente pela banda.
Tool e “Ænima”
Segundo álbum de estúdio do Tool, “Ænima” saiu em vinil no dia 17 de setembro de 1996. A versão em CD foi lançada em 1º de outubro. Foi o primeiro a contar com o baixista Justin Chancellor, estabelecendo a formação que se mantém até hoje. Ele substituiu Paul D’Amour.
O trabalho chegou ao 2º lugar no The Billboard 200, principal parada dos Estados Unidos. Vendeu cerca de 150 mil cópias apenas em sua primeira semana. A faixa-título venceu o Grammy dois anos mais tarde, na categoria Melhor Performance de Heavy Metal.
Conquistou premiação de platina tripla em terras estadunidenses, assim como na Austrália e Canadá. Ainda faturou disco de ouro na Nova Zelândia e prata no Reino Unido.
A cena é fácil de se visualizar: Joe Bonamassa no palco, desfilando classe e técnica impressionantes em uma guitarra Gibson Les Paul. Mas nem sempre foi assim. O músico relembrou em uma entrevista o momento exato em que deixou de usar instrumentos do modelo Fender Stratocaster para se associar com o modelo mais famoso da concorrente.
O assunto foi abordado durante entrevista ao também guitarrista Chris Shiflett, do Foo Fighters, para o podcast Shred with Shifty (via Guitar World). Entre outros assuntos, Bonamassa contou que acabou ficando com as Les Pauls ao ouvir uma tentativa de elogio de um fã logo após um show, no início dos anos 2000, comparando-o ao lendário Stevie Ray Vaughan.
Ele disse:
“Eu estava na mesa do merchandising. Um cara chga até mim e diz: ‘Cara, sabe quando você tocou aquela parte que soava como um violino? Quando você fez aquilo, fechei meus olhos e soava exatamente como Stevie Ray’.”
O comentário deixou Joe incomodado. O guitarrista relembra:
“Ele estava ouvindo com os olhos. Não havia Stevie Ray naquilo. Ele só estava vendo a Stratocaster. Naquela época, no início dos anos 2000, praticamente todos no estilo (blues) tocavam com Fender e havia muitas referências a Stevie na música deles. Eu disse: ‘tenho que mudar e fazer algo diferente’.”
Eis que a Gibson aparece com um “empurrãozinho” para a mudança que Bonamassa queria fazer. Ele conclui:
“Aconteceu que naquela mesma turnê, a Gibson me deu um antigo relançamento da Les Paul Classic. Naquela noite eu toquei ‘Blues Deluxe’ com a Les Paul e as mudanças de volume, e foi matador. Eu disse: ‘é isso que vou fazer daqui para frente’.”
Desde então, o guitarrista tem sido diretamente associado com as Les Pauls, ao ponto de ser estranho vê-lo ou imaginá-lo tocando outro modelo. Também lançou instrumentos, inclusive de modelos diferentes, em parceria com a Gibson e uma de suas outras empresas, a Epiphone.
Joe Bonamassa em 2024
No momento, Joe Bonamassa está em turnê solo pelos Estados Unidos. Em 22 de março, teve início a viagem de seu cruzeiro, o Keeping Blues Alive at Sea Festival. Um giro pela Europa acontece no próximo mês.
O guitarrista será uma das atrações do festival Best of Blues and Rock 2024, que acontece em quatro capitais do Brasil. Ele toca em três cidades: Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba.
Nascido em New Hartford, estado americano de Nova York, Joseph Leonard Bonamassa começou a se destacar aos 12 anos. À época, abriu uma turnê de 20 shows de B.B. King.
Em 1991, teve a banda Bloodline, com os filhos de Miles Davis, Robby Krieger (The Doors) e Berry Oakley (Allman Brothers Band). Apenas um disco foi lançado.
Além do trabalho solo e o Black Country Communion, também fez parte do Rock Candy Funk Party, voltado ao jazz/funk. Ainda teve uma parceria prolífica com a cantora Beth Hart.