Os 10 melhores álbuns de rock e metal lançados em 2019, na minha opinião

Responsável por fechar a década, o ano de 2019 voltou a trazer bons trabalhos para quem gosta de rock e metal. Senti que 2018 trouxe álbuns mais consistentes dentro do segmento, mas nada que tire os méritos de quem mandou bem neste ano.

Na lista a seguir, elenco os 10 melhores álbuns de rock e metal em 2019 – na verdade, os que mais gostei de ouvir. Além disso, apresento outras 10 sugestões que não estão em “ranking”, mas merecem atenção, e 5 trabalhos de bandas brasileiras menos conhecidas que devem ser mencionados.

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Antes de tudo, confira a playlist que traz músicas dos álbuns mencionados e outros destaques do ano:

E, depois, não deixe de conferir:
– Playlist de lançamentos no Spotify (atualizada semanalmente)
– Os 10 melhores álbuns de rock e metal em 2018

Veja, a seguir, os 10 melhores álbuns de rock e metal em 2019, na minha opinião:

10) Tedeschi Trucks Band – “Signs”

O projeto comandado pelo casal Susan Tedeschi (vocalista e guitarrista) e Derek Trucks (guitarrista, Allman Brothers Band) acertou de novo. A aposta não é tão diferente dos álbuns anteriores, então, espere pelo típico southern rock com fortes doses de blues, vindas de Trucks, e soul/R&B, cortesia de Tedeschi.

A banda de apoio é de muita classe. E as participações de Warren Haynes, Oliver Wood, Marc Quiñones e Doyle Bramhall II agregam ainda mais ao registro.

9) Mark Morton – “Anesthetic”

O guitarrista do Lamb of God caprichou de verdade em seu primeiro álbum solo, que apresenta um heavy metal moderno, versátil e agressivo.

A extensa lista de participações especiais do disco conta com nomes do porte de Myles Kennedy (Alter Bridge, Slash), Alissa White-Gluz (Arch Enemy), Chuck Billy (Testament), Mark Lanegan (Screaming Trees), Jacoby Shaddix (Papa Roach) e seu colega de Lamb of God, Randy Blythe, além do já falecido vocalista Chester Bennington (Linkin Park). Todos eles deram suas devidas contribuições ao trabalho, mas ainda soa unitário, mesmo com artistas tão diferentes envolvidos.

8) Deaf Rat – “Ban The Light”

Embora esteja se vendendo como uma mistura de Led Zeppelin, Black Sabbath, Guns N’ Roses e Pantera, o Deaf Rat não tem nada dessas bandas como influência. E não há nada de ruim nisso.

“Ban The Light” apresenta performance consistente e um repertório construído com base em um hard rock ganchudo que, ok, presta homenagem às referências do passado, mas busca atualização e frescor – o que é raridade dentro do estilo.

A influência do hard oitentista se mescla muito bem com algumas pitadas de metal contemporâneo, com o ponto adicional de ter uma excelente produção.

7) Inglorious – “Ride To Nowhere”

Revelação do hard rock britânico, a banda do vocalista Nathan James (Uli Jon Roth, TSO) fez seu melhor trabalho em “Ride To Nowhere”. O quinteto saiu da sombra de suas influências e passou a explorar uma sonoridade mais própria e até pesada, ainda que sem, necessariamente, flertar com o metal.

Aqui, os caras soam como um grupo – e é uma pena que três integrantes tenham deixado a formação pouco antes do lançamento, mas tem até brasileiro (o baixista Vinnie Colla) entre os novos membros.

Leia resenha completa de Ride To Nowhere, do Inglorious, clicando aqui.

6) Joanne Shaw Taylor – “Reckless Heart”

Dona de uma carreira consistente, Joanne Shaw Taylor lançou seu sétimo álbum – uma marca de produtividade impressionante para alguém com pouco mais de 30 anos. Mais uma vez, a cantora e guitarrista britânica não decepciona: o disco coloca o blues rock na linha de frente, com uma pitada de soul music em algumas faixas.

Não há música ruim aqui. E o melhor: quanto mais se ouve esse material, maior a força que ele ganha.

5) Gary Clark Jr – “This Land”

O quinto álbum de estúdio – e terceiro em uma grande gravadora – desse guitarrista de blues rock americano é, de longe, o mais diverso e versátil de seu catálogo.

A pegada bluesy de outrora se faz presente, mas divide espaços com experimentos que vão do reggae ao punk (!), além de transitar por gêneros com os quais ele já havia flertado antes, como o R&B e a soul music. Soa como o trabalho definitivo de Gary Clark Jr.

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4) Goodbye June – “Community Inn”

Envolvente e diferenciado. Assim dá para definir o som dessa banda de Nashville, que não esconde suas inspirações, mas busca sair do lugar comum ao mostrar que dá para fazer southern rock sem ficar só imitando o Lynyrd Skynyrd: as referências vão de Kings of Leon a Blackberry Smoke num piscar de olhos.

O vocalista Landon Milbourn, que tem um domínio vocal e um trabalho de falsetes raríssimo no segmento, se destaca e muito.

Leia resenha completa de “Community Inn”, do Goodbye June, clicando aqui.

3) Slipknot – “We Are Not Your Kind”

Uma das maiores bandas de metal na atualidade resolveu voltar com material inédito em 2019. O resultado é ambicioso, por misturar o peso dos tempos iniciais com o grau de maturidade conquistado ao decorrer da carreira, oriundos de trabalhos mais versáteis e projetos paralelos.

Soa como um disco de reafirmação. Pesado, perturbador e experimental, tudo ao mesmo tempo.

Leia resenha completa de “We Are Not Your Kind”, do Slipknot, clicando aqui.

2) Stevie D e Corey Glover – “Torn From The Pages”

A união de Stevie D, produtor conhecido apenas nos bastidores, e Corey Glover, gigante vocalista do Living Colour, é um dos encontros mais improváveis e deliciosos do ano.

“Torn From The Pages” traz Glover um pouco mais furioso do que no Living Colour, porém, ainda com momentos de groove em meio aos riffs fortes de Stevie. Ainda que o hard rock seja o grande fio condutor, há um caldeirão de influências no material, permitindo explorar do blues ao funk rock.

1) Rival Sons – “Feral Roots”

O sexto álbum do Rival Sons traz seus integrantes com ambição de ir além. Os tropeços de “Hollow Bones” (2016) foram corrigidos e o hard rock poderoso, de fortes doses setentistas, dos trabalhos anteriores ganharam fortes pitadas de soul music e gospel.

Envolvente do começo ao fim e, para mim, o melhor álbum de rock lançado em 2019.

Leia resenha completa de “Feral Roots”, do Rival Sons, clicando aqui.

Outros 10 álbuns lançados em 2019 que merecem ser mencionados (em ordem alfabética de artistas)

Chris Robinson Brotherhood – “Servants of the Sun”: O Black Crowes se reuniu, mas o Brotherhood deixa um legado de bons álbuns, em estilo mais leve e psicodélico que os da banda principal de Chris Robinson.

Dirty Honey – EP “Dirty Honey”: Na onda de rock retrô que está em alta ultimamente, o Dirty Honey se destaca em seu reduzido registro de estreia por trazer pitadas do blues, do stoner e até do hard rock oitentista ao seu som clássico e, por vezes, até empoeirado. Mesmo com poucas faixas, o material se mostra versátil. Tem potencial.

Eclipse – “Paradigm”: Um dos melhores trabalhos da longeva carreira da banda de Erik Martensson, que já acumula duas décadas de carreira. Algumas das canções mais inspiradas do catálogo geral do grupo estão aqui e prometem envolver todos os fãs de um bom hard rock melódico.

Joyous Wolf – EP “Place In Time”: Fosse um álbum, com mais músicas, provavelmente estaria no top 10. O primeiro EP desta jovem banda é convincente: hard rock direto, com uma ponta de southern rock e certo frescor contemporâneo, quase alternativo. Apesar da classificação em estilos tão definidos, a pegada é bastante diversa, especialmente pelos vocais bem definidos e identitários de Nick Reese.

Laura Cox – “Burning Bright”: Esta vocalista e guitarrista francesa já havia chamado atenção com a estreia “Hard Blues Shot”, mas “Burning Bright” consegue soar melhor. Blues rock com uma dose de peso, por vezes mais rock do que blues. Laura Cox sabe que não é grande cantora, mas se sai bem ao trazer o foco para as 6 cordas, onde ela é craque.

Myrath – “Shehili”: A primeira banda da Tunísia a conseguir um contrato de gravadora mostra, mais uma vez, que tem diferencial. “Shehili”, quinto álbum da carreira, deixou a sonoridade um pouco mais direta e menos influenciada pelo metal progressivo.

Pristine – “Road Back To Ruin”: Já faz algum tempo que essa boa banda de hard/blues rock está na área: são mais de 10 anos de carreira e cinco álbuns lançados, contando com este. Neste novo disco, há mais músicas com potencial para single, outras mais blueseiras e até algumas experimentais. Tudo isso é regido pela incrível vocalista Heidi Solheim.

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The End Machine – “The End Machine”: O instrumental clássico do Dokken – George Lynch, Mick Brown e Jeff Pilson – se juntou ao vocalista Robert Mason (Warrant, ex-Lynch Mob) para um projeto que, sim, lembra um pouco de Lynch Mob, mas também acumula identidade própria e muito peso com sua mistura de hard rock com heavy metal contemporâneo.

The Raconteurs – “Help Us Stranger”: Tão produtivo em carreira solo, Jack White retomou o projeto que era sua válvula de escape nos tempos de White Stripes. “Help Us Stranger” é um bom disco de rock, cheio de referências ao som mais clássico do estilo e com andamentos rítmicos de destaque.

The Who – “Who”: Se 2019 contasse com mais alguns meses de duração, imagino que esse álbum estaria no top 10. Lançado já em dezembro, “Who” cativa pela simplicidade e pelo contraste de sensações, pois, ao mesmo tempo em que todos estão felizes por ter mais um disco do The Who, bate aquela tristeza quando se pensa que, provavelmente, este será o último.

5 trabalhos de destaque entre bandas brasileiras de rock e metal (em ordem alfabética de artistas)

Gallo Azhuu – “Treva”: Terceiro álbum deste competente quarteto de São Luís (MA), “Treva” dá sequência à sonoridade apresentada nos álbuns anteriores, mas com alguns ingredientes adicionais. O grande diferencial é que esse disco soa mais carregado, tanto em mensagem lírica quanto em harmonias. Quanto ao repertório em si, dá para dizer que a tracklist tem início, meio e fim. Nada sobra. Sem fillers. E o fato de seguirem cantando em português e deixarem suas letras acessíveis só engrandece ainda mais o trabalho.

Leia resenha completa de “Treva”, do Gallu Azhuu, clicando aqui.

Rage In My Eyes – “Ice Cell”: Essa banda gaúcha de heavy metal se chamava Scelerata e fez fama no underground tocando com o vocalista Paul Di’Anno (ex-Iron Maiden). Agora, estão divulgando o primeiro álbum com o novo nome – ainda que seja o segundo da carreira do grupo, já que “The Sniper” (2012) saiu com a alcunha antiga. A sonoridade segue pesada como antigamente, só que com uma dose de modernidade um pouco mais aparente. A pegada melódica também segue presente e a performance individual dos músicos é algo a ser destacado.

Rebel Machine – “Whatever It Takes”: O segundo disco dessa banda gaúcha me agradou por dois motivos peculiares. Fico satisfeito não só por ver um grupo brasileiro de rock fazer um trabalho de qualidade, como, também, por notar evolução em comparação ao primeiro álbum, “Nothing Happens Overnight” (2016). O “passo adiante” está na busca mais evidente por originalidade, já que o debut evidencia muito a influência do The Hellacopters.

Leia resenha completa de “Whatever It Takes”, do Rebel Machine, clicando aqui.

Sioux 66 – “MMXIX”: Uma das melhores bandas de hard rock que temos em atividade no Brasil chega a seu terceiro trabalho mais consciente do que quer apresentar. As letras seguem ácidas e fugindo dos temas hedonistas que o estilo costuma trazer, mas a performance ganhou uma dose extra de peso com a entrada do guitarrista Yohan Kisser (sim, filho de Andreas Kisser). “MMXIX” só não tem ares de “definitivo” porque falta buscar um pouco mais de identidade, especialmente nos vocais de Igor Godoi, que chega a mudar a pronúncia de algumas palavras para soar mais “americanizado”. Nada que comprometa o resultado final, porém.

Leia resenha completa de “MMXIX”, do Sioux 66, clicando aqui.

Uganga – “Servus”: Quinto álbum de estúdio desta banda mineira, “Servus” reforça a mensagem dos trabalhos anteriores: peso na música, revolta nas letras. Embora soe mais experimental e ousado, o disco não foge tanto da fórmula guiada pelos eixos do thrash/groove metal, com suas devidas incursões ao crossover. A produção caprichada deixa ainda mais clara a proposta do grupo. Um dos grandes trabalhos da música pesada brasileira em 2019.

* Foto da matéria: @talitatwoshoes / reproduzida do Instagram / @rivalsons

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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